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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Casal da (in)justiça: advogada e marido major comandavam quadrilha em Tucuruí

Ela acusada de lavagem de dinheiro, corrupção e envolvimento em milíciaResultado de imagem para Ex-procuradora é presa acusada de lavagem de dinheiro EM TUCURUI
Glaucia Oliveira, advogada, e Leonardo, major da Polícia Militar. Um casal admirado por todos em Tucuruí até a Justiça do estado fazer suas máscaras caírem e surpreender com a verdade: a especialidade da dupla não era a justiça, mas o crime.
Após o marido ser preso na última sexta-feira (8), hoje a justiça decretou a prisão de sua esposa, a advogada Glaucia Rodrigues Brasil Oliveira, ex-procuradora do município de Tucuruí, no sudeste paraense. De acordo com informações da Polícia Civil, ela e o marido são os mentores de uma quadrilha especializada nos crimes de lavagem de dinheiro, receptação, corrupção passiva e prática de milícia privada na região.
OS CRIMES
Segundo a Justiça, Glaucia e Leonardo agiam para roubar terras ocupadas por trabalhadores rurais na cidade. A dupla utilizava vários documentos falsificados e se apresentava nos locais como representante da Justiça. Glaucia e o marido alegavam que estavam cumprindo ordem de reintegração de posse e faziam com que os trabalhadores abandonassem as terras. De acordo com as investigações, Glaucia Oliveira e o marido agiam a mando de um grupo de grileiros (invasores e ladrões de terras públicas) de Tucuruí.

Deputado chega à Santarém, e coloca em discussão projeto de Lei da bancada petista

Deputado Dirceu Ten Caten estará em Santarém, e fala sobre tarifa de energia elétrica
Nesta quarta-feira (13) o Deputado Estadual Dirceu Ten Caten (PT/PA) estará em Santarém e com disponibilidade para conceder entrevista sobre a proposta de redução da tarifa de energia elétrica, por meio de dois Projetos Lei, apresentados pela bancada do PT na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), formada também pelos Deputados Airton Faleiro e Carlos Bordalo. 
O primeiro PL N° 5/2015 versa sobre redução da alíquota de ICMS nas operações com energia elétrica de 25% para 17%, no Pará se paga um dos maiores ICMS nas contas de luz, mesmo sendo um Estado produtor de energia elétrica. 
No PL 265 de 2016, a proposta é a não incidência de ICMS sobre o valor adicional de bandeiras nas contas de energia elétrica e sim somente sobre o valor do consumo real. As duas propostas podem entrar na pauta de votação no início de 2018 e os parlamentares contam com a mobilização popular para que sejam aprovadas na Alepa e sancionadas pelo governador Simão Jatene.

Senador José Porfírio, Pará, Amazônia: altíssimo risco

Um projeto que pode ser mais destruidor do que Belo Monte está em disputa no Xingu e os brasileiros não estão nem aíbelo sun

O município de Senador José Porfírio é sede do maior projeto de mineração de ouro a céu aberto, proposto por uma corporação canadense, a Belo Sun. É liderado por um prefeito do PSDB, Dirceu Biancardi, que em 29 de novembro trancou professores, alunos e convidados dentro de um auditório da Universidade Federal do Pará, em Belém, impedindo o debate acadêmico e transformando o lugar em palanque para defender a mineradora canadense. De 2013 a 2017, o desmatamento no município aumentou mais de 500%. Parte deste aumento é atribuído por analistas a outro megaempreendimento: a hidrelétrica de Belo Monte. E, para completar este quadro, a atual secretária do Meio Ambiente do município, Zelma Campos, está ameaçada de morte.
A disputa em torno de Belo Sun deveria estar no centro do debate público no Brasil. Mas não está. O que acontece na Amazônia tem efeitos no clima do país e do planeta, mas a Amazônia segue longe demais. Como tão poucos se importam, os violentos se sentem à vontade para agir violentamente, quem discorda é repelido ou mesmo ameaçado e a tensão tornou-se um estado permanente na região.
O que acontece hoje na área que a mineradora Belo Sun quer se instalar e no município de José Porfírio é o retrato de um cotidiano de exceção que vai estendendo raízes cada vez mais longas, a ponto de um prefeito do qual a maioria do Brasil nunca ouvira falar interditar o debate de uma universidade federal na capital do Pará. E também um país em que outras cisões, cuidadosamente articuladas, estão em curso.
O momento é grave e os brasileiros, do sul ao norte, precisam compreender algo que deveria ser ensinado nas escolas: na Amazônia, acontece primeiro.
Em 6 de dezembro, o Tribunal Regional Federal da 1a Região suspendeu por tempo indeterminado o licenciamento de Belo Sun e determinou que os povos indígenas sejam ouvidos como determina a Constituição brasileira e a legislação internacional. Esta foi uma vitória, mas uma vitória que todos os envolvidos sabem que pode ser apenas temporária. Se a mineradora canadense avançar sobre o ouro da Amazônia, a Volta Grande do Xingu será duplamente impactada e ninguém poderá prever o tamanho do efeito na floresta, nos rios e na alteração do clima. É correto afirmar que não se destrói a floresta aqui sem perder qualidade de vida em toda parte.
Hoje, Belo Monte converteu-se numa obra ligada à corrupção, à violência contra os povos da floresta e à devastação da Amazônia. Altamira, a principal afetada pela construção da barragem, tornou-se a cidade (com mais de 100 mil habitantes) mais violenta do Brasil. À Belo Monte já está colado um significado negativo. Mas enquanto ela foi construída, os que denunciavam os acordos e as violações eram chamados de “inimigos do progresso” e a maior parte da população brasileira ou defendeu a hidrelétrica ou se omitiu.
O Canadá, país que posa de bom moço no mundo, precisa se manifestar sobre o que está sendo feito em seu nome na Amazônia brasileira
A história hoje se repete com Belo Sun, defendida nos eventos públicos por representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Pará, a licenciadora da obra, e pelo prefeito de Senador José Porfírio com ardor igual ou superior aos próprios representantes da mineradora canadense. A ênfase é no dinheiro que entrará para os cofres públicos, no “progresso” para uma região “pobre” e nos supostos empregos. O agravante é que a história se repete num governo dominado pelos que se chamam de “ruralistas”, fiadores de um presidente denunciado duas vezes e salvo duas vezes por um Congresso corrupto. Se os atos de exceção têm se repetido no centro-sul do país, é possível alcançar o tamanho da desenvoltura de grileiros e desmatadores na região amazônica.