TUDO PELA MAMATA

Troca de insultos e sopapos leva PT à Delegacia de Polícia

O Partido dos Trabalhadores – quem diria? – foi parar na Delegacia de Polícia por causa dos arranca-rabos de seus membros na disputa pela fisiologia. Alvo de matéria indignada deste vespertino, onde o partido da estrela solitária sempre teve guarida e simpatizantes, a agremiação volta a oferecer motivo, munição e revolta entre seus filiados históricos e a opinião pública pelo baixo nível de conduta. As disputas estão se acirrando a cada dia na busca de sinecuras, mamatas e prestígio nos círculos de poder que o PT atualmente domina. E não há controle, nem critério ético e diapasão moral para segurar a onda constrangedora dos conflitos. Dessa vez, um dos e1nvolvidos foi nada menos que um militante com status de secretário de Governo, primeiro escalão, gente que senta ou poderia sentar à mesa do governador do Estado para debater as linhas de gestão do interesse público. É o fim da picada, o gosto do desgosto, o fim da feira e do caminho.



“Tá tudo dentro dos conformes!”

A estrela da última sessão de baixaria, arranca-rabo, sopapos e intervenção de delegado de Polícia, foi Joaquim Frazão, secretário de Estado de Articulação Política para Movimentos Sociais, uma pasta que supõe alguém com capacidade de aglutinar forças, aparar arestas e aliviar conflitos. Joaquim fez exatamente tudo ao contrário no último fim de semana. Ele desferiu um sopapo, um upper, como de se diz na linguagem de boxe, no pé do cachaço de Jessé Rocha de Moura, um amarra-cachorro do suplente que virou senador, João Pedro Gonçalves, e que lhe disse que ninguém iria tomar no grito a vitória do dito cujo, na disputa pelo comando estadual da sigla. A provocação responde à grita geral das seis chapas perdedoras, que alegam e provam um conjunto de irregularidades na disputa pelo poder local e regional do PT. João Pedro conseguiu provar a seus pares da Executiva que a roubalheira estava dentro dos limites razoáveis de traquinagem adotada pelo partido. “Tá tudo dentro dos conformes!”.



Público e privado

Depois do tabefe, Frazão saiu de banda e disse ao delegado Peixoto, que “...não teve intenção”. Imagina se fosse caso pensado.. No PT agora é assim, as irregularidades e traquinagens, especialmente na luta pela fisiologia a qualquer custo, envolvendo o assalto aos cofres públicos, são movidas com absoluta naturalidade, não há intenção. O poder passou a ser visto não mais como condição de serviço e bem estar do interesse público mas como extensão dos interesses pessoais e de grupos que compartilham o acesso ao erário. Ligado ao deputado Sinésio Campos, o principal adversário de João Pedro na disputa pela direção estadual, Frazão sabe que com a derrota ele pode, a qualquer momento, perder a sinecura.



Pífia e inexpressiva

O deputado federal Francisco Praciano fingiu de morto pois tem suas intenções voltadas para sodomizar o coveiro. Ele havia firmado um acordo de cavalheiros com João Pedro visando contar com ele para suas pretensões de ocupar uma vaga no Senado Federal. No PT, agora é assim, tudo se dá pelos sagrados princípios da Ordem Franciscana do é dando que se recebe. Praça começou a achar que entre ele e a Vanessa, uma eventual composição subliminar e estratégica com Amazonino poderia lhe dar a chance de desocupar a Câmara em nome de um status maior: o Senado Federal. “Que ela tem a mais que eu?”. A resposta ao deputado é muito fácil. A presença do petista no Congresso nestes três anos foi pífia, inexpressiva, irrelevante se comparada com a parlamentar comunista, um show de bola em defesa do Amazonas.