O sonho do sucesso
História da Transamazônica
Beth
Ryos percorre as ruas das pequenas cidades da Transamazônica vendendo
seus CDs e DVDs. Ela conta que Deus lhe disse que fará sucesso /
Euzivaldo Queiroz
Você pode não conhecê-la, mas ela garante que até outubro deste ano
isso ainda vai acontecer. Seu nome é Hélbia Prado, tem 33 anos, cabelos
vermelhos e o sonho de brilhar na carreira musical. Ela vende CDs e DVDs
com canções gospel e mensagens bíblicas.
Hélbia tem até nome artístico: Beth Ryos. Pelas ruas de Altamira e
de outras pequenas cidades da Transamazônica, ela carrega uma necessarie
onde guarda seus CDs e DVDs e para de loja em loja, lanchonete em
lanchonete levando sua mensagem que é vendida a R$ 10 ou R$ 15.
Mais que uma batalhadora, Beth (Hélbia) é uma sonhadora.
- Eu vou fazer minha história. E na minha história, está escrito que eu vou fazer sucesso – diz com firmeza.
A vontade de brilhar é tão grande que fez a cantora deixar seus três
filhos com a mãe e se mudar para Goiânia, onde o mercado musical é mais
promissor. Que o digam Zezé Di Camargo & Luciano e Leandro e
Leonardo. Aliás, sertanejo é um dos estilos fora da música gospel onde
ela se sente mais à vontade.
Hélbia já se apresentou nos palcos mais remotos da Transamazônica.
- Eu cantei em Pacajá, Rurópolis, Altamira…eu tinha uma banda de música gospel em Belém e a gente vivia viajando por aí.
Mais forte que seu canto, ela garante, é sua oração. Evangélica da
Assembleia de Deus do Amanhecer, ela jura que sua oração curou a
invalidez das pernas de sua filha e fez muito doente ficar bom na hora.
- Viajei durante uns dois anos pelo interior de São Paulo visitando
hospitais. Minha oração é forte. Quando Deus fala uma coisa, sempre
acontece.
E Deus disse a ela, segundo ela mesma, que ela fará sucesso. Mas ela
não quer apenas o sucesso. Como a maior parte dos artistas populares,
ela quer o amor de seus fãs. Quer “morar em seus corações”.
- Não quero que gostem de mim apenas porque eu sou uma boa cantora.
Quero que gostem de mim por ser uma pessoa boa, que não maltrata os
outros.
E nessa mistura de determinação e messianismo, ela se impôs uma data
para o sucesso chegar. Quer “estourar” nas paradas de sucesso até
outubro, quando faz aniversário. Mas se suas orações, por algum motivo
não forem ouvidas, decidiu que irá levar os filhos consigo para Goiânia.
Vai colocá-los no mesmo “barco”.
Na despedida, fez uma oração. Pediu que algo de sobrenatural aconteça
nas vidas dos repórteres e viu a palavra Suriname quando falou sobre
Euzivaldo. O que isso quer dizer, a gente ainda não sabe, mas uma
forcinha espiritual nunca é demais.