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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O apóstolo Paulo em Roma

Verso para memorizar: “Primeiramente, dou graças a meu DEUS, mediante JESUS CRISTO, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé” (Rom. 1:8).
Introdução desábado à tarde
Paulo viajou duas vezes a Roma, das quatro viagens missionárias que fez. A primeira viagem encontramos em Atos 27:1 até 28:31. Mesmo preso, com prisão domiciliar, podia pregar e as pessoas podiam ir até ele. Pregou aos judeus de Roma, aos gentios, aos soldados e até à família real. Muitos se tornaram cristãos. Por dois anos pregou enquanto o Imperador não decidia o que fazer com ele. É bem provável que Paulo tenha escrito as cartas aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses e a Filemom durante estes dois anos em Roma. Esses escritos são chamadas de cartas da prisão. Foi libertado em 63 dC.
Na segunda viagem de Paulo a Roma, em 66 dC, foi novamente preso e no ano de 67 dC foi decapitado em Roma. Com a liberdade adquirida da prisão de Roma em 63 dC, provavelmente Paulo foi até a Espanha, retornando circulou na região de Éfeso. Em 66 dC retorna a Roma e foi preso na chamada perseguição do Imperador Nero aos cristãos. Foi decapitado nos arredores de Roma no lugar chamado de “Acque Salvie”” (Fonte aqui).
A epístola, ou carta aos Romanos, ou simplesmente Romanos, foi escrita na década dos anos 50 do primeiro século depois de CRISTO, provavelmente entre os anos 55 e 58, portanto, antes de sua prisão em Roma. A carta aos gálatas foi escrita um pouco antes. Essa carta aos romanos é considerada o mais importante texto evangélico do Novo Testamento, fazendo parte do conjunto das quatro grandes cartas: Romanos, Gálatas, 1 e 2 Coríntios. O tema é o evangelho como força de salvação para todo aquele que crê na pessoa de JESUS CRISTO. Paulo quer demonstrar na carta a situação de pecado em que vive a humanidade, e a força da salvação que vem de JESUS CRISTO. Tudo é apresentada numa dialética desenvolvida progressivamente: pecado e força do Espírito Santo. Em síntese, Paulo trata, com profundidade, sobre a justificação pela fé.
Parece que a Igreja de Roma não foi fundada nem por Paulo nem por Pedro. É evidente que Paulo nunca visitara a igreja romana (Rom. 1:8-13). Os cristãos romanos eram bem conhecidos; Paulo até desejava visitá-los há um bom tempo (Rom 1:13). A possibilidade mais provável é que a igreja de Roma fora iniciada por judeus e prosélitos que haviam testemunhado os milagres do Pentecostes e, ao retornarem aos seus lares em Roma, começaram a se reunir em uma pequena comunidade local.
Quanto ao propósito, ou propósitos dessa carta, há várias hipóteses e todas elas podem ser verdadeiras:
Paulo poderia visitar os cristãos romanos para ganhar a ajuda deles como uma igreja de apoio em sua próxima empreitada missionária, fazendo da igreja de Roma a sede missionária para a evangelização da Espanha (Rom 15:24).
Parece que Paulo desejasse se comunicar com seus amigos em CRISTO, e depois visitá-los (Rom 1:8-12) e ser por eles reanimados (Rom. 15:22). Mas ele não tinha certeza que conseguisse chegar a Roma (Rom 1:10; 15:31).
Antes de chegar a Roma, queria fazer amizade com eles.
Escreveu para se fortalecerem mutuamente na fé (Rom. 1:11,12).
Talvez quisesse tornar Roma base para o seu ministério no Ocidente, além da Espanha.
Paulo sempre teve que lutar para manter um equilíbrio apropriado entre a liberdade cristã e o antinomianismo (Rom. 3:8; 6:1; 7:1-12; etc) (o antinomianismo vem de duas palavras gregas, ‘anti’, que significa “contra”, e ‘nomos’, que significa “lei”. Sendo assim, antinomianismo significa “contra a lei.” Teologicamente, o antinomianismo é a crença de que não há leis morais que Deus espera que os cristãos obedeçam. O antinomianismo leva um ensinamento bíblico a uma conclusão antibíblica. fonte).
Os judaizantes estavam presentes em toda parte (Rom. 2:17; 3:1-31; 7:13; 9:1-11:36; etc), e esse pode ser outro motivo de lhes escrever, de maneira preventiva.
É possível que Paulo tivesse em mente todos esses motivos para escrever aos romanos. A carta dá a entender que desejava que os romanos entendessem que seus ensinos eram baseados no evangelho (Rom. 12:1), do qual ele era apóstolo (Rom. 1:1), e não se envergonhava de sua proclamação (Rom. 1:16).
Martinho Lutero, monge agostiniano e professor de teologia germânico, católico, doutor em teologia, em 1517, em um contexto de conflito aberto contra o vendedor de indulgências Johann Tetzel, pregou na capela do castelo de Witenberg 95 teses, em contradição ao que ensinava a sua igreja. Sua recusa em retratar-se de seus escritos, a pedido do Papa Leão X em 1520 e do imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521, resultou em sua excomunhão da Igreja Romana e em sua condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico. De seus escritos e de seu protesto, resultou, a partir do ano de 1517, o início de um movimento religioso que abriu caminho ao protestantismo. Dele vieram outras igrejas e finalmente veio a Igreja Adventista do Sétimo Dia, e depois, muitas outras. Ele, podemos dizer, deu início à investigação bíblica, e ela expandiu até que toda verdade bíblica fosse encontrada, sob a direção do ESPÍRITO SANTO. Hoje temos essa verdade disponível ao mundo. Em outubro desse ano de 2017, comemora-se os 500 anos do protesto de Lutero, e também festeja-se o retorno dos protestantes, principalmente das igrejas luteranas, de volta à Igreja Católica. O tema que levou ao protesto é o tema do livro de Romanos, a justificação pela fé. Por isso estamos nesse trimestre estudando essa carta de Paulo.
Primeiro dia: A carta do apóstolo Paulo
Paulo estava preocupado que ocorresse em Roma o que já havia ocorrido com os Gálatas: que viessem os judaizantes e criassem conturbação ali, com suas doutrinas falsas. Assim como escreveu aos Gálatas, fez para os romanos, se bem que a carta aos gálatas fosse para resolver uma situação já em andamento, e a escrita aos romanos era preventiva. Por isso essa carta é uma detalhada exposição de como ocorre o perdão dos pecados e como ocorre a salvação. Em síntese, outra vez Paulo expõe que só somos perdoados, ou justificados pela fé, e só somos salvos pela graça. Esse é o resumo, isso foi que Lutero descobriu. Por esse motivo Lutero revoltou-se contra a venda de Indulgências, uma concessão de perdão (falsa) por meio de pagamento de elevados valores, recebendo um documento comprobatório do perdão concedido pela igreja, não por DEUS. Lutero propôs, com base em sua interpretação das Sagradas Escrituras, especialmente da Epístola de Paulo aos Romanos, que a salvação não poderia ser alcançada pelas boas obras ou por quaisquer méritos humanos, mas tão somente pela fé em Cristo Jesus (sola fide), único salvador dos homens, sendo gratuitamente oferecida por Deus aos homens. Sua teologia desafiou a infalibilidade papal em termos doutrinários, pois defendia que apenas as Escrituras (sola scriptura) seriam fonte confiável de conhecimento da verdade revelada por Deus.
“Com grande clareza e poder o apóstolo apresentava a doutrina da justificação pela fé em Cristo. Ele esperava que outras igrejas também pudessem ser ajudadas pela instrução enviada aos cristãos de Roma; mas quão pouco podia ele prever o vasto alcance da influência de suas palavras! Através dos séculos a grande verdade da justificação pela fé tem permanecido como poderoso farol a guiar os pecadores arrependidos ao caminho da vida. Foi esta luz que dissipou as trevas que envolviam a mente de Lutero e revelou-lhe o poder do sangue de Cristo para purificar do pecado. A mesma luz tem guiado à verdadeira fonte de perdão e de paz, milhares de almas sobrecarregadas de pecado. Cada cristão tem motivos para agradecer a Deus pela epístola aos romanos. Nesta carta Paulo deu livre expressão a suas preocupações em favor dos judeus. Desde sua conversão suspirava ele por ajudar seus irmãos de raça a alcançar uma clara compreensão da mensagem do evangelho. “O bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel”, declarou, “é para sua salvação.” Rom. 10:1” (Atos dos Apóstolos, 373 e 374).

