História de jornalista: quando Wirland Freire era senhor de meia Amazônia
Por Manoel Dutra
"Não era fácil fazer jornalismo
nos anos 80 no interior do Pará, quando a corrida para a Amazônia abrira
diversificadas fontes de atração de todo tipo de gente do Brasil inteiro. Nos
garimpos e nas suas bordas a barra era extremamente pesada".
Estávamos saindo de uma ditadura,
ainda temerosos dos coronéis e dos delegados da Polícia Federal. Abusivamente
repórteres eram chamados à PF ao Quartel do Oitavo BEC, em Santarém, onde
estive preso por um dia por ordem de um tal coronel Aragão, homem pessoalmente
esquisito e sobre o qual pairavam algumas histórias nada edificantes que nunca
comprovei.
Ao mesmo tempo a região vivia
conflagrada pela pistolagem. Mil histórias rolavam sobre este ou aquele possível
mandante. Senhores à moda dos coronéis de barranco concorriam, mandavam e
desmandavam e, nesse jogo, cabeças iam rolando, fosse lá dentro nas barrancas
dos garimpos ou nas ruas das cidades, especialmente Itaituba e Santarém.
As notícias que produzíamos não
ultrapassavam aquilo que, nas redações, se chama de factual. O empresário
fulano foi assassinado, saía a foto do dito cujo no chão ou com a cabeça caída
dentro do carro. Muito pouco além disso, nas interpretações, por causa do medo
que não era apenas paranoia, mas que decorria de frequentes “recados”
telefônicos ou por intermediários diretos. “Toma cuidado com esse assunto”, me
dizia com frequência um deles.
Nesse ambiente, entrevistar um
desses senhores poderosos era coisa quase impossível, não tanto pelo medo, mas
pela impossibilidade de aproximar-se de um deles. Muito menos ainda entrevistar
o grande senhor de então, Wirland da Luz Machado Freire. Para consegui-lo,
aproveitei o gancho criado por uma reportagem do Fantástico, da Rede Globo. Fui
à Delegacia Regional e coletei tudo que ali havia de registro sobre ele, BOs,
depoimentos, queixas em geral. Li tudo e de lá tirei as perguntas, estritamente
baseadas nesses registros para evitar que o provável entrevistado me acusasse
de estar fazendo perguntas com base em boatos de rua.
Feito o contato com Wirland por
intermédio de dois advogados seus, 30 dias depois fui informado da data do
encontro que se deu na casa dele, uma mansão na Av. Tapajós, em Santarém,
guardada por seguranças armados. Era um domingo de manhã e estavam presentes o
prefeito Ronaldo Campos (PMDB) e os advogados Lavor Filho e José Ronaldo Dias
Campos.
As perguntas que enviei por
escrito, antecipadamente, estavam respondidas em um português que não poderia
ser o do entrevistado, um homem de pouca instrução formal. Creio que grande
parte do texto foi elaborado por Ronaldo Campos, haja vista a presença de
algumas frases típicas dos discursos de Ronaldo, como “estou a cavaleiro”. Os
advogados também sabiam o que ali estava escrito e creio que contribuíram para
a sua produção.
Ocorre que no momento em que eu
recebia as folhas com as respostas escritas, apareceu a Dona Maria Freire,
esposa de Wirland e, com uma caneta, fez dois grandes X nas folhas datilografadas,
dizendo que nada dali seria publicado. O marido entrou na casa com ela, e
depois de confabularem, Wirland voltou ao jardim onde estávamos e disse:
publica essa porra, só tem o seguinte: não deves acrescentar porra nenhuma aí e
tens que retirar essa resposta (não revelo o trecho retirado por tratar-se de
assunto familiar do entrevistado) e a foto que queres só deixo sair se for de
banda.
Expliquei a ele que o jornal, no
caso O Liberal, de Belém, só publicaria a matéria se houvesse um lide, isto é,
uma introdução, dizendo do que se tratava no texto. Concordou, mas
acrescentando para não escrever “fantasias”. Esta foi a primeira e única
entrevista que realizei por meio de questionário escrito. Era o preço a pagar
por ser o primeiro repórter a encarar o homem temido. Eras também o primeiro contato de Wirland com um jornalista.
