Obras do Colosso do Tapajós e do Ginásio Poliesportivo estavam paradas por atraso de salários
Em reta final de campanha para o segundo
turno das eleições deste ano, que acontece neste domingo, 26, obras da
atual administração de Simão Jatene (PSDB) foram aceleradas em Santarém,
o que gerou desconfiança entre os eleitores. Entre as obras estão: a
reforma e conclusão do Estádio Colosso do Tapajós”; a construção do
Ginásio Poliesportivo, na área do antigo Campo do América; além da
Escola Tecnológica de Santarém, na rodovia Fernando Guilhon.
O ritmo frenético dos operários nos
canteiros de obras gerou desconfiança da população, por conta dos
serviços terem sido iniciados, há pelo menos dois anos e de o prazo para
a conclusão e inauguração terem expirado.
Além da questão dos serviços terem sido
feitos nos últimos meses a ‘passos de tartaruga’, nesta semana outro
problema beirou os canteiros de obras de Jatene, em Santarém. Uma
denúncia do atraso dos salários de que cerca de 150 operários, que
trabalham no Estádio Colosso do Tapajós trouxe à tona a desconfiança da
‘maquiagem’ nas obras do atual Governador. Na segunda-feira, dia 20,
nossa reportagem foi informada que os operários haviam cruzados os
braços por causa da falta de pagamento. Com medo da repercussão na
imprensa, membros do governo do Estado deram um jeito e quitaram uma
parte do débito com os operários, que voltaram a trabalhar.
Em contato com nossa reportagem, um
grupo de operários confirmou o atraso do salário em um mês, assim como a
contratação de novos profissionais, para acelerar o ritmo de trabalho
na obra. “Por várias vezes a obra quase parou. Foram vários problemas,
como salário atrasado, falta de material para dar prosseguimento nos
serviços e até mesmo falta de mão de obra. Nesta semana, como num passo
de mágica, quase tudo voltou ao normal”, disse um operário, que pediu
para não ter a identidade revelada.
LENTIDÃO: A lentidão
nos serviços de reforma e ampliação do Estádio Colosso do Tapajós em
Santarém motivou membros da Câmara Municipal, a realizar em julho de
2013, uma reunião extraordinária para debater e procurar soluções para o
problema. Na época, os parlamentares cobraram agilidade na obra.
A falta de um estádio para os clubes
locais mandarem suas partidas em Santarém virou motivo de reclamação de
desportistas e autoridades. A reunião teve como objetivo avaliar o
andamento da obra do Colosso do Tapajós e discutir as informações
pertinentes à funcionalidade do estádio neste período de reforma.
A reunião foi requerida pelo vereador
Júnior Tapajós (PMDB) e contou com a participação de um representante do
Consórcio União Paraense, empresa responsável pela obra. Também foram
convidados para participar os representantes da Secretaria Municipal de
Esporte e Lazer (SEMJEL), da Federação Paraense de Futebol, da
Secretaria de Obras do Pará (SEOP) e da Liga Esportiva de Santarém. A
comunidade esportiva de Santarém também foi convidada para a reunião.
EMPREENDIMENTO: O novo
Colosso do Tapajós é uma obra que resulta de um investimento de R$ 18
milhões feito pelo governo do Estado, o qual ganhará centro de
treinamento para atletas, vestiários, banheiros para o público, espaço
para restaurantes, áreas para lanchonetes, novo sistema de iluminação,
amplo estacionamento e elevador, que servirá a pessoas com necessidades
especiais e para o acesso à tribuna de honra e à cabine de imprensa. A
previsão para conclusão da obra, que segunda o Consórcio União Paraense,
já está com 38% concluídos, ainda é dezembro de 2014. A realização é
gerenciada pela Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop).
Além do Estádio Colosso do Tapajós,
dezenas de operários também aceleraram os serviços no Ginásio
Poliesportivo. Arquibancadas no anel da praça de esportes, entre outros
serviços estão sendo construídos em ritmo acelerado. Moradores das
proximidades desconfiam que após a eleição deste domingo, tudo vai
voltar a passos lentos.
PROBLEMÁTICA: No dia 23
de maio deste ano, muita confusão ocorreu nas obras do Ginásio
Poliesportivo de Santarém, quando o operário Antônio Miguel colocou fogo
em materiais do almoxarifado, queimando alguns equipamentos utilizados
na construção da praça esportiva. Os motivos, de acordo com o
funcionário, foram o atraso de dois meses de salário, sua demissão e o
não pagamento da rescisão de seu contrato na data marcada.
Além disso, um grupo de 11 operários fez
uma paralisação no dia 22 de maio, para protestar contra os atrasos de
salário. Esses funcionários, que participaram da reivindicação, alegaram
que também foram demitidos e tiveram seus contratos rescindidos.
“O meu salário e o dos meus companheiros
atrasaram. Viemos de Belém para cá e o combinado era o de ganhar uma
quantia “x”, mas isso não foi cumprido. Eles ficaram de nos dar o
restante e como não foi pago, tomei essa atitude por causa do meu
trabalho. Minha filha, meu filho e minha ex-esposa precisam de mim e
como vou dar dinheiro pra eles se a empresa não deposita na minha conta?
Colocamos fogo para chamar a atenção da imprensa, da população, do
governo que não está fazendo certo. O engenheiro e a empresa falam que o
governo não liberou a verba e quem sofre somos nós, pais de família e
cidadãos que prestamos serviço para empresa”, afirmou, na época, Antônio
Miguel.
A Polícia Militar e o corpo de Bombeiros
foram acionados para conter a confusão e Antônio Miguel foi detido pelo
Grupo Tático Operacional de Santarém. O operário assinou um Termo
Circunstanciado de Ocorrência e foi liberado em seguida.
A obra no Ginásio Poliesportivo de
Santarém tinha a previsão para ser entregue em outubro deste ano. Porém,
quem chega ao local da obra constata que o Ginásio está longe de ser
concluído.
Por: Manoel Cardoso
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