Um representante da
Associação Brasileira de Magistrados chegou nesta quinta-feira (25) a
Marabá, no sudeste do estado, para acompanhar as investigações sobre a
ameaça de morte contra o juiz titular da Segunda Vara Federal do
Trabalho no município, Jonatas dos Santos Andrade - que não quis gravar
entrevista com a TV Liberal, mas recebeu o magistrado no aeroporto.
“A
associação vem aqui prestar apoio ao dr. Jonatas e junto aos órgãos de
segurança do estado, cobrar ações efetivas para que essas ações
delitivas sejam monitoradas e seus responsáveis sejam severamente
punidos”, disse José Barroso Filho, da associação de magistrados.
Segundo
o juiz Jonatas dos Santos Andrade, natural de Santarém, as ameaças
começaram há cerca de um mês e teriam partido de um fazendeiro da região
que foi sentenciado pelo juiz com a penhora de 18 veículos e cerca de
900 cabeças de gado em uma ação trabalhista. A sentença teria
desagradado o pecuarista. O fazendeiro acusado de ameaçar o juiz é Décio
José Barroso Nunes, conhecido como "Delsão".O
Tribunal Regional do Trabalho de Marabá já comunicou o caso à Polícia
Federal, ao Ministério Público Federal e ao Serviço de Inteligência da
Secretaria de Segurança Pública do Estado do Pará (Segup). Em nota
oficial, o tribunal também informou que já deslocou integrantes do grupo
especial de segurança para proteger o juiz e parentes.
No ano passado, o juiz Jonatas Andrade foi vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos concedido pela Presidência da República devido a trajetória do magistrado no combate ao trabalho escravo.
No ano passado, o juiz Jonatas Andrade foi vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos concedido pela Presidência da República devido a trajetória do magistrado no combate ao trabalho escravo.
“É o
próprio estado brasileiro que vai prestar essa resposta ao dr. Jonatas e
a todo e qualquer juiz que cumpra o seu dever. A gente não admite esse
tipo de prática porque ao final das contas nós estamos preservando o
cidadão e o estado democrático de direito”, completou José Barroso
Filho.
O fazendeiro Décio Barroso foi procurado, mas ele não
retornou. A Associação de Magistrados da Justiça do Trabalho do Pará
informou que está dando todo apoio institucional ao juiz que está sendo
ameaçado. A Segup disse que o caso já está sendo monitorado. (ORM)
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