A operação denominada "Pilão", sob coordenação da Delegacia de Conflitos Agrários (DECA), do sudeste do Pará, resultou nas prisões de três pessoas - dois funcionários de uma fazenda e um assentado - suspeitas de estarem desferindo tiros de arma de fogo na área da fazenda "Cabo de Aço", na Gleba Bacajá, em Anapu, oeste do Pará. Armas de fogo e munição foram apreendidas.
A ação policial, sob coordenação do delegado Victor Leal, foi realizada entre os dias 16 e 26 de fevereiro. O objetivo principal da operação, conforme explicou o delegado, foi apaziguar o clima de tensão por questões fundiárias no local, já que, no lote de número 86 da Gleba, um fazendeiro, que ali possui propriedade rural, reinvidica a área.
Por outro lado, o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) mantém projeto de reforma agrária no local, após decisão judicial em que foi constatado que a área seria pública. Segundo o delegado, a equipe policial foi até a região para apurar várias denúncias de que, por causa do projeto de assentamento de trabalhadores rurais na área, funcionários da fazenda teriam feitos disparos de arma de fogo às proximidades do local e estariam coagindo os assentados que ali residem. No primeiro dia do deslocamento dos policiais até a área, após seis horas de viagem, a equipe da DECA prendeu um dos funcionários da fazenda. Ele foi flagrado portando munições de calibre 20.
Poucos dias antes, o gerente da fazenda foi preso por estar portando uma espingarda calibre 12. No decorrer da ação, os policiais flagraram um assentado armado com uma espingarda de calibre 16. "Após os três procedimentos policiais, percebemos que os ânimos estavam mais apaziguados gerando o término da operação policial e o retorno da equipe de conflitos agrários do Sudeste do Pará para a base sediada em Marabá", detalha o delegado Victor Leal. As operações preventivas fazem parte das diretrizes especificadas pelo delegado-geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino, e do diretor de Polícia do Interior, delegado Sílvio Maués.