A Polícia Civil continua investigando a morte de um adolescente indígena, em uma aldeia de etnia Munduruku, no município de Jacareacanga, no oeste do Pará. O jovem índio, filho do vice-prefeito da cidade, Roberto Crixi, foi encontrado morto por índios da própria aldeia, na tarde da última segunda-feira (12).
Segundo o secretário municipal de Assuntos Indígenas, Ivânio Alencar, um laudo médico apontou que cerca de 50% do corpo do adolescente apresentavam queimaduras que, conforme as suspeitas iniciais, podem ter sido causadas por água quente.
As queimaduras não pareciam ter sido causadas por fogo, mas sim por água fervente. "Também chegou-se a cogitar que as queimaduras tivessem sido causadas pelo próprio calor do solo onde o corpo estava jogado", disse Alencar, detalhando que também foram identificadas escoriações e uma fratura.
"A priori, ninguém sabe ainda quem o matou, mas há comentários de que ele pode ter sido vítima de outros índios. Se foi ou não isso, é a autoridade policial quem vai apurar, bem como as possíveis causas. Não há muito que a prefeitura possa fazer em um caso como esse. Estamos esperando o posicionamento da Funai [Fundação Nacional do Índio]", declarou o secretário. A reportagem apurou ainda que, embora o vice-prefeito viva na cidade, o filho passava a maior parte do tempo na aldeia.
Segundo o delegado-chefe da Polícia Federal (PF) em Santarém (PA), Sérgio Fernando Velloso Pimenta, todas as informações fornecidas, por telefone, por autoridades de Jacareacanga foram repassadas à Superintendência da PF no Pará, que concluiu inicialmente que o caso não exige a participação federal, podendo ser investigado pela Polícia Civil.
O superintendente da Polícia Civil em Itaituba (PA), Edinaldo Silva de Sousa, confirmou que um inquérito foi instaurado, mas fez uma ressalva: "Como o crime ocorreu na aldeia, nós [Polícia Civil] ainda estamos analisando se a competência, de fato, não é da PF".
O superintendente da Polícia Civil em Itaituba (PA), Edinaldo Silva de Sousa, confirmou que um inquérito foi instaurado, mas fez uma ressalva: "Como o crime ocorreu na aldeia, nós [Polícia Civil] ainda estamos analisando se a competência, de fato, não é da PF".
Responsável pelo inquérito, o delegado titular de Jacareacanga, Lucivelton Ferreira dos Santos, disse que há fortes indícios do jovem ter sido morto por outros índios. Segundo ele, os policiais estão encontrando resistência para entrar na aldeia. "Alguns moradores da aldeia estão resistindo a nos deixar entrar e a nos dar informações. Por isso nós estamos em contato com o pai da vítima e com funcionários da Funai. Se eles conseguirem um acordo com as lideranças indígenas, nós vamos à área. Caso contrário, vamos ter que pedir o apoio da PF", disse Sousa.
A reportagem não conseguiu contactar o coordenador técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Jacareacanga.
Com informações da Agência Brasil
Com informações da Agência Brasil
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