 
Segunda:
O desejo de Paulo de visitar Roma
Paulo mantinha o desejo de visitar Roma. Sempre houve algum impedimento (Rom 1.1­13). Queria visitar os crentes da capital do Império, pois já havia crentes em CRISTO em Roma. Queria alegrar-se com eles (Rom 15.32). Porém, estava convicto de que um dia iria a Roma (Rom 15.29). Também desejava fazer de Roma um local estratégico para ações missionárias à Espanha (Rom 15.24,28) e desejava o apoio dos crentes romanos nesse sentido. Essa visita não era apenas sonho de Paulo, era acima de tudo projeto de Deus. Ao ser preso em Jerusalém, depois de testemunhar perante o sinédrio judaico, o próprio Deus apareceu a ele numa visão e lhe disse: “… Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma” (Atos 23.11).
A viagem para Roma foi cheia de dificuldades. Paulo chegou a Roma como prisioneiro depois de enfrentar um terrível naufrágio. Durante dois anos, ficou detido numa prisão domiciliar em Roma (Atos 28.30), vigiado por um soldado da guarda pretoriana, que o guardava (Atos 28.16; Fil. 1.13). Isso é muito contraditório. Só mesmo pelo poder de DEUS teve Paulo, acusado e preso por pregar doutrinas falsas, liberdade de ensinar os outros. Embora preso numa casa alugada por ele mesmo, tinha liberdade para receber e instruir as pessoas (Atos 28.23). Nesse tempo, pregou o reino de DEUS com toda a intrepidez, e sem nenhum impedimento ensinava as coisas referentes ao Senhor JESUS CRISTO (Atos 28.31). Aos gálatas Paulo pregou em estado de doença, e eles, mesmo assim, o aceitaram. Em Roma Paulo pregou em prisão, e eles também o aceitaram.
O cristianismo já havia chegado em Roma, se bem que nenhum missionário havia estado por lá para as primeiras pregações. Ao que tudo indica, judeus da diáspora ouviram a pregação de Pedro no dia do Pentecostes, e voltaram a Roma impressionados com JESUS CRISTO. Também gentios em Roma eram cristãos; haviam-se convertido de alguma forma. Paulo não sabia, porém, que de Roma, sede do Império Romano, viriam terríveis perseguições, e mais tarde, haveria uma aliança entre o império e a igreja que, no conjunto, transformaria a igreja de CRISTO na igreja do anticristo. Assim, os crentes de Roma seriam os mais próximos a serem perseguidos e o seriam com maior intensidade. Como Paulo estava escrevendo essa carta mais para o final da década dos anos 50 dC, pouco mais de dez anos e Jerusalém seria destruída e do templo não restaria pedra sobre pedra. Faltava pouco tempo para tudo isso acontecer. Paulo nem imaginava o que os crentes em Roma, em Jerusalém e em outros lugares teriam que enfrentar. O seu ímpeto missionário era quase como a energia da igreja em ação missionária para ir a outras terras e evangelizar o mundo inteiro. Paulo queria agora ir ao ocidente do Império, queria tornar Roma um local estratégico para evangelizar a Espanha. Desse país o evangelho seguiria para outros lugares ainda não alcançados. Não se havia ainda passado trinta anos desde que JESUS fora morto e o Império Romano já estava quase todo semeado com igrejas cristãs.
 

