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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Polícia intima Vereador Reginaldo Campos sobre suposta funcionária fantasma

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"Reginaldo Campos foi ouvido na 16ª Seccional de Polícia Civil pelo Delegado Castro". Um possível escândalo sem precedentes na política santarena está prestes a ser desvendado. De acordo com informações, a técnica de enfermagem Sarah Campinas dos Santos de Oliveira, de 42 anos, servidora concursada da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (SESPA), por mais de um ano também constava como assessora do vereador Reginaldo Campos, período que o parlamentar era presidente da Câmara de Santarém.
Conforme denúncia, existe suspeita que Sarah era supostamente funcionária fantasma, uma vez que em vários meses, os horários eram incompatíveis entre as duas funções exercidas por ela. A suspeita aumenta, e torna-se mais evidente, quando em depoimento, tanto o vereador Reginaldo Campos, quanto Sarah se contradizem em seus relatos, no momento que autoridade policial questiona a sobre os horário de expediente.
Para o Delegado Castro, a técnica de enfermagem disse que seu horário de trabalho como Assessora da Câmara era de 8h às 13h, de segunda a sexta-feira. No entanto, Reginaldo afirmou que o horário seria de 8h às 14h.
Conforme denúncia que está sendo investigada pela Polícia Civil, a técnica de enfermagem também é acusada de interferir, a pedido de Reginaldo Campos, no processo de agendamento de consultas e exames, beneficiando populares que procuravam o gabinete do Vereador.
Além do crime de peculato, o inquérito policial apura contra a técnica de enfermagem, o crime de favorecimento real, ocorrido no Centro de Recuperação Agrícola Sílvio Hall de Moura (CRASHM), pois Sarah é cedida pela SESPA, para atuar no setor de enfermagem da SUSIPE.
A investigação teve inicio, após a Polícia ter recebido denúncia anônima dizendo que Sarah é uma das responsáveis pela entrada de aparelhos celulares no presídio.
“Para entrada de aparelhos celulares no Cucurunã, é feita encomenda para Sarah, através de um detento de nome Jimmy, e esta, entra no presídio portando aparelho como se fosse seu. Os presos simulam passar mal e são levados para a enfermaria. Normalmente é o Jimmy que passa mal e é levado até a enfermaria, momento em que Sarah entrega a encomenda pelo valor que varia de R$ 1.000,00 a R$ 1.500,00, dependendo da marca e funcionalidade do aparelho. No retorno à cela, o preso não é revistado, pois agentes estão envolvidos”, consta trecho da denúncia recebida pela autoridade policial.
Consta ainda, que Sarah Campinas, “é captadora de votos para o vereador Reginaldo Campos. Pessoas que não conseguem marcar consultas pela Secretaria de Saúde procuram o Vereador, e este procura Sarah, que marca consultas”, relata o denunciante.
Em seu depoimento, quando questionada sobre o assunto, a técnica de enfermagem, disse: “Que ajudava as pessoas que chegavam no gabinete do vereador Reginaldo Campos, solicitando dinheiro para comprar remédios. Ocasião, em que, após constada a necessidade do cidadão, o Vereador liberava o dinheiro para a compra dos remédios. Que também ocorria a mesma coisa, quando solicitavam exames”.
Ela afirmou que esta é uma prática comum. Disse ainda, que às vezes encaminhava as pessoas para as Unidades Básicas de Saúde dos bairros para fornecimento de medicamentos, porém, antes fazia ligações telefônicas para saber se tinham a medicação nos postos.
Finalmente, quando questionada pela Polícia sobre a ajuda financeira para compra de remédios e marcação de consultas em benefício das pessoas que procuravam o Vereador, se estava prevista em Lei ou Regulamentada na Câmara, respondeu que “não sabia informar, mas que é corriqueira esta prática no gabinete do vereador Reginaldo Campos”.
VERSÃO DO VEREADOR: O que causa muita estranheza na versão apresentada para à Polícia, é o fato do vereador Reginaldo Campos negar situações colocadas por sua própria assessora. Para começar, Reginaldo Campos disse não saber que ela também trabalhava no presídio. Sabia apenas que ela trabalhava em outro turno.
De forma refutável, ele disse que nunca deu dinheiro para Sarah com a finalidade de compra de medicamentos. E não sabe o motivo da técnica de enfermagem ter afirmado que pegava dinheiro com ele para repassar às pessoas que lhe procuravam pedindo exame e consulta.
INVESTIGAÇÃO: O inquérito policial deve ainda solicitar da Câmara de Vereadores a folha de frequência da enfermeira Sarah, que serão analisadas. E muitas questões ainda estão abertas. Por quantos meses a enfermeira recebeu salários da Câmara de Vereadores sem prestar serviços efetivos? As cargas horárias de trabalho eram compatíveis? A função de assessor exige dedicação integral, se sim, como foi possível ela trabalhar em ambos os órgãos?
O Ministério Público também deve investigar essa situação, e assim verificar se o recursos públicos não foram utilizados para interesse privado.
Fonte: RG 15/O Impacto

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