Após um mês com protestos, derrotas no Congresso e demissões inesperadas de ministros, o governo Dilma recebeu nesta quarta-feira mais uma notícia negativa: pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), mostrou que apenas 12% dos entrevistados consideram o governo “ótimo ou bom”, contra 64% de “ruim ou péssimo”. É o pior índice da série histórica divulgada pela CNI. Até então, o pior resultado para o mês de março havia ocorrido em 1999, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve 22% de “ótimo ou bom”.
Já a aprovação da maneira de governar de Dilma caiu 33 pontos percentuais, passando de 52%, em dezembro, para 19%. Os que desaprovam o governo totalizaram 78%. Quando começou o mandato, em março de 2011, a petista tinha 73% de aprovação.
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que, diante do resultado, será preciso ter humildade e trabalhar mais. Mercadante afirmou que os números refletem três meses de governo, mas o projeto é de quatro anos. Segundo o ministro, a fotografia mostrada pela pesquisa “não é boa, mas o filme vai ser muito bom”.
“O governo tem de ter humildade e trabalho, trabalho e trabalho. Nosso compromisso é para quatro anos, e três meses de governo é apenas o início de um processo. Portanto, a fotografia não é boa, mas o filme vai ser muito bom”, disse.
O percentual dos que não confiam em Dilma cresceu de 24% para 74%. Em todas as áreas de atuação avaliadas na pesquisa, a desaprovação é superior a 60%. As questões econômicas aparecem como os fatores com o maior índice de reprovação. As políticas de taxa de juros e impostos são reprovadas por 89% e 90% da população, respectivamente. Já o combate à inflação é reprovada por 84% e as ações na área de saúde por 85%.
O Nordeste foi a região onde a presidente teve melhor resultado: 34% de aprovação. No Sul, apenas 8% avaliaram o governo de forma positiva.
Para a oposição, a manutenção desses baixos índices de popularidade são sinais de que se cristalizou, na população, o sentimento de falta de competência da presidente para governar. Para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), a pesquisa consolida o quadro de ingovernabilidade: “Com mais essa pesquisa, está consolidado o quadro de ingovernabilidade. Por não ter comando, a sociedade não vê condições de Dilma implantar reformas e ajustes necessários para o país. Isso está comprovado com os 74% que não confiam em Dilma”, afirmou.
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