A aquisição milionária de uma usina de produção de oxigênio medicinal, realizada com dispensa de licitação no ano passado pelo prefeito de Oriximiná (PA), Willian Fonseca (PRTB), foi feita mediante um “conjunto consistente de indícios de fraude”.
Chamou atenção, entre outros indícios de fraude, o fato da gestão Willian Fonseca ter concedido diárias para 3 servidores municipais, no período de 17 a 20 de janeiro daquele ano, para se deslocarem, coincidentemente, a São José dos Pinhais.
“Nota-se que, antes mesmo da contratação [da usina] ter sido iniciada e autorizada, a Administração Municipal de Oriximiná já havia concedido [as] diárias para que servidores e deslocassem à sede da fornecedora futuramente contratada”, revela o relatório do CAODPP.
Os indícios de fraude não param por aí. São reforçados por publicações em redes sociais feitas pelo próprio Fonseca que, antes mesmo da conclusão da licitação, anunciou na sua página no Facebook (Delegado Fonseca), a compra da usina junto à Dinatec.
“Tem-se, com isso, forte evidência de montagem e direcionamento da contratação”, destaca o relatório.
E acentua:
“Vale destacar que, em consulta ao comprovante de inscrição e de situação cadastral da referida empresa [Dinatec], verifica-se que ela sequer possui, no seu objeto social, atividade econômica pertinente à fabricação ou comércio de gases industriais ou medicinais”.
Em lives e declarações sobre a compra a usina, o prefeito tem negado qualquer irregularidade na licitação, realizada em momento crítico da pandemia da covid-19 na região do Baixo Amazonas.