Páginas

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Prefeito diz que não tolera esse tipo de prática

Vando, prefeito de Vitória do Xingu
“Sou radicalmente contrário a esse tipo de exploração. É gente explorando gente e isso não podemos aceitar de jeito nenhum, por isso, estamos envidando todos os esforços para que possamos controlar esse tipo de coisa. Até nós já formos foi abordado por aliciadores oferendo vantagens para permitir a entrada de casas de prostituição na cidade de Vitoria do Xingú, achamos um absurdo, disse o prefeito Vando”. 
Depois do contrabando de armas e drogas, o tráfico humano é a maior fonte de renda ilegal do mundo e também a que mais cresce, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). E o Brasil é o maior exportador de crianças e mulheres para prostituição para outros países, mas também pratica o trafico entre estados aqui mesmo no Brasil.  
Nesta semana, mais precisamente na quarta-feira, dia 13 de fevereiro, a policia de Altamira recebeu uma denuncia de que num prostibulo as proximidades do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte existiam em regime de cárcere privado várias mulheres que eram obrigadas a se prostituírem.  A denúncia partiu de uma menor de 16 anos que conseguiu fugir do local no km 17, numa vicinal do Pimental, a cerca de 40 quilômetros da cidade de Altamira e também a 40 quilômetros do município de Vitoria do Xingú.  
Lá, as mulheres foram encontradas em pequenos cubículos, denominados de quartos, com trancas pelo lado de fora, sem condições de higiene e sobrevida, devido a não existência de janelas e nenhuma ventilação. A menor que denunciou a exploração sexual disse que todas elas foram levadas pra lá sob a promessa de trabalho digno e com salários muitos bons. E foram jogadas naquele lugar que tinha alvará expedido pela superintendência de policia Civil para funcionamento de Bar e Lanchonete (Boate Xingú), mas que, no entanto servia como escravidão sexual para várias mulheres oriundas dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Elas já chegavam devendo passagens, alimentação e vestimentas e ainda eram multadas, de acordo com um caderninho de anotações encontrado pela polícia.
A BOATE XINGU usava fachada de lanchonete para esclavidão sexual
Denunciaram ainda que embora tivesses liberdade de ir até Altamira, uma vez por semana e por apenas uma hora, eram constantemente vigiadas pelos “capangas” da boate, assim como recebiam ameaças que de seus familiares iriam sofrer as consequências caso tomassem alguma atitude errada, ou seja, os denunciassem, a exemplo da novela em evidencia. Os clientes da exploração sexual das meninas de 18 a 20 anos, fora a menor de 16, eram os peões dos canteiros de obras que ficava perto, além de vários gerentes das  empresas contratadas pela Norte e Energia que comanda a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.
Embora que a área pertença a Vitoria do Xingú, a operação partiu do município de Altamira, já que os mesmos delegados prestam serviço nos dois municípios, de acordo com determinação da Superintendência de Policia Civil, segundo informação do DPC Lindoval Borges.  Contudo, apenas o Conselho Tutelar do município de Altamira foi acionado para fazer parte da operação chefiada pelo DPC Rodrigo Spessato, deixando de lado o Conselho tutelar de Vitoria do Xingú que só foi informado do caso através da mídia. 
Conselho Tutelar: Segundo Maria Auxiliadora, o Conselho Tutelar de Vitoria do Xingú, não foi por nenhum momento informado do caso, num claro desrespeito a entidade, já que a responsabilidade seria do referido Conselho e não o de Altamira que acompanhou a operação. Ela reclamou que embora tenham todos os aparatados fornecidos pela prefeitura de Vitoria do Xingú, através de Erivando Amaral, o Conselho também sequer sabia dessa exploração realizada naquele lugar. “Posso dizer que isso foi uma falta de consideração do Conselho de Altamira”, desabafa contrariada com o fato.
Norte Energia:Todavia, em nota à imprensa, a Norte e Energia e o Consorcio Belo Monte (CCBM) informou que o prostibulo não estava dentro das dependências dos canteiros de obras, sim em terreno particular distante a cerca de 20 quilômetros do canteiro mais próximo. Que o acesso era fácil porem sem o controle da empresa. Que no momento da operação não foi constatada a presença de nenhum funcionário dos quadros da Norte e Energia. No mais, não toleram esse tipo de pratica e tem empreendidos esforços junto ao poder publico para coibir tais ações. E que embora não estejam envolvidos estão colaborando com as diligencias para punir os verdadeiros culpados.
Prefeitura de Vitória do Xingu-Por telefone o prefeito da cidade, Erivando Amaral, o Vando, afirma que é radicalmente contrário a esse tipo de exploração. “É gente explorando gente e isso não podemos aceitar de jeito nenhum, por isso, estamos envidando todos os esforços para que possamos controlar esse tipo de coisa. E a primeira medida a ser tomada é uma fiscalização em todas as casas noturnas e bares da cidade”, ressaltou o prefeito. Denunciando também que já foi abordado por aliciadores lhe oferendo vantagens para permitir a entrada de casas de prostituição na cidade de Vitoria do Xingú, repreendendo severamente tal atitude. “Nosso governo tem dado total apoio aos conselheiros, a policia militar e civil com estrutura necessária”, desabafou o prefeito.
Foram presos os gaúchos Fabricio Pinheiro, 33 anos, de Cruz Alta (RS) e Adriano Cansan, 20 anos, de Nova Roma do Sul (RS), que estão em Altamira à disposição da justiça.  Já as mulheres resgatadas pela policia se encontram em um abrigo da prefeitura de Altamira, e vem sendo acompanhados por assistentes sociais.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Participe do Blog do Xarope e deixe seus comentários, críticas e sugestões.