Após meses de exames e testes em cinco laboratórios do Instituto
Geral de Perícias do Rio Grande do Sul, a perícia diz que não restam
dúvidas que a carta de despedida assinada pela mãe do menino Bernardo
Boldrini foi mesmo escrita por ela. Mas a Polícia Civil ainda não
descarta ainda a hipótese de assassinato. As informações são do portal
G1.
Odilaine Uglione foi encontrada morta no dia 10 de fevereiro de 2010
em Três Passos, no Noroeste do estado, dentro do consultório médico do
ex-marido, Leandro Boldrini, pai e acusado da morte do filho, também
achado morto em abril de 2014. Na época, a polícia concluiu que foi
suicídio. A investigação sobre o caso foi reaberta em maio, a pedido da
família que sustenta a tese de homicídio.
Um perito particular, contratado pela família, disse que a carta
encontrada na bolsa de Odilaine não era dela. Os resultados da nova
perícia, porém, saíram agora.
Os peritos compararam a letra de Odilaine desenhada em vários
documentos com a da carta que foi encontrada na bolsa. Apesar de laudos
particulares terem indicado que a letra não era dela, os peritos
explicam que ela variava a escrita de algumas letras.
“No mesmo texto ela escreve de uma forma, aqui de outra”, explica o
diretor-geral do IGP, Cleber Müller. “Mais triangular, aqui mais
redondado, mais alongado”, detalha.
Ao final dos exames e análises, os peritos foram taxativos. “É
consenso de todos os peritos, sem a sombra de dúvidas que a carta foi
escrita pela Odilaine Uglione”, sustenta Müller.
Os peritos também reconstruíram, em 3D, o crânio de Odilaine para
saber se ela se matou, como concluiu o primeiro inquérito em 2010, ou se
foi morta. Eles fotografaram o crânio dela em vários ângulos e levaram
essas imagens para um computador. Fizeram várias simulações e traçaram
uma linha a partir do local onde o projétil foi encontrado até o ponto
de entrada.
A simulação revelou que o tiro também poderia ter sido disparado por
uma segunda pessoa. “O exame mostra que poderia ter sido um suicídio,
como poderia também ter uma segunda pessoa participado”, justifica.
Na investigação, a polícia também tenta saber se no dia da morte,
Odilaine e Leandro entraram em luta corporal dentro do consultório. Para
isso, os peritos compararam, pela primeira vez, o material genético
encontrado debaixo das unhas dela, que ficaram guardadas por cinco anos
em um laboratório, com o DNA do médico. E encontraram o cromossomo Y,
que só os homens possuem.
“Ele é uma mistura de dois indivíduos do sexo masculino. O exame, por
si só, não tem como afirmar que é do Leandro Boldirni”, completa.
Dos cinco laudos solicitados pela polícia, quatro já estão prontos.
Falta apenas o da reconstituição feita na semana passada em Três Passos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe do Blog do Xarope e deixe seus comentários, críticas e sugestões.