  Terça:Paulo em Roma
Na terceira viagem missionária de Paulo (ele fez quatro), chegou a Roma como prisioneiro. Ficara dois anos preso em Cesareia, levara mais ou menos um ano viajando, com dificuldades enormes, com direito a um naufrágio, até concluir a viagem. Queria tanto ir a Roma, mas livre, não prisioneiro. Porém, mesmo estando algemado, tanto a igreja o recebeu bem como as autoridades se impressionaram com ele. As algemas deram coragem a outros para também pregarem, e com mais audácia. A primeira coisa que Paulo fez ao chegar a Roma foi convocar os líderes judeus para poder justificar-se das acusações contra ele, e para obter uma audiência amigável. É esta a última tentativa de ganhar os judeus. Observemos o resultado da sua pregação (Atos 28:24-28; compare com Mateus 13:13-15; João 12:40; Mateus 21:43). Três dias depois de Paulo ter chegado a Roma, mandou chamar alguns chefes judaicos. Em resultado, muitos judeus em Roma foram visitá-lo. Paulo pregou a eles sobre JESUS e o Reino de Deus. Alguns creram e se tornaram cristãos, mas outros não.
 
Paulo passou dois anos ali, no mínimo, (Atos 28:30). Mesmo prisioneiro, as autoridades permitiram morar numa casa alugada, com seu guarda, (Atos 28:16). Podia receber visitas, e ensinar o evangelho de CRISTO. Já havia um bom número de cristãos ali (ver as saudações que enviou três anos antes, Rom 16). Os dois anos que Paulo passou ali foram muito frutíferos, atingindo o próprio Palácio, (Filip. 1:13; 4:22). Enquanto estava em Roma, escreveu as Epístolas aos Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemom e talvez Hebreus.
 
Paulo pregou também aos diferentes soldados que o guardavam. Ficou preso por cinco anos, dois em Roma, pregando a todos os que podia. Assim, até mesmo os da casa de César ouviram as boas novas do Reino, e alguns se tornaram cristãos, incluindo, segundo dizem, a esposa de Nero, pelo que o imperador se revoltou contra os cristãos.
 
