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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Esquema de empresas “laranjas” em Novo Progresso é denunciado na POLICIA FEDERAL

"Além da Jucepa o cartório também estaria envolvido na facilitação do esquema fraudulento"

Por Carlos Cruz

João Luís está marcado para morrer, após denunciar fraude nos Cartório da cidade de Novo Progresso
O esquema que utiliza “laranjas” está dando frutos além da safra, pelo menos no município de Novo Progresso, no Oeste do Pará, onde um Cartório está sendo suspeito de contribuir com o esquema fraudulento. Por conta dessa revelação escabrosa, o vendedor João Luis Nascimento de Sousa descobriu que era dono de uma empresa madeireira no município de Rurópolis, e mais ainda, que a empresa é uma das campeãs em multas dadas pelo Ibama na região. Sem ter a quem recorrer, ele resolveu registrar queixa na sede da Polícia Federal, em Santarém. A delegada Graça Malheiros, da PF, já determinou que uma equipe federal investigue a fundo essa denúncia.
Uma história de arrepiar – Em nossa redação o vendedor autônomo João Luís Nascimento de Sousa contou que desde o ano de 2009 recebe notificações de multas dadas pelo Ibama de Santarém, pois “sua empresa” sediada no distrito de Divinópolis, município de Rurópolis, é conhecida dos fiscais do Ibama pelas inúmeras irregularidades que pratica.
A história das irregularidades ambientais poderia estar muito bem explicada, não fosse o fato de que o vendedor, que aparece como dono da empresa, na verdade nunca esteve em Rurópolis, não é dono nem de micro empresa de venda de lanches e nem por sonho esteve em Novo Progresso, muito menos no Cartório onde foi feito o registro das assinaturas de “sua empresa”. O que mais assusta é saber que a Jucepa – Junta Comercial do Estado do Pará, mesmo sabendo que as assinaturas que constavam no “documento” de registro da empresa Santos & Sousa Comércio de Madeiras Ltda. – ME, com CNPJ nº 09.294.648/0001-92 e Inscrição estadual nº 15.268.634-7, localizada na Rua Pinheiros – S/Nº – Km 70 – Bairro Divinópolis, no município de Rurópolis/PA, não estavam reconhecidas e que um dos “proprietários” João Luís Nascimento de Sousa, não passava de um laranja, sendo seu nome e CPF 624.668.952-34, usados sem sua autorização, sem que ele soubesse, registrou a empresa.
Buscando por pistas, João Luís procurou um advogado. O que foi descoberto é que a empresa Santos e Sousa Comércio de Madeiras Ltda. – ME antes pertencia a um senhor de pré-nome Benjamin, porém, constava no nome da esposa dele e de outro sócio Domingos Ferreira dos Santos. Em determinado momento, o senhor Benjamin foi procurado por Emerson Paulino de Oliveira, que segundo foi apurado mora à Rua Tapajós, 305, bairro Vista Alegre, em Novo Progresso, e que pretendia se tornar sócio da esposa de Benjamin.
Ele não aceitou a proposta de sociedade. Diante da negativa, Emerson Paulino decidiu comprar a empresa Santos e Sousa, porém, sem que o sócio Domingos Ferreira soubesse que ainda constava na empresa como um dos titulares. Ele com certeza ficaria mais surpreso se soubesse que ainda era sócio na madeireira, e em lugar da esposa do senhor Benjamin entrava João Luís Nascimento de Sousa, na verdade um vendedor autônomo que nada entende de empresa, nunca esteve em Rurópolis, onde está situada a empresa. Um autêntico “laranja”, como se costuma falar.
Surge o laranja – No pomar de laranjas patrocinado por Emerson Paulino de Oliveira, teve lugar para o “empresário” João Luis Nascimento, que morando em Santarém começou a receber correspondências do Ibama, com notificações de multas, sendo que os valores variavam de R$ 160.000,00 a R$ 9.204,00 e até R$ 180,00.
Junto com seu advogado, João Luís Nascimento partiu para novas buscas. Foi, então, que descobriu que a empresa Santos e Sousa do qual era sócio mesmo contra sua vontade, havia trocado de nome, passando a ser denominada de Aranã Indústria e Comércio de Madeiras Ltda. – ME. O curioso é que mesmo sendo empresa “nova”, a madeireira recém-criada conservou o mesmo número do CNPJ da anterior: 09.294.648/0001-92.
Assim que o advogado de João Luis Nascimento chegou ao Cartório de Novo Progresso, descobriu que na Junta Comercial havia o registro da Aranã Madeireira, como sócios constavam os nomes de Sebastião da Silva e Almiro Rauch, que se desconfia sejam “laranjas” de Emerson Paulino de Oliveira, que mesmo não tendo profissão fixa, é dono de um patrimônio, segundo dizem, no valor de R$ 2 milhões de reais, na região de Novo Progresso.
Fato consumado - Depois de toda essa zorra, resta à Polícia Federal de Santarém a tarefa de descobrir quem de verdade é Emerson Paulino de Oliveira e por que razão os nomes que contam no registro das firmas abertas não foram reconhecidos no Cartório de Novo Progresso? E como último recurso, o vendedor João Luis, que teve sua assinatura grosseiramente falsificada, entrar com uma ação judicial, provando que não é e nunca foi dono de empresa madeireira nenhuma e que os Autos de infração feitos em seu nome, não têm nenhuma validade. “Eu não posso nem tirar crédito na Yamada, porque meu nome está sujo”, declarou o vendedor, indignado e com lágrimas nos olhos.
Foto oimpacto.

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