Uma entrevista, na sua essência,
é contato entre duas ou mais pessoas, interação humana seja em que circunstância
for, olhos nos olhos. O questionário fechado – hoje tão em moda pela facilidade
do email e outros recursos digitais – é limitante e só deve ser usado em casos
extremos. Por isso, quase todas as perguntas que fiz a Wirland suscitavam respostas
que detonavam a necessidade de nova pergunta. Como a regra estabelecida era a
do questionário, a entrevista saiu empobrecida.
Hoje, esta entrevista é parte da
história de uma região onde a situação não é mais a mesma. A publicação foi em
22 de maio de 1988, um domingo. Veja a seguir:
.................................................
O título dado pelo jornal:
Wirland Freire, quem ajuda tem o direito de participar
A introdução da matéria:
No
dia 17 de abril, através do Fantástico, da Rede Globo, o nome do empresário
Wirland Freire surgiu em meio a uma reportagem sobre o crime organizado no
Baixo Amazonas, notadamente na rota do ouro que perpassa os 400 garimpos do
município de Itaituba.
Na matéria, uma entrevista dada pela escrivã
de polícia Maria da Conceição Marques Pinto, 28 anos, lotada na Delegacia
Regional de Santarém, levantou a suspeita de ligações entre Wirland e o
ex-delegado Élio Palhares, com o objetivo de acobertar ações criminosas,
envolvendo homicídios.
Presentemente,
tanto o empresário como o ex-delegado estão processando a escrivã, alegando
haverem sido difamados e caluniados por ela. Em sua defesa, Maria da Conceição
afirma que suas declarações à TV Globo foram baseadas em depoimentos de
terceiros, registrados na polícia, acrescentando que a entrevista foi veiculada
incompleta, com “trechos intercalados”. Diz ainda que não teve intenção de
difamar Wirland nem Palhares, mas apenas a de colaborar na apuração de tantos
crimes perpetrados por pistoleiros, deixando “a população alarmada” e com o
objetivo de “devolver à Polícia Civil a confiança da população”. O caso
encontra-se nas mãos do juiz criminal Raimundo Holanda Reis.
Aos
44 anos, Wirland da Luz Machado Freire é um dos empresários mais prósperos do
interior da Amazônia, “respeitado, não temido, nem odiado” em praticamente todo
o Oeste paraense por onde se disseminam seus negócios de distribuição de
combustíveis por toda a zona garimpeira, além do transporte aéreo e terrestre.
Tal soma de poderes o transformou num homem cujo nome é onipresente na região
do Tapajós e nas frentes limítrofes com o Amazonas e Mato Grosso. Introvertido,
é um empresário que, segundo seus amigos, “diverte-se com o trabalho”.
Em
certos períodos praticamente vive dentro de um de seus vários aviões,
percorrendo a região. Wirland Freire é considerado o maior distribuidor
individual de combustíveis do Norte e Nordeste. Possui 15 postos de venda e uma
respeitável frota de caminhões-tanques com que abastece quase tudo que se
movimenta nos garimpos, ao longo da Santarém-Cuiabá e na Transgarimpeira.
Grande parte das embarcações que fazem as linhas do Baixo Amazonas é abastecida
em seu posto flutuante, no porto de Santarém. Suas vendas diárias podem ir de 50
mil a 400 mil litros, dependendo da época do ano.
Casado, pai de
cinco filhos, o mais velho com 23 anos, Wirland reparte seu tempo entre a
família, com a qual mora na Av. Tapajós, em Santarém, e seus 300 empregados, aí
incluídos os que trabalham no Cento e Quarenta, uma localidade na Rodovia
Transgarimpeira onde constrói um núcleo urbano. Ali, é dono da pista de pouso,
e todos os residentes, numa área cercada por garimpos florescentes, de um modo
ou de outro lhe obedecem.
