Edivaldo Dalla Riva é um dos presos pela Operação Castanheira, que
desbaratou quadrilha de desmatadores e grileiros que atuava entre os
municípios de Altamira e Novo Progresso.
A Justiça Federal condenou o empresário Edivaldo Dalla Riva, o
Paraguaio, ao pagamento de R$ 2,6 milhões em danos materiais e morais
pelo desmatamento ilegal em 2009 de 559 hectares da gleba Curuá, área
federal sob domínio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) em Novo Progresso, no sudoeste do Pará. A sentença foi
publicada nesta sexta-feira, 29 de maio. Dalla Riva é um dos presos em
fevereiro deste ano pela operação Castanheira, operação deflagrada em
agosto de 2014 pela Polícia Federal (PF), Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Receita Federal e
Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) contra quadrilha de
desmatadores e grileiros considerada pela organização da operação como
uma das que causaram mais danos na Amazônia.
A degradação na gleba Curuá foi flagrada pelo Ibama, que aplicou multa
administrativa de R$ 2,8 milhões. Na sentença, o juiz federal em
Itaituba, Ilan Presser, observa que, mesmo tendo conhecimento pessoal da
autuação ambiental, Dalla Riva não adotou nenhuma medida para a
regularização ambiental da área degradada, o que mostrou a necessidade
de que a pena fosse pagamento em dinheiro. “Diante de tal conjuntura, a
imposição de obrigação de fazer consistente na reparação do dano
ambiental implicaria medida inócua, já que altamente improvável e
inverossímil o cumprimento espontâneo pelo réu, que inclusive é um dos
réus da ação criminal decorrente da operação Castanheira, que apura a
ocorrência de diversos crimes ambientais na região de Novo Progresso”,
registra a sentença.
Operação Castanheira - A operação Castanheira teve como alvo grupo que
atuava ao longo da rodovia BR-163, na região entre os municípios de
Altamira e Novo Progresso. A área onde a quadrilha atuava concentrava
cerca de 10% de todo o desmatamento da Amazônia de 2012 a 2014. Após
ficarem foragidos por quase seis meses, Edivaldo Dalla Riva e Ezequiel
Castanha foram presos em Novo Progresso. O grupo invadia terras
públicas, desmatava e incendiava as áreas para formação de pastos, e
depois vendia as terras como fazendas, registra denúncia encaminhada
pelo MPF/PA à Justiça. A prática chegava a render para a quadrilha R$ 20
milhões por fazenda.
Durante essa rotina eram praticados 17 tipos de crimes, incluindo
lavagem de dinheiro. De acordo com a PF, pelo menos 15,5 mil hectares
foram desmatados pela quadrilha só durante as investigações, resultando
em um prejuízo ambiental equivalente a R$ 500 milhões, no mínimo. O
MPF/PA denunciou à Justiça 23 integrantes da organização, que podem
ficar sujeitos a penas que variam de 13 a 55 anos de cadeia.
Processo nº 0002391-76.2009.4.01.3902 – Justiça Federal em Itaituba
Íntegra da sentença
Acompanhamento processual
Ministério Público Federal no Pará
Assessoria de Comunicação
(91) 3299-0148 / 98403-9943 / 98402-2708
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