Às vésperas de concluir sua reforma ministerial, a presidente Dilma
Rousseff demitiu por telefone o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
prometeu dar sete ministérios ao PMDB e voltou a ser pressionada para
substituir o petista Aloizio Mercadante na chefia da Casa Civil. O
partido, que controla hoje seis ministérios, negocia com Dilma a
ampliação de seu espaço no governo em troca de garantias de apoio à
petista no Congresso.
Ontem, Dilma indicou cedo ao vice-presidente Michel Temer que
pretende ampliar de seis para sete ministérios a cota do PMDB no
governo. Já está definido que os senadores Eduardo Braga (Minas e
Energia) e Kátia Abreu (Agricultura) serão mantidos. Dois deputados do
partido entrarão no ministério. Para a Saúde, o mais cotado atualmente é
o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que é médico. A segunda pasta
ainda está sendo negociada. As opções são a Cultura, o Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o da Ciência e
Tecnologia.
Do grupo de Temer, Eliseu Padilha deve continuar na Aviação Civil e
Henrique Eduardo Alves no Turismo. Já Helder Barbalho, filho do senador
Jáder Barbalho (PMDB-PA), deve trocar a Pesca, que será extinta, pela
pasta dos Portos, que não será mais fundida com Aviação Civil. Caso
deixe a Casa Civil, Mercadante pode voltar para a Educação e ser
substituído por Jaques Wagner (Defesa). Para o seu lugar, iria Aldo
Rebelo, hoje na Ciência e Tecnologia. Pasta que estava sendo oferecida
tanto ao PMDB como ao PSB, que já comandou a área e Dilma quer atrair de
volta para o governo.
A intenção de Dilma é anunciar as mudanças amanhã (1º), quando espera
que o Congresso já tenha votado e mantido vetos presidenciais impostos a
projetos que aumentam os gastos públicos, como o que reajusta o salário
dos servidores do Judiciário. A informação é do portal da Folha. Mas,
de acordo com o portal do Estadão, a conclusão da reforma ministerial
precisa ser feita até hoje, ou a bancada do PMDB na Câmara poderá barrar
a votação do restante dos vetos presidenciais previstos para entrar em
pauta.
O líder do partido na Casa, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), já
sofre pressões dos colegas por uma definição da presidente Dilma
Rousseff. Sem a reforma, o processo se arrastará por mais uma semana. O
mais importante é o do aumento aos servidores do Judiciário. O texto
aprovado no Senado e vetado por Dilma prevê aumento de 53% a 78,56% –
concedido de acordo com a função exercida por cada servidor. O aumento
cria um impacto financeiro de R$ 25,7 bilhões para os próximos quatro
anos e, depois desse período, passaria dos R$ 10 bilhões por exercício.
Dos nomes indicados pela bancada do PMDB para a composição do novo
ministério, a expectativa maior está entre os deputados Marcelo Castro
(PMDB-PI) e Manoel Júnior (PMDB-PB) para o Ministério da Saúde. Para
integrantes do partido, se Dilma optar por Castro poderá desagradar ao
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já que ele é tido como um
deputado “governista”. Embora não seja uma indicação direta de Cunha,
Manoel Jr. tem trânsito melhor para o presidente da Casa. Após a
reforma, o partido pode ficar com sete pastas. O importante para o PMDB é
que exista igualdade de indicações entre o Senado e a Câmara.
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