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domingo, 1 de maio de 2011

Desmatamento no Amazonas aumenta com a 'fuga´ de grileiros vindos do Pará e Rondônia

A fuga de madeireiros da cidade de Novo Progresso desde 2002 vem preocupado Ibama no Amazonas .O desmatamento em Apuí é provocada principalmente por produtores rurais fugidos de Novo Progresso

Por Elaíze Farias

A invasão provocada por grileiros vindo de Novo Progresso em Apui
A migração de grileiros vindos de municípios do Pará e de Rondônia para a região de Apuí (a 455,28 quilômetros de Manaus), no Sul do Amazonas, provocou um novo aumento no desmatamento no município, a partir de 2010.
Desde 2002, o município vinha registrando uma diminuição no desmatamento, segundo dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Somente entre janeiro e início de abril de 2011, o satélite japonês Aloe, que tem capacidade para monitorar áreas mesmo com cobertura de nuvem em época de chuva na região, identificou uma área de 850 hectares desmatada em Apuí, segundo o chefe de fiscalização da superintêndencia regional do Ibama Jerferson Lobato.
Os produtores rurais que moram em Apuí, inclusive, aderiram ao Programa Mais Ambiente, do governo federal, e ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), para se regularizar ambientalmente e terem suas áreas desembargadas.
Migração
“Quem está desmatando em Apuí são pessoas que fugiram de municípios como Novo Progresso, no Pará, e de cidades de Rondônia. Não são investidores. São exploradores querendo enriquecer e que agem de má fé na tentativa de se regularizar futuramente. Novo Progresso é um dos principais alvos do Ibama na operação Disparada, desde quando ela foi deflagrada, há mais de dois anos, quando ainda tinha o nome de Boi Pirata.
No último dia 4, produtores rurais chegaram a invadir o escritório do Ibama no município paraense em protesto contra a operação que embargou fazendas e apreendeu cabeças de gado.
Apreensão
Conforme o chefe de fiscalização do Ibama, as informações sobre esses grileiros são obtidas a partir dos dados que o Ibama apura na internet, por meio dos “laranjas” que circulam na sede de Apuí.
A operação Guaricaya vai atuar com uma logística que inclui helicópteros, viaturas e mais de 10 agentes. Ela acontecer durante todo o semestre. Serão aplicadas multas, embargos, apreensões de equipamentos como motosseras, tora de madeiras, etc. Se esses materiais forem encontrados em unidades de conservação, eles serão destruídos.
As ações não serão limitadas a Apuí. As equipes do Ibama também vão atuar nos municípios vizinhos como Novo Aripuanã e Canutama.
O nome Guaricaya é uma referência a um ser mítico que significa em língua omágua (cujo povo omágua já está extinto) que significa “aquele que pune quem não respeita as leis”.

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