Tantas
conquistas fizeram dele, também, um homem controvertido, respeitado, acatado e
até admirado. Recentemente, em meio à tentativa do Governo do Estado de botar
um freio na onda crescente de crimes de encomenda, o nome de Wirland Freire foi
publicamente incluído no rol dos suspeitos, responsáveis pela violência na
região. “Às vezes - diz ele - sinto-me chateado e desanimado em ver tanta
injustiça por parte de pessoas que não merecem crédito e se escondem no
anonimato”, aludindo a uma também recente onda de panfletos anônimos que circularam
na região, envolvendo o nome dele, de outros empresários e de políticos com a
criminalidade. Em seu primeiro contato com um jornalista, Wirland pediu um
questionário ao qual respondeu por escrito.
A entrevista:
Pergunta - A que o senhor atribui o
envolvimento de seu nome com alguns crimes de homicídio ocorridos em Santarém e
na região Oeste do Pará nos últimos meses?
Resposta - Os esclarecimentos a
respeito de homicídios ocorridos em Santarém cabem à polícia, que tem a
exclusiva responsabilidade de elucidá-los e apontar os autores. Sempre me
coloquei à disposição das autoridades para dirimir qualquer dúvida em relação a
meu nome. Creio que tudo isso não passa de insinuações maldosas de pessoas
invejosas, algumas da própria Polícia Civil, com o objetivo de extorsão, fato
que já denunciei em depoimento por mim prestado na Delegacia Regional. Acredito
que, brevemente, dado o empenho da polícia, a verdade virá à tona para que tais
fatos sejam definitivamente esclarecidos.
Pergunta - O senhor está movendo
processo contra a escrivã Maria da Conceição Marques Pinto, que o teria
difamado num programa de televisão. Na sua defesa, a escrivã nega que tenha
tido a intenção de difamá-lo e diz que suas fontes são informações de
terceiros, ouvidos em depoimentos à polícia. O senhor se sente suficientemente
seguro para poder provar a sua inocência?
Resposta - Ao tomar conhecimento, pela
imprensa, das denúncias feitas pela escrivã, envolvendo o meu nome em crimes de
encomenda, como mandante, e de possuir pistoleiros à minha disposição,
indignado com tais inverdades contratei os serviços dos advogados Antenor Lavor
Filho e José Ronaldo Dias Campos, para ingressar em juízo para que ela dê uma
explicação ou prove o que afirmou. Ao dar as suas explicações em juízo, a
escrivã Maria da Conceição saiu pela tangente, dizendo que não teve a intenção
de me caluniar ou difamar. Como não provou o que afirmou antes, torna-se corresponsável
e terá de arcar com as consequências. Até prova em contrário, todos somos
inocentes. Estou consciente de que não tenho nenhum envolvimento em tais
crimes, pois não comungo com esse tipo de comportamento. Estou a cavaleiro,
esperando que a referida escrivã apresente as devidas provas, certo de que nada
poderá provar em juízo. Esclareço que a busca da verdade partiu de mim, foi
iniciativa minha, quando entrei na Justiça fazendo a interpelação.
Pergunta - Qual a sua reação íntima ao
ver seu nome envolvido, como suspeito, no crime organizado?
Resposta - Sinto-me chateado, muitas
vezes desanimado em ver tanta injustiça, deparando com acusações e insinuações
maldosas da parte de pessoas que permanecem no anonimato. Confio na Justiça e
sei que o tempo será meu melhor juiz.
Pergunta - Na entrevista da escrivã
Maria da Conceição ficou implícito que o senhor teria pistoleiros a seu
serviço, segundo as fontes posteriormente apontadas por ela. É verdade que o
senhor tem pistoleiros? Se não, qual o porquê dos boatos?
Resposta - Tenho aproximadamente 300
empregados dos quais não exijo atestado de antecedentes. Por isso desconheço a
existência de pistoleiros entre eles. A policial que fez a acusação não possui
idoneidade moral para tanto, já que responde a inquérito administrativo dentro
da própria instituição em que trabalha, por apropriação indébita. Eu transporto
bastantes valores e tenho pessoas de confiança que me acompanham nesse trabalho
nas regiões de garimpo, e que são pagas para defender meu patrimônio.
