Poucos familiares acompanharam o enterro do pedreiro Francisco Erasmo de Lima, 61, que foi tratado como herói após ter tentado resgatar uma mulher mantida como refém em frente à catedral da Sé nesta sexta-feira (4).
Onze parentes compareceram à cerimônia simples que aconteceu na manhã
deste domingo (6), no cemitério de Perus, na zona norte de São Paulo.
Não houve velório.
As filhas Kawane Pereira, 18, e
Juliane de Lima, 32, se despediram do pai através de uma janela de vidro
no caixão fechado. "Já tinha dois anos que eu não o via porque moro em
Ibitinga. Mas todo ano ele me ligava para desejar feliz aniversário",
conta Juliane.
As maiores demonstrações de afeto
foram de Kawane, que estava muito abalada com a morte do pai. O outro
filho, Erasmo, que ainda mantinha bastante contato com Francisco, não
foi ao enterro. Segundo Juliane, ele é muito sensível e preferiu não
comparecer porque ainda estava abalado.
De acordo com a ex-mulher de
Francisco, Izabel Rodrigues, 58, ele já vivia há dez anos fora de casa.
Os dois se separaram porque Francisco bebia muito. "Apesar disso, era um
homem maravilhoso. Sempre foi um bom pai", afirmou.
Ela conta que, após a morte de Danilo,
um dos quatro filhos que tiveram juntos, também há cerca de dez anos,
ela não o viu mais. Francisco foi enterrado no mesmo cemitério que o
filho, que foi morto a tiros por um colega.
Algumas pessoas que acompanhavam
outros enterros ou visitavam o túmulo de parentes também ofereceram
condolências à família. "Poderia ter sido qualquer um de nós naquela
situação de refém. Para mim, ele foi um herói", diz a dona de casa Leila
Cinque, 54, que depositou flores sobre o caixão de Francisco.
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