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domingo, 2 de março de 2014

A raposa e o galinheiro: “Quem tem dedo sujo não pode apontar os erros dos outros, afirma xarope”

 “O “rei da moral e dos bons costumes” Sérgio Leão, vai fiscalizar a aplicação de recursos públicos nos municípios paraenses e na maior caricatura de madeira, vai exigir a punição de gestores quando a prestação de contas contiver indícios de irregularidades. Xarope lembra: colocaram uma Raposa para tomar conta do galinheiro”.
Parece que a polícia deixou de prender os corruptos e a justiça em lugar de condenar, elege os figurões da corrupção ativa para fazer parte de seu grupo antes tido como respeitável. Toda a legitimidade do poder judiciário do Estado parece que  caiu por terra depois da indicação de Sérgio Leão, “todo poderoso e eminência parda” de vários governos. Depois da absolvição dos envolvidos no escândalo do “mensalão”, do PT, o PSDB repete o mau exemplo e contando com apoio da base governista na Assembleia Legislativa, se uniu e conseguiu “por livre e espontânea pressão”, eleger o ex-secretário especial de vários governos do PSDB-PA, Sérgio Leão. Ele foi indicado e seu nome foi confirmado para conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Com muita honra, o suspeito de participar de vários esquemas de corrupção sentará na cadeira vaga foi indicada pelo Poder Legislativo Estadual.
Provando que a impunidade fala mais alto, Sérgio Leão não deu ouvidos aos adversários que o acusavam com provas de não ter a “conduta moral ilibada” exigida tanto pela Constituição do Estado do Pará quanto pelo regimento interno do próprio TCM para a candidatura - já que ele e seu amigo de longa data, o governador Simão Jatene (PSDB), são investigados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo escândalo Cerpasa.
Uma raposa no galinheiro- No cargo do TCM, ao lado de outros seis conselheiros, Sérgio Leão, “cheio de pose e moral”, vai fiscalizar a aplicação de recursos públicos nos municípios paraenses e, se necessário, punir com rigor os prefeitos que caírem na “malha fina”, quando a prestação de contas contiver indícios de irregularidades - algo que pode comprometer de forma fatal o mandato e inclusive futuras candidaturas municipais.
O Artigo 119 da Constituição Estadual do Estado e o Capítulo IV do Regimento Interno do Tribunal cita como requisitos obrigatórios para os candidatos a Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, que tenham  investidura do cargo, “idoneidade moral e reputação ilibada”, virtudes que Sérgio Leão, e sua alma poluída, não tem nem em pensamento.
Sérgio Leão é acusado de fazer parte junto com o governador Simão Robson Jatene do envolvimento, em um caso que começou em 2002, quando foram encontrados, na sede da Cervejaria Paraense S.A., cerca de R$ 16,5 milhões não contabilizados pela empresa em operação fiscal da Polícia Federal. Na época, o atual governador concorria pela primeira vez ao governo do Estado e, de acordo com as investigações, teria recebido mais de R$ 4 milhões da empresa para sua campanha, também não contabilizados.
Logo em seu primeiro ano de mandato, em 2003, o então governador eleito Simão publicou três decretos perdoando parte da dívida da cervejaria, cerca de R$ 47 milhões, e de outras 37 empresas que também deviam ao fisco estadual. Dos 41 deputados que ocupam o parlamento estadual, ficou de fora da votação secreta apenas Martinho Carmona (PMDB), licenciado no dia da eleição. Sérgio Leão ganhou com folga seu opositor, o deputado Júnior Hage (PR).
Cara de Pau- “Tenho uma folha de prestação de serviços ao Estado e todas as áreas, administrativas, financeiras. Diria que tudo aquilo de instrumental que necessita um conselheiro para desenvolver suas atividades, eu disponho”, afirmou depois um Leão já bem menos ingênuo, ainda mais quando questionado sobre o decorrer da campanha. Xarope avisa, “sonso, quem não te conhece, é que te compra”, avisa o blogueiro com a pulga atrás da orelha.

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