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segunda-feira, 10 de março de 2014

O Pastor e o Poder...



Por Por Carlos Cruz:
Quem sabe no começo o Pastor José Lima quisesse apenas ser um missionário, nada mais que isso. Porém as mesmas circunstâncias que o motivaram a ser um Homem de Deus, pregador com mérito da Palavra Santa, talvez tivessem servido para levar o homem de Deus a bater com os costados na Praia do egoísmo, e mergulhasse como um ser humano simples, sem unção divina, nas águas do pecado capital. Mas no início não era assim. O menino José de Lima Furtado escolheu a conversão como caminho que o levaria a ter de verdade a Presença e as bênçãos do Criador. E descobriu que este era seu caminho. E por meio desse caminho ele iluminou muitos, inclusive sua família, e, por conseguinte, conhecidos, vizinhos, até os que lhe faziam oposição.
José Lima fazia parte de uma congregação religiosa evangélica pentecostal. E só por isso teria seus méritos no Céu. Mas preferiu muito mais. Foi em uma manhã de chuva que ele teve a feliz ideia (na opinião dele), de entrar no mundo político dos homens. E assim o fez, por meio de uma filiação partidária, uma dentre várias que teve, mesmo sem ser eleito em nenhuma. E foi essa vontade política partidária que o fez abandonar a facção religiosa tradicional onde era mais um Pastor religioso, para fundar sua própria denominação, onde ele, (assim pensava), era Amo e Senhor, segundo a linguagem dos homens e Servo e Mordomo de Deus, segundo ele mesmo auto intitulava-se.  Redundâncias á parte, José Lima na verdade era mais um homem que queria vencer, mas sem a devida orientação. Nem originada da Palavra Verdadeira, muito menos da parte dos deuses homens marqueteiros.
Conheci o pastor José Lima através de uma amiga cantora evangélica, por sinal uma das melhores, Suzana Amaral. Um dia á noite, em uma de nossas várias peregrinações, propagando sua evangelização através da música, chegamos á Igreja Assembléia dos Abençoados na Unção, ou Igreja da Unção, como era mais conhecida no município de Marituba, no Pará. Lembro que era uma igreja bem simples, mas o que chamava á atenção era a quantidade de membros mesmo nessa pequena Igreja. À noite, seja em domingos, feriados ou dias da semana, não importavam, os fiéis membros compareciam em peso. E por conta dessa fidelidade, o Criador abençoava mais e mais essas ovelhas abnegadas ao Mestre, carinhosas ao seu Pastor José Lima e abençoadas infinitamente em todos os setores de sua vida. Mas onde o erro encontrou a brecha para poder se alojar, com as armas e a presença do inimigo através da ganância de seu Pastor. Fácil explicar.
José Lima, conforme dito anteriormente, deixara a denominação onde era Pastor para abrir sua própria igreja, onde sua posição terrena se erguia um pouco mais. Tendo uma igreja só dele, poderá agir como bem entendesse, sem dar satisfação a nenhum Mortal, fosse dirigente da Igreja ou não. E se escolhesse escutar a Voz de Deus, tudo bem. Se não...tudo bem também.
Com certeza, o Pastor não escutou a Voz do Criador, do contrário não teria feito tantas traquinagens que fizeram com que abandonasse o Criador. E sua Lei, seus Mandamentos e suas Ordens. Primeiro, achou de abrir igrejas em quase todos os bairros do município de Marituba, mesmo sem ter mão de obra religiosa suficiente. Foi um erro trágico para sua denominação. As Obras estavam a espera do ceifador, como um imenso campo congregacional espera por seus Pastores e Operários ungidos. Mas o que o Pastor José Lima queria mesmo era usar os ditames e as Obras do Criador como escada para subir ao topo e ganhar um mandato político. E se candidatava a vereador, deputado, certa feita, eu lembro muito bem que seu nome foi inclusive cotado para ser candidato a prefeito. Mas uma coisa é escutar a Voz de Deus, outra é a do Diabo, por meio da ganância em querer ser o que “o calendário não marca”, conforme filosofia de minha finada avó.

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