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sexta-feira, 8 de junho de 2018

Desigualdade social e impunidade agravam a violência no país, afirma João Goulart

“Eliminar a corrupção na polícia é condição para que haja um combate efetivo ao crime organizado
O ex-deputado João Goulart Filho, pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre, comentou o agravamento da violência no Brasil, revelado pelo relatório “Atlas da Violência”, O Brasil atingiu o índice de 30,3 mortes por 100 mil habitantes em 2016. “Esse número – que é trinta vezes maior do que os índices da Europa – é fruto da desigualdade social provocada pelas políticas neoliberais”, denunciou Goulart. “Para enfrentarmos efetivamente o problema, a primeira coisa que temos que fazer é criar empregos e melhorar os salários”, destacou o filho de Jango.
Em sua opinião, “as políticas de ‘ajustes fiscais’, implantadas nas últimas décadas, só têm feito piorar a situação da violência no país”. “A ideia fixa do Estado mínimo é a senha para que a população e as comunidades sejam abandonadas à sua própria sorte e se tornem presas fáceis do crime organizado. Sem a presença do Estado, ou seja, sem educação, sem cultura, sem saúde, sem lazer e com uma segurança pública sucateada, quem domina as periferias das grandes cidades são os traficantes”. “Ao contrário, o Estado não tem que ser mínimo, ele tem que ser máximo. Máximo para o povo e mínimo para o setor parasitário que hoje é quem mais se beneficia dos recursos públicos”, acrescentou.

“Outra medida fundamental para controlar a explosão da violência é colocar um fim na cultura da impunidade”, disse João Goulart. “Não podemos permitir que o crime organizado, e seus derivados, como as milícias, continuem a agir impunemente. É necessário um combate sem tréguas a esses criminosos”, salientou. “Para isso”, prosseguiu o pré-candidato, “é imprescindível que não haja corrupção dentro da polícia”. “Eliminar a corrupção na polícia é condição para que haja um combate efetivo ao crime organizado. Almejar esse objetivo é incompatível com políticas que tratem a polícia como uma profissão de segunda categoria. Não podemos admitir que os policiais sejam subempregados. Temos que valorizá-los. Não apenas com salários melhores, mas também com melhores condições de trabalho, com investimentos em mais tecnologia, etc”, defendeu o pré-candidato.

“A crise da violência, que provocou a morte de 62,5 mil pessoas em 2016, metade delas formada por jovens, não pode perdurar mais. Além de enfrentar de frente a questão da desigualdade social aqui dentro, temos que reforçar a defesa de nossas fronteiras para barrar a entrada de drogas e armas no país. Para isso é necessário ampliar vigorosamente os investimentos nas FFAA e na Polícia Federal”, observou João Goulart.

“Será necessário também fazermos a reforma urbana para solucionarmos de vez o problema da legalização da propriedade nas cidades. Com essa medida, as famílias conquistam cidadania, passam a ter a propriedade de seus terrenos e suas casas. Podem abrir um pequeno negócio e, com isso, gerar renda para sua sobrevivência. Não é possível, por fim, continuar tratando os dependentes e usuários de drogas como criminosos, como se tem feito até agora. Isso não resolve. Eles têm que ser tratados como doentes, que precisam de ajuda do Estado”, completou.