O monumento erguido para simbolizar a
abertura da BR 230, popularmente conhecida como rodovia Transamazônica,
está abandonado. O marco zero foi construído na década de 70 para
assinalar o inicio da abertura da rodovia que cortou a região amazônica
para integrar o país. A denuncia de abandono foi formalizada no dia 05
de julho de 2013 pelo representante da Associação de Defesa do Meio
Ambiente e Desenvolvimento da Transamazônica, AMATA, no Ministério
Público Federal de Altamira, sudoeste do Pará.
No documento Luís Antônio da Cunha,
afirma que a associação deseja desenvolver um projeto de revitalização
do monumento federal, que fica há cerca de dois quilômetros da sede de
Altamira, só que no local além da estrutura comprometida e do mato, foi
verificada a instalação de um poste de alta tensão. O serviço foi feito
por uma empresa contratada pela Rede Celpa, para a distribuição de
energia para a região que fica no entorno da Usina hidrelétrica de Belo
Monte, que está sendo construída no rio Xingu.
Luís Antônio pede providências ao MPF
para que seja viabilizada a retirada ou transferência do poste para
outro local que não seja dentro da área do monumento, já que o serviço
já foi concluído e a linha já foi energizada. Ele afirma que a reforma
do local só será viabilizada depois da retirada o poste. “É um
desrespeito o que fizeram com um monumento histórico como esse. Antes de
colocar esse poste ali, eles tinham que ter feito um estudo”.
O representante da AMATA convidou um
engenheiro e um supervisor de linha de transmissão para fazer uma visita
ao monumento a avaliar a estrutura para a reforma. Segundo o
engenheiro, Juberlan Varela, o marco zero só poderá ser restaurado
depois que for retirado o poste do local. “Do jeito que o poste de
energia está não há viabilidade alguma de se fazer a reforma do
monumento. A primeira coisa a se fazer é retirá-lo e depois as obras
podem ser feitas”, afirma Juberlan.
A solução, segundo Geraldino Emídio,
supervisor de linha de transmissão seria o desvio da linha de energia.
Ele conta que seriam necessários cerca de quatro postes para se fazer
esse desvio e deixar o marco zero livre. “Esse serviço precisa ser
feito. Mesmo que tivesse passado apenas a linha de transmissão de
energia sobre o monumento, já seria um desrespeito a memória do local”,
disse o supervisor.
O representante da AMATA espera que o
Ministério Público Federal consiga resolver esse impasse para que o
local seja revitalizado. “Acredito que a justiça deve resolver esse
problema para que assim a AMATA possa dar prosseguimento no projeto de
revitalização do monumento.”
Rodovia Transamazônica
Planejada para integrar melhor o Norte
brasileiro com o resto do país, a Rodovia Transamazônica foi inaugurada
em 27 de agosto de 1972. A cerimônia aconteceu em Altamira, no
sudoeste do Pará. O presidente militar Emílio Garrastazu Médici veio ao
município acompanhado pela sua comitiva e descerrou a placa inaugural do
monumento chamado de Marco Zero. Na época uma árvore de castanheira foi
colocada no local. O tronco dela ainda está no monumento, mas como a
praça, ele também está comprometido pelo abandono.
A Transamazônica é a terceira maior
rodovia do Brasil, com 4 223 km de comprimento, ligando Cabedelo, na
Paraíba à Lábrea, no Amazonas, cortando sete estados brasileiros;
Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas. Nasce na
cidade de Cabedelo, na Paraíba, e segue até Lábrea, no Amazonas.
É classificada como rodovia transversal. Em grande parte, principalmente no Pará e no Amazonas, a rodovia não é pavimentada.
Outro lado
Em nota a assessoria de comunicação da
Rede Celpa informa que a referida estrutura faz parte da Linha de
Distribuição (LD) Altamira - Santo Antônio, concluída em 28/05/2013.
Esta linha atende a região de entorno da Usina Hidrelétrica Belo Monte
(vilas, comércios, etc.) e, futuramente, o município de Anapu.
Para sua implantação, a Celpa seguiu as
normas técnicas, ambientais e de segurança pertinentes. Sendo que para
isso obteve autorização prévia do poder público local e dos órgãos
competentes, os quais determinaram a posição da Linha de Distribuição.
A concessionária afirma, ainda, que teve
a preocupação em preservar a estrutura do monumento, sendo que o
posicionamento do poste tem o objetivo de evitar acidentes elétricos e
permitir o pleno funcionamento do sistema. A obra faz parte do plano de
investimentos e expansão da rede elétrica da Celpa e vai contribuir para
a melhoria do fornecimento de energia na região. Assumindo como
compromisso o desenvolvimento responsável do estado.
Valéria Furlan
Valéria Furlan
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