Sequestros e assassinatos seguidos de roubos são diariamente divulgados pelos
jornais e pela televisão. Pergunto eu: qual o empresário, neste país, que
atuando numa região perigosa como aqui, cheia de alienígenas, onde existem mais
de 200 mil garimpeiros, recolhendo diariamente o dinheiro arrecadado em dez
postos de combustíveis (nos garimpos), poderia dispensar proteção pessoal e
correr o risco certo de ser assassinado para ser roubado? Já fui assaltado
cinco vezes. Mesmo assim, não tenho pistoleiros, isso faz parte da minha
formação. Quanto aos boatos, talvez faça parte do comportamento de despeitados,
fracassados e sem condições de provar nada contra mim.
Pergunta - Ainda na defesa da escrivã
Maria da Conceição Pinto, o advogado dela cita depoimento de uma terceira
pessoa, em que o senhor teria afirmado, perante o ex-delegado Élio Palhares,
que assumia a morte de Marcelino Alves Nogueira (dono de uma farmácia em
Santarém, viajava para os garimpos e foi assassinado no dia 2 de janeiro, um
caso ainda não desvendado). E diz, ainda, que os carros utilizados no
assassinato de Antônio Fernandes dos Santos, vulgo Cadete, poucos dias depois,
seriam os mesmos usados pelos matadores do farmacêutico Marcelino, e que tais
veículos foram, mais tarde, encontrados na garagem da casa de uma pessoa de sua
família. Tais informações constam dos registros da polícia, tomadas em depoimento.
A que o senhor atribui tais informações?
Resposta - Se isso tivesse fundamento
não teria, então, a autoridade policial tomado as providências e apurado os
fatos? Não merecem crédito tais insinuações maldosas e infantis. Espero que,
encerradas as investigações, tudo fique esclarecido, dirimindo qualquer dúvida
a respeito de minha pessoa. Com referência aos carros, o próprio guarda de
trânsito que presenciou o ocorrido (o assassinato de Antônio “Cadete”, na
avenida Mendonça Furtado, às 11 horas da manhã, em janeiro, diante de várias
pessoas), e que chegou a perseguir os criminosos por alguns instantes, não
reconheceu, depois, na polícia, os ditos veículos que tinham sido empregados em
tão hediondo crime. Tanto é verdade que, após as investigações, a polícia
concluiu que os dois automóveis não tinham qualquer ligação com aquele crime,
devolvendo-os a seu proprietário.
Pergunta - Outro depoimento relaciona
seu nome à morte de Ângelo De Biasi, residente em Uruará, na Transamazônica
(morto em Rurópolis, há 6 meses, por um homem não identificado), com o qual o
senhor teria animosidade por causa de concessões de postos de venda de combustíveis. Que o senhor diz a
esse respeito?
Resposta - Nunca o vi e jamais tive
animosidade com o mesmo, ficando seu posto de gasolina quase 300 quilômetros
distante do meu. Não sou concessionário exclusivo de derivados de petróleo,
tenho dezenas de concorrentes com os quais mantenho a mais estreita relação de
cordialidade, como Jerlando Piscopo, Dona Olga, Vicente e outros.
Pergunta - Qual o seu relacionamento
com os delegados Élio Palhares e Rafael Bezerra Neto?
Resposta - Conheço pessoalmente o
capitão Palhares, não tendo com o mesmo relação alguma. É um simples conhecido,
tanto quanto o dr. Rafael Bezerra. Sempre mantive com os mesmos relacionamento
normal, como o de qualquer cidadão com relação a uma autoridade.
Pergunta - O senhor se considera um dos
homens mais poderosos do Pará?
Resposta - Não me considero um homem rico nem
poderoso. Trabalho 14 horas por dia e o único poder que conheço é o do
trabalho. Me considero financeiramente realizado, um empresário em ascensão,
com negócios em expansão, ajudando a impulsionar o progresso da região.
Pergunta - Quais os principais
problemas dos garimpos de Itaituba - falta de assistência do governo, malária,
criminalidade, tóxicos? Que fazer para melhorar as condições da mineração
semi-artesanal?
