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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Testemunha confirma compra de votos pela Dilma prefeita de Belterra


Jocinaldo confirma fraude cometida por Dilma Serrão, na eleição de 2012
Jocinaldo confirma fraude cometida
 por Dilma do PT, na eleição de 201
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O ex-cabo eleitoral da prefeita de Belterra, Dilma Serrão (PT), o braçal Jocinaldo Delgado, conhecido como “Catraca”, procurou nossa reportagem para fazer revelações exclusivas sobre os bastidores da campanha do Partido dos Trabalhadores, nas eleições de outubro do ano passado, naquele Município.
Na manhã de terça-feira, 07, a prefeita Dilma Serrão foi ouvida em depoimento pela Justiça Eleitoral, em Santarém. Ela é acusada de praticar vários crimes eleitorais durante o pleito, como compra de votos, distribuição de combustível para veículos e transporte de eleitores para os locais de votação.
Segundo Jocinaldo Delgado, que estava acompanhado de seu advogado em nossa redação, um voto em Belterra no dia eleição foi comprado pela quantia de R$ 100,00, por diversos eleitores, para optar pela chapa do PT. Ele declara que por conta de ser um dos cabos eleitorais que liderou todo o processo de compras de voto, chegou a ser preso pela Polícia Federal e encaminhado para a Penitenciária Silvio Hall de Moura, em Santarém.

Doze horas depois de ter sido preso, de acordo com Jocinaldo, a coligação do PT enviou uma pessoa para pagar a sua fiança. Em seguida, foi liberado, mas continua respondendo o processo a Justiça.

“Hoje, decidimos ficar do lado da verdade. Não podemos ficar calado, porque ela (Dilma) está prejudicando o povo de Belterra. A nossa intenção é falar a verdade para que Belterra não venha a sofrer com isso. Respondo processo por compra de votos, na Polícia Federal”, afirmou “Catraca”.

Jocinaldo Delgado aponta que no julgamento de terça-feira, a Justiça não lhe deu oportunidade de se manifestar, ou seja, não o deixou prestar depoimento do que aconteceu no dia da eleição, em outubro do ano passado. O ex-cabo eleitoral reafirma que cerca de uns vinte dias antes das eleições, havia constantes reuniões na casa do vereador Marlisson, com a presença do ex-prefeito Geraldo Pastana e a então candidata Dilma e, que lhe fizeram a proposta de arranjar emprego após as eleições.

“Tínhamos essas orientações para trabalhar com compra de votos, mas só o pessoal de confiança que deveria pegar o dinheiro para distribuir pros eleitores. Quando a gente chegava atrasado, porque estávamos em uma situação, tipo ‘negociando’, aí tinha outro pessoal”, revela o simpatizante político.

Jocinaldo deu detalhes de como foi autuado pela Polícia Federal: “Quando cheguei da rua, que tinha ido fazer a entrega de combustível para um cidadão, fui fazer o pagamento para o rapaz de R$ 100,00, que era para a compra de três votos, onde o restante íamos pagar na quarta-feira. Já tínhamos comprado três votos dele no mesmo dia, pela parte da manhã por R$ 300,00. Quando foi à tarde apareceu o candidato Marlisson, que era de confiança da Dilma, me chamou e perguntou o que eu achava de comprar votos, porque eles (os policiais) estavam desconfiando”, detalha Marlisson.

Ele completa que resolveu pagar o cidadão na rua e, foi quando a Polícia chegou e lhe deu voz de prisão, assim como para o eleitor que tinha acabado de vender o voto. “Eu e o rapaz fomos presos por compra e venda de votos, a mando da Dilma e do Marlisson. Às vésperas da eleição a Dilma falou que se houvesse algum problema, ela não ia nos desamparar. Quando chegou na Delegacia, eles perguntaram: É da coligação do PT e, o advogado que hoje defende a Dilma piscou pra mim e na hora entendi que era justamente pra livrar a cara da Prefeita”, afirmou Jocinaldo.

Depois, segundo Jocinaldo, a prefeita Dilma mandou o recado que era para eu me manter tranqüilo que eles iam mandar suporte, sendo o que aconteceu.

“Ainda cheguei a ser encaminhado para a Penitenciária, mas 12 horas depois, pagaram a fiança e não sei direito de onde veio o dinheiro. Um candidato da coligação a Vereador disse que a Prefeita não havia me deixado na mão. Ele falou que não podia ser revelado nada, por conta do dinheiro público ser proibido o uso em campanha”, divulgou.

Jocinaldo garante que também acompanhou a entrega de gasolina e o transporte de eleitores para os locais de votação, junto com o vereador Marlisson. “Passamos o dia inteiro na casa do vereador Marlisson abastecendo motocicletas, onde havia diversos carotes de gasolina. Cheguei a ficar com problemas na garganta de tanto sugar gasolina dos carotes para as motos”, revela Jocinaldo.

SIGILO BANCÁRIO: Durante o julgamento de Dilma Serrão, a coligação do Democratas pediu a quebra de sigilo bancário da Prefeitura de Belterra, junto à Justiça Eleitoral, assim como das secretarias de Administração e da SEMTEPS, todas mencionadas no depoimento das testemunhas, as quais possivelmente foram feitas as transferências bancárias para as pessoas que trabalharam nas eleições. A intenção do Democratas é verificar como estavam as finanças do Município durante as eleições de outubro do ano passado.

Outros requerimentos com pedidos à Justiça Eleitoral também foram feitos pela coligação do Democratas, como: Que seja oficiada a Prefeitura Municipal de Belterra a entregar o contrato do pregão presencial 004/2012, bem como todas as notas fiscais emitidas no referido contrato; Oficiar ao Auto Posto São João LTDA, localizado na Comunidade Tabocal, BR 163, para encaminhar cópias de todas as requisições atendidas referente ao contrato do pregão presencial 004/2012; Juntar aos autos pela Justiça Eleitoral a prestação de contas da candidata a Prefeita, do candidato a vereador Marlisson, e do Comitê da Coligação do Partido dos Trabalhadores (Majoritário e Proporcional); Oficiar ao Auto Posto Petrodiesel (Ipiranga), localizado na BR 163, Km 6, Bairro Cambuquira, para que encaminhe cópias das notas do posto do bloco 02000 ao 04000, emitidas no período de 05/07/2012 a 06/09/2012.

PRAZO: A titular da 104ª Zona Eleitoral, juíza Luciana Maciel Ramos, que presidiu o julgamento, deu o prazo de dez dias para que a coligação do PT possa expedir ofício aos órgãos e empresas mencionadas para que remetam os documentos requeridos, com a advertência de que o não cumprimento da diligência no prazo estipulado gerará a instauração de processo de crime por desobediência (art. 22, XI, da LC 64/90).

Ela determinou, ainda, que o Cartório Eleitoral junte nos presente autos, cópia da prestação de contas da candidata a prefeita Dilma Serrão, do candidato a vereador Marlisson, assim como do comitê do Partido dos Trabalhadores, conforme requerido pela parte representante e constante no item 6.

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