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segunda-feira, 15 de junho de 2015

O vírus Chikungunya é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypit e já tem 1.600 casos registrados no país

Chikungunya: novo tipo do vírus é descoberto (Foto: Marcelo Lelis )
Circula no país desde 2014 um novo genótipo do vírus Chikungunya, o tipo africano que nunca tinha sido registrado nas Américas. No Brasil, até então, só haviam identificado o genótipo do vírus Chikungunya Asiático. De acordo com as análises realizadas, trata-se do genótipo Leste-Centro-Sul da África (ECSA).
O estudo que detectou a entrada do novo vírus no país foi organizado pelo Instituto Evandro Chagas, através dos pesquisadores do Centro de Inovações Tecnológicas da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas (CIT-SAARB/IEC).
Antes da identificação do vírus africano, só havia sido detectado um genótipo do vírus Chikungunya, o Asiático, o qual gerou um surto e que se espalhou para vários países a partir da Ilha de São Martinho no Caribe. As evidências indicam que o vírus da linhagem Asiática foi introduzido no Brasil pelo município de Oiapoque, no Estado do Amapá.
De acordo com a Dra. Janaina Mota de Vasconcelos que integrou a equipe de pesquisadores que colaboraram com a detecção do vírus africano no Brasil é importante fazer o monitoramento do sequenciamento genético do vírus. “Este trabalho é fundamental porque o vírus Chikungunya do tipo africano encontrou no país o vetor (Aedes aegypit), as condições climáticas propícias para proliferação do vírus e ao longo do tempo pode sofrer mutações e passar a ser transmitido também pelo Aedes albopictus, que também transmite a Chikungunya”.
A porta de entrada do vírus do tipo africano no Brasil foi o município de Feira de Santana, na Bahia, quando um brasileiro infectado na Angola viajou de férias para o Brasil e a partir dele surgiram casos de transmissão autóctone (transmissão local). 
Essa descoberta, importante do ponto de vista epidemiológico, não implica em um surto epidemiológico. “Tem o risco de se tornar uma epidemia, mas esse vírus não é como a dengue. A taxa de mortalidade dele é baixíssima, quase zero, em condições extremas. É um vírus que possui características importantes: dos pacientes infectados pelo vírus Chikungunya, de 20% a 30% deles sentem uma dor intensa nas articulações por meses e até anos, diferente da dengue, que quando não tratada adequadamente, os pacientes chegam a óbito”, destacou a Dra. Janaína Vasconcelos.
A pesquisadora acrescenta que o tratamento é o mesmo para infectados pelo Chikungunya, nas duas modalidades de vírus. “Para quem adoece infectado pelo vírus asiático ou africano, recebe o mesmo tratamento. Eles (os vírus africano e asiático) não geram manifestações como ocorre na infestação por dengue, que possui quatro sorotipos diferentes e que para cada um vai requerer um tipo de tratamento específico”.
(Diário do Pará)

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