"Executivo disse que colegas de empresa sabem e não o discriminam. Ele disse tentar manter privacidade e focar atenção nos produtos da Apple".
Tim Cook, presidente-executivo da Apple, revelou ser gay, em artigo
publicado no site da revista “Bloomberg Businessweek” publicado nesta
quinta-feira (30).
“Ao longo da minha vida profissional, eu tentei manter um nível básico
de privacidade”, começou. “Apple já é uma das companhias do mundo mais
observadas de perto do mundo, e eu gostaria de manter o foco nos nossos
produtos e nas incríveis coisas que nossos consumidores pretendem com
eles.”
Tim Cook também tirou selfies com os clientes de
loja da Apple no lançamento do iPhone 6
(Foto: Justin Sullivan/AFP)
loja da Apple no lançamento do iPhone 6
(Foto: Justin Sullivan/AFP)
“Por anos, eu tenho sido aberto com muitas pessoas sobre a minha
orientação sexual. Muitos colegas na Apple sabem que eu sou gay, e isso
não parece fazer diferença no modo como eles me tratam”, revelou o
executivo, que se tornou em 2011 o sucessor de Steve Jobs, lendário
fundador da companhia.
'Um dos maiores dons'
O executivo diz que revelar publicamente sua opção sexual não é uma escolha fácil, pois tem dedicado sua vida ao trabalho, mas que “parte do progresso social é a compreensão que uma pessoa não é definida apenas por sua sexualidade, raça ou gênero”. Cook diz que ele tem “sorte” por ser aceito em sua empresa, o que não ocorre com todo mundo. “Eu tenho orgulho de ser gay e considero ser gay um dos maiores dons que Deus me deu”, afirmou
O executivo diz que revelar publicamente sua opção sexual não é uma escolha fácil, pois tem dedicado sua vida ao trabalho, mas que “parte do progresso social é a compreensão que uma pessoa não é definida apenas por sua sexualidade, raça ou gênero”. Cook diz que ele tem “sorte” por ser aceito em sua empresa, o que não ocorre com todo mundo. “Eu tenho orgulho de ser gay e considero ser gay um dos maiores dons que Deus me deu”, afirmou
.A dificuldade em ter de lidar com a discriminação a sua orientação
sexual, conta, deu a ele “pele de um rinoceronte, o que vem a calhar
quando você é o CEO da Apple”. “Ser gay me deu uma entendimento mais
profundo do que significa ser minoria e abre uma janela que mostra os
desafios que pessoas de outras minorias têm de enfrentar todo dia”,
escreve.
Tim Cook diz que o tratamento dispensado aos gays mudou desde que ele
era criança. “Há muitos lugares onde os senhorios podem evitar
inquilinos que sejam gays, ou onde nós podemos ser proibidos de visitar
parceiros doentes e partilhar de seus espólios.”
Tijolo por tijolo
No texto, o executivo cita o líder do movimento negro Martin Luther King (1929-1968) e o ex-senador norte-americano Robert F. Kennedy (1925-1968) como pessoas que dedicaram suas vidas a causas em prol de outras pessoas. E que ele ficava se perguntando o que poderia fazer pelos outros.
No texto, o executivo cita o líder do movimento negro Martin Luther King (1929-1968) e o ex-senador norte-americano Robert F. Kennedy (1925-1968) como pessoas que dedicaram suas vidas a causas em prol de outras pessoas. E que ele ficava se perguntando o que poderia fazer pelos outros.
“Eu não me considero um ativista, mas eu percebo quando eu tenho me
beneficiado do sacrifício de outros. Então se ouvir que o CEO da Apple é
gay pode ajudar alguém lutando para chegar à ciência de quem ele ou ela
são, ou trazer algum conforto a qualquer um que se sinta sozinho, ou
inspirar as pessoas a insistir em sua igualdade, então vale a pena
trocar isso pela minha privacidade”, escreve Tim Cook.
“Eu não pretendo que o que eu escrevi me coloque na liga deles [de
Martin Luther King e Robert F. Kennedy]”, brinca Cook, fazendo menção
aos dois líderes norte-americanos assassinados. “Eu estou fazendo minha
parte, ainda que pequena, para ajudar os outros. “Nós pavimentamos o
caminho iluminado pelo sol em busca de justiça juntos, tijolo por
tijolo. Esse é o meu tijolo.”
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