Resposta - Se o governo encontrasse uma
maneira de extinguir o uso de tóxicos nos garimpos, se as estradas fossem
trafegáveis inverno e verão e o garimpeiro melhor assistido, dobraríamos nossa
produção de ouro, aumentaríamos nossa reserva junto ao Banco Central e
ofereceríamos trabalho a outros 200 mil garimpeiros e em outras atividades.
Mantenho, por conta própria, máquinas pesadas e caçambas basculantes,
melhorando as estradas de acesso aos garimpos e aos meus postos de
abastecimento de combustíveis, com isso contribuindo para com o povo dessa
sofrida região. Tenho dado minha parcela de colaboração para o município, o
Estado e a Nação. O Tapajós é o maior produtor de ouro do Brasil, talvez da
América do Sul e, no dia em que o governo olhar com mais carinho para este
pedaço do Brasil, teremos condições de pagar, com ouro, a nossa dívida externa.
Pergunta - O Tapajós e muitos de seus
afluentes estão poluídos em virtude da garimpagem predatória. Que diz sobre
isso?
Resposta - Ignoro as explicações
científicas em relação a essa poluição. Cabe ao governo estudar as
alternativas, sem impedir o trabalho dos garimpeiros que, juntamente com os empresários,
não têm culpa do que possa estar acontecendo.
Pergunta - Há duas semanas o senhor
rompeu publicamente com o prefeito Sílvio Macedo, de Itaituba, e com o deputado
federal Paulo Roberto Matos, ao influir decisivamente para a eleição da chapa
de oposição no diretório do PMDB. O senhor fará o prefeito de Itaituba? Como se
relaciona com o prefeito de Santarém, Ronaldo Campos?
Resposta - O deputado Paulo Roberto e o
prefeito Sílvio Macedo são pessoas a quem muito ajudei. Até pouco tempo diziam
ser meus amigos e me defendiam. Mas demonstraram ser péssimos políticos,
incompetentes, e que a democracia que pregam não a praticam, haja vista
terem-se incompatibilizado comigo por não ter eu participado do grupo deles na
renovação do Diretório do PMDB. O primeiro foi o que mais ajudei, andava em
meus aviões na hora em que precisava, pedia dinheiro, óleo e gasolina, e hoje
acusa de pistoleiros e bandidos os empresários de Itaituba. De sua ignorância
já foi vítima o ex-jogador Santa Rosa, agredido pelo deputado em pleno estádio
de futebol de Santarém.
Também já foram vítimas dele o
ex-governador Jáder Barbalho, o governador Hélio Gueiros, o ex-deputado Ubaldo
Correia, o empresário Francisco Coimbra e o prefeito Ronaldo Campos, que o
ajudou a conquistar dois mandatos. Quanto ao prefeito de Itaituba, Sílvio
Macedo, seus débitos, em meu posto, já completaram dois anos, ajudei muito a
ele na sua eleição e hoje responde com ingratidão. Está fazendo um governo
desonesto, tenho em mãos documentos atestando o que afirmo. Ele está envolvido
em inquérito no Basa, não só como devedor do que não pode pagar, como também é
citado como intermediário de propinas.
Quanto a Ronaldo Campos, é meu
amigo, esteve em Itaituba a meu convite no dia da convenção, sem tomar partido.
Estou certo de que o PMDB fará o prefeito de Itaituba e ele sairá do grupo
político a que pertenço. Tenho ajudado muitos políticos desde 1982, entre eles ajudei a eleger Sílvio Macedo,
Ronaldo Campos, Domingos Juvenil e Paulo Roberto, que ainda me deve 12.800
litros de óleo e cujo pagamento espero. Ajudei outros, hoje em posição de mais
destaque. Não tenho pretensão política pessoal, mas quem ajuda, tem o direito
de participar (22.5.1988).
xxxxxxxxxxxxxxxxxx
Post scriptum: pouco tempo depois Wirland Freire decidiu fazer
política sem intermediários. Filiado ao PMDB, candidatou-se a prefeito
de Itaituba, tendo ganho a eleição. Morreu em agosto de 2002, aos 58
anos de idade.