"IBAMA cobra taxa na
Flona, mas o povo não sabe onde os recursos vão parar, nem onde são aplicados".
Agência de Notícias Xarope News
Cerca de 70% da área territorial do município de Belterra
estão registradas como área de preservação ambiental, o que dificulta a
instalações de grandes empreendimentos industriais. Recentemente uma grande
indústria de cimentos, (Nassau), esteve a poucos passos para fechar negócio que
possibilitaria não apenas a instalação da indústria, consequentemente a geração
de centenas de empregos, diretos e indiretos. Infelizmente o fato, que seria de
grande importância para a economia do município, não aconteceu. A indústria não
foi instalada em Belterra, por que a área escolhida para sua instalação simplesmente
pertencia á União, ou seja, registrada como área de preservação ambiental.
Em contrapartida a esse impasse, existe um fato interessante;
a partir do momento em que parte do município é considerada área de preservação
ambiental, a educação e a saúde públicas deveriam ser bancados pelo governo
federal, não pelo município, como acontece na prática.
Para entrar na Flona, os próprios moradores de Belterra são
obrigados a pagar uma taxa de R$ 5,50 reais por pessoa, um absurdo. Pior ainda
é que nem mesmo os vereadores do município não sabem a destinação que é dada ao
recurso que é recolhido pelo Icmbio, órgão ligado ao IBAMA. A equipe da revista AGORA soube que muitos
vereadores já fizeram pedido para saber a procedência deste dinheiro
arrecadado, mas nada obtiveram e resposta por parte do IBAMA, nem outro órgão
federal qualquer ligado ao meio Ambiente. “Dizem que este recurso vai para o
governo federal e volta, mas a gente não viu nada de benefício ainda”, disse um
vereador que por motivos óbvios não quis se identificar.
Através do legislativo municipal, vários pedidos são feitos á
prefeitura de Belterra sobre o assunto, sobre a destinação do dinheiro pago ao IBAMA,
“para onde vai? De que maneira é usado? Por que então este recurso não volta em
forma de ajuda para o município?” Mas nada foi
esclarecido sobre o estranho fato da arrecadação federal dentro da área
territorial belterrense.
Cansado da exploração por órgão federal, os vereadores
pediram uma reunião com os representantes do IBAMA, mas até hoje não
conseguiram mobilizar nem agentes do Icmbio, muito menos do IBAMA para
esclarecer a situação.
Se a área pertence de fato e de direito á União, por que
então o governo federal não assume o ônus dessa situação? Esta é a pergunta
frequente, que é feita por vereadores e o povo belterrense, que sente na pele o
drama de ter o governo federal como principal entrave de seu desenvolvimento
econômico e social. Um caso de paternidade, onde o governo federal deveria ser
o responsável, não o algoz. E o pai virou padrasto.