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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Eleições de 2024: um olhar sobre o passado para traçar o futuro

Por Wilson Pedroso
Em pouco mais de um ano, o Brasil realizará novas eleições municipais. Marcada para o dia 6 de outubro de 2024, a disputa que definirá os próximos mandatos de prefeitos e vereadores bate às nossas portas com características muito particulares.
Ao contrário do que se observa em eleições para a presidência ou para os governos dos estados, o processo ideológico perde força em eleições municipais. As escolhas de prefeito e vereadores têm impacto direto no cotidiano das cidades e o eleitorado tende a se sentir inseguro para apostar em grandes mudanças, o que favorece os políticos que já ocupam cargos públicos.
O conservadorismo em eleições municipais pode ser confirmado pelos números. Vejamos que, em 2020, 63% dos prefeitos que tentaram a reeleição no país conseguiram a vitória. Dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostram que, em 2000 e 2004, o índice de reeleição de prefeitos foi de 58% em todo país, chegando a 67% em 2008. Em 2012, o percentual foi de 55% e apenas em 2016 é que observamos uma situação de exceção, com taxa de reeleição de 47%, explicada pelo desgaste da classe política em razão do impeachment de Dilma Rousseff.
A reeleição é, portanto, uma tendência, embora não seja uma regra. A máquina pública, por si só, não garante a vitória, como ficou claro, por exemplo, nos casos recentes dos ex-prefeitos Nelson Marchezan, de Porto Alegre, e Socorro Neri, de Rio Branco.
Também não ganhará a eleição aquele candidato que apostar apenas na onda da polarização como trunfo eleitoral. Em 2020, o eleitor mostrou-se cansado dos discursos de ódio e intolerância, tanto pró-Bolsonaro, quanto pró-Lula, sendo que o PT reduziu o número de prefeituras e Bolsonaro elegeu apenas 10 de 45 vereadores a quem apoiou publicamente. Em 2024, legendas e candidatos precisarão de criatividade para se aproximarem do eleitor.
Um dos maiores desafios que se apresentam para o próximo ano é justamente o distanciamento de uma considerável parcela da população, cada vez mais desinteressada pelo processo eleitoral. Dentro deste cenário, os jovens merecem ser observados mais atentamente. Em 2022, o Brasil chegou a 2,1 milhões de eleitores na faixa de 16 e 7 anos, contra 1,4 milhão em 2018. Apesar do aumento significativo, as estatísticas sobre o eleitorado jovem ainda se mostram baixas. Para se ter uma ideia, em 1992, mais de 3,2 milhões de jovens menores de 18 anos tiraram o título de eleitor. Portanto, os números atuais ainda são inferiores aos de 30 anos atrás, demonstrando que, hoje, este público possui interesses diferentes, que precisam ser compreendidos pela classe política.
As mulheres também devem ser olhadas com maior atenção. Estatísticas divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em julho de 2022 mostraram que as mulheres representavam 52,65% do eleitorado. Apesar disso, o Brasil elegeu apenas duas governadoras, quatro senadoras e 91 deputadas federais que representam 17,7% do total de 513 cadeiras da Câmara. Os resultados são tímidos, considerando-se o alto potencial de decisão feminina, e indicam que os partidos brasileiros estão fracassando no desenvolvimento de estratégias que tragam as mulheres para o centro das discussões sobre política.
Todo esse conjunto de dados sobre as disputas eleitorais nos fornecem informações importantes que não podem ser ignoradas, ao contrário, devem ser analisadas para compreensão do país. Avaliar o passado é fundamental para traçar o futuro.
Que em 2024 continuemos avançando no exercício da cidadania e no fortalecimento da Democracia.
*Wilson Pedroso é consultor eleitoral com MBA nas áreas de Gestão e Marketing, foi secretário Particular do Estado de São Paulo (2019-2022) e coordenou importantes campanhas políticas incluindo as disputas para a prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado.  

Veja os potenciais nomes a prefeito de Santarém inseridos na nova pesquisa da Destak. Será divulgada nesta quarta-feira

Eleitor de Santarém é entrevistado pela Destak 
O Destak iniciou nesta segunda-feira (18) a coleta de dados em campo de uma nova pesquisa de intenção de votos para prefeito e vereador de Santarém, o terceiro maior colégio eleitoral do
Pará. O resultado será publicado ainda nesta semana no JC.
O levantamento junto a 820 eleitores, todos maiores de 16 anos, irá simular vários cenários para disputa majoritária (prefeitura).
A pesquisa, presencial, do tipos estimulada e espontânea, é encomendada pelo JC.
No cenário estimulado, quando os entrevistados recebem uma lista de nomes e optam por um deles, foram relacionados 7 potenciais candidatos à sucessão do prefeito Nélio Aguiar em 2024.Adriana Almeida, vereadora do UB;
Delegado Jardel, policial civil e ex-candidato ao Senado em 2022;
José Maria Tapajós, ex-deputado estadual;
João da Massamix, empresário filiado ao PSC;
JK, vereador do PSDB;
Maria do Carmo, deputado estadual do PT, e
Márcio Pinto, servidor público filiado do PSOL.
O deputado federal Henderson Pinto (MDB) também aparece em um outro cenário estimulado, sem o nome de José Maria Tapajós.
A pesquisa também tem por objetivo fazer a:Avaliação do segundo mandato do prefeito reeleito Nélio Aguiar e do governador Helder Barbalho (MDB), além da gestão atual do presidente Lula da Silva (PT).Assim como também, individualmente, a avaliação dos 21 vereadores eleitos em 2020.
A Destak vai aferir a opinião do eleitor(a) que reside nas zonas urbana e rural do município.
Santarém, segundo o IBGE, tem população estimada em quase 332 mil habitantes, dos quais mais de 220 mil são eleitores.