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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Crise ameaça combate ao trabalho escravo

Trinta e seis trabalhadores foram encontrados em condições análogas às de escravo, no ano passado, em dez operações realizadas no Pará. Em 2010, foram 36 operações, com 564 trabalhadores resgatados.
No ano de 2006, apesar da quantidade de operações ter sido menor (29), a quantidade de pessoas resgatadas em território paraense chegou a 1.062. Os dados estão disponíveis na página do Ministério do Trabalho e Emprego na internet. A queda nos números de 2006 até 2015 se deve, entre outros fatores, ao avanço no combate a esse tipo de crime no Estado, mas a falta de investimentos e propostas polêmicas que tramitam no Congresso podem prejudicar os bons resultados que vinham sendo conquistados. 
Este ano, órgãos como o Ministério Público do Trabalho estão com sua atuação prejudicada pela crise que o País vive. “O enfrentamento deve continuar. Em épocas passadas, como o Estado era ausente, o fazendeiro escravocrata instituía sua própria lei. Com a presença do Estado, tivemos esses avanços. Esse ano ainda não saiu nenhum grupo móvel, sem recursos. Nesse vácuo da atuação estatal é que as pessoas inescrupulosas agem”, diz o procurador chefe da Procuradoria Geral do Trabalho da 8ª Região, que abrange os estados do Pará e Amapá, Hideraldo Machado. A crise orçamentária pode ser uma fragilidade que compromete o trabalho. “Nós temos um grupo móvel regional envolvendo Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Batalhão Ambiental e Polícia Rodoviária e tivemos que abortar algumas operações por falta de recursos. Mas as denúncias estão aí”, declarou.

 

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