O candidato a vice-governador na chapa de
Simão Jatene na disputa pelo governo do Pará, deputado Zequinha Marinho
(PSC-PA), afirmou em discurso na tribuna da Câmara dos Deputados, em
Brasília, que o beijo gay é “uma aberração”; e “uma afronta”, além de
comparar o ato ao crime de latrocínio.
O pronunciamento foi postado na própria conta do candidato a vice-governador do Pará no YouTube.
Zequinha Marinho ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados para
protestar contra a exibição de um “beijo gay” em uma novela da TV Globo.
O candidato a vice-governador disse que, ao mostrar um beijo gay, a
televisão envergonhou a família brasileira. “A família brasileira teve
que assistir a um beijo gay em pleno horário nobre”, disse.
O pronunciamento causou surpresa, em
especial porque foi o primeiro discurso do deputado em 2014 e os
jornalistas presentes imaginaram que Marinho ia defender algum projeto
de interesse do Estado. “Eu vim aqui, sr. presidente, em meu primeiro
pronunciamento este ano, fazer um protesto contra a aberração, a afronta
que foi o último capítulo da novela da Rede Globo, que coloca no ar,
para vergonha da família brasileira, um beijo gay (...). Isto faz meu
sangue ferver”, afirmou Zequinha Marinho.
O deputado também afirmou que os latrocínios
ocorrem por influência da televisão e o mesmo acontecerá pelo fato de
um beijo gay ser mostrado em horário nobre. “Será que nós queremos fazer
com esta geração o que os desenhos animados fizeram com as crianças há
algum tempo atrás e estamos colhendo os frutos hoje?”, indagou.“Mata-se
por brincadeira. O camarada quer assaltar para tomar um celular, a
vítima entrega o celular e ainda é executado [sic]. A televisão
brasileira ensinou isso. A sociedade colhe os frutos disso”, disse. O
discurso foi feito em fevereiro deste ano.
CONTRA ADOÇÃO
As declarações homofóbicas ditas por Marinho
este ano não são as primeiras manifestações do vice de Jatene contra o
público LGBT. Para quem não sabe, o aliado de do governador propôs um
projeto de lei que visa impedir que gays adotem crianças. “O
convencional, o normal é que essa criança seja adotada por uma família
constituída por um homem e por uma mulher em uma relação estável, pelo
menos. Como essa criança vai se encontrar no mundo amanhã tendo o pai
igual a mãe e a mãe igual ao pai?”, disse Marinho em entrevista ao
portal R7, em 9 de abril de 2010.
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