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domingo, 7 de junho de 2015

Simão Jatane não trabalha, e diz no facebook que a culpa é da imprensa

Depois de meses de absoluto silêncio, o governador Simão Jatene rompeu o mutismo para falar sobre os alarmantes índices de violência no Estado, mas pecou pela arrogância e a falta de sensibilidade. Em um texto, alegadamente de sua autoria, postado em sua página oficial no Facebook, o tucano, ao falar da onda de violência que sua equipe não consegue controlar, mostra todo o ranço que parece ainda guardar da disputa eleitoral de 2014.
Jatene faz acusações à imprensa pelas notícias cada vez mais sangrentas que os jornais estampam, mas não sugere nenhuma medida de ordem prática para evitar que a criminalidade desenfreada gere novas manchetes. Além disso, se esquiva de suas responsabilidades ao dizer que a violência assusta todo o país e não é uma questão particular do Estado do Pará. Para isso, cita números do Mapa da Violência, na tentativa de justificar o injustificável. Os internautas, é claro, não endossam o discurso do governador. Pelo contrário.

A grande maioria critica duramente a postura de Jatene. “Texto mal escrito, ele falou na defensiva e digrediu várias vezes do objeto. Dos 14 parágrafos, as ações do Governo couberam em um só e falando somente em investimento na Polícia sem nem sequer detalhar quaisquer resultados do Pró-paz para averiguação”, destacou o internauta Brunno Regis, em um dos comentários. “Trabalhe. Vossa Excelência foi eleito para isso. Estamos à mercê dos bandidos e nos sentimos cada vez mais abandonados por quem deveria tomar atitudes para nos proteger... Pare de conversa e volte ao trabalho já!”, corrobora Michel Pedrosa em outra resposta mais adiante.
 Além dos cerca de 180 comentários no total, a publicação recebeu mais de 110 compartilhamentos, boa parte desses feitos pelos correligionários do atual Governo. Mas nem assim Jatene escapou da crítica de quem sofre ou já sofreu as consequências de sentir na pele o que o chefe de Estado insiste em classificar como mera sensação de insegurança. “Pois cá estou eu, para dizer de testa, que o Pará é mal administrado (sic) pra caramba e a violência é insuportável, assim como a ineficiência da dita ‘Segurança Pública’. Não pertenço a nenhum grupo político, nem ao desse pulha cabeça de aquário, e saí do Pará em razão da violência desenfreada que, infelizmente, bateu na minha porta levando minha irmã Dayse Cunha, prima da mulher desse desclassificado que ocupa o Governo e não tem dó de tantas famílias vitimadas pela falta de vergonha dele e sua trupe”, comentou a jornalista Daely Cunha, referindo-se ao assassinato da funcionária pública Dayse Cunha - também irmã do superintendente do Sistema Penal (Susipe), coronel André Cunha, em abril, durante um sequestro relâmpago e alvejada com balas disparadas pelos policiais que deveriam tê-la resgatado -, em um compartilhamento feito por um dos assessores do governador. “Colocar a culpa nos outros é fácil, difícil é tirar os militares de dentro dos órgãos públicos, servindo de babá, e colocar (sic) pra trabalhar em favor da população!!!”, reforçou o internauta Thiago Lobo Rodrigues.
Eliomar Almeida foi objetivo no comentário. “Ele assume toda a sua incompetência. Não mostra nem uma medida que resolva o problema da violência”. “Parem de arrumar desculpas, ou colocar a culpa em quem não tem nada a ver, queremos segurança e ponto final! (...) Ficam falando do Helder [Barbalho, do PMDB, seu adversário nas Eleições 2014], ou sei lá de quem, o governador é o Jatene, e é a ele que devemos clamar por mais segurança no Estado, não ficar lembrando dos que perderam as eleições”, criticou Huanderson Douglas.
(Diário do Pará)

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