Quando Paulo ficou livre, visitou seus irmãos e irmãs cristãos em muitos lugares. Mas depois ele foi novamente preso em Roma. Desta vez sabia que ia ser morto. Por isso, escreveu a Timóteo e pediu que ele viesse depressa. ‘Tenho sido fiel a Deus’, escreveu Paulo, ‘e Deus vai recompensar-me’. Alguns anos depois de Paulo ser morto, Jerusalém foi de novo destruída, desta vez pelos romanos.
 
Chegando em Roma da primeira vez, vieram ter com ele diversos de seus colaboradores, bem como representantes da maioria das comunidades cristãs: Timóteo (Col 1:1), Marcos (Col 4:10), Epafras de Colossos (Col 1:6), Tíquico da Ásia Menor (provavelmente Éfeso; Col 4:7) Demas Justo (Col 4:11), Lucas (Col 4:14), Marcos (Filemom 24), Onésimo (Col 4:9). Dois deles, Aristarco e Épafras (Atos 27:1; Col 4:10; Filemom 23), compartilharam voluntariamente sua prisão. Paulo aproveitou-se de sua relativa liberdade para pregar o evangelho: primeiro, novamente aos judeus (Atos 28:17-28), mas também aos soldados que o guardavam e a outros romanos (Filip. 1:12).
 
Roma era chamada de “Cidade rainha da terra”. O Grande centro de interesse histórico. Foi a potência dominadora do mundo. É ainda chamada “Cidade Eterna”. A população, na época de Paulo, era de 1 milhão e meio de pessoas, metade escravos. Capital de um Império que se estendia 4.800 km de leste a oeste, 3.200 km de norte a sul. A população total do Império era de 120 milhões de almas. Por apelar a César, o Apóstolo aos gentios teve que ir para Roma.
 
Hoje, segundo Hans Küng, importante doutor e teólogo católico, é em Roma que existe a maior sede de poder e de domínio na Terra. A vocação para dominar foi herdada pela igreja cristã no final dos tempos do Império Ocidental e nunca se apagou. De lá virá a sedução para que os Estados Unidos da América emitam o decreto dominical. É o poder por trás do poder. Herdou esse desejo do leão da Babilônia, Nabucodonosor.
 

 
Quarta:
Os “santos” em Roma
 
 
“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados para serdes santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo” (Romanos 1:7).
 
Paulo fez uma saudação carinhosa aos membros da Igreja de Roma. Seria porque ele vinha fragilizado, preso? Não, essa carta escreveu antes de partir para Roma, antes de sua prisão. A igreja de Roma era mais firme nos princípios que a de Gálatas. Paulo aqui os chamou de santos, isto é, separados por DEUS para finalidades espirituais. Isso é um grande diferencial positivo. Ele se dirigiu a todos os membros de Roma. E algo muito interessante, escreveu como uma saudação da parte de DEUS e de JESUS CRISTO, não só da parte dele.
 
Em algumas traduções aparece “chamados santos”, noutras, como acima transcrito. Nada muda, ser santo é uma escolha divina. Na verdade todas as pessoas desse mundo são escolhidas para a salvação, para serem santos, porém, como somos seres livres, temos que escolher também corresponder ou não. É uma relação biunívoca, ou seja, de ambas as partes. DEUS nos escolhe, mas nós também devemos escolhê-Lo. Daí fecha o circuito e a salvação se viabiliza, pela graça de JESUS.
 
“Vi que os anjos de Deus nunca devem governar a vontade. Deus põe diante do homem a vida e a morte. Este pode fazer a sua escolha. Muitos desejam a vida, mas ainda continuam a andar no caminho largo. Preferem rebelar-se contra o governo de Deus, apesar de Sua grande misericórdia e compaixão ao dar Seu Filho para morrer por eles. Aqueles que não optam pela aceitação da salvação comprada por tão alto preço, deverão ser castigados” (História da Redenção, 391).
 

 
Quinta:
Os cristãos em Roma
 
 
Como foi que surgiu a igreja cristã em Roma (localizada às margens do rio Tibre)? Não se sabe, existem apenas hipóteses, que são as seguintes:
 
Sabe-se que não foi fundada nem por Paulo, nem por Pedro. Quando Paulo escreveu sua carta, ele ainda não havia estado lá (cf. Rom. 1:13 e 15:22) e a igreja já existia, formada por maioria gentílica. Paulo chegou em Roma por volta do ano 62 dC (ver Atos 28:15). Pedro também não fundou essa igreja, porque se fosse, Paulo o teria mencionado em sua carta. Ele jamais teria esquecido isso, pois costumeiramente mencionava pessoas que colaboravam com a igreja. Pedro foi levado a Roma para ser martirizado, por volta da segunda prisão de Paulo, quando este também foi morto.
Uma possibilidade remota é que alguns romanos judeus estiveram em Jerusalém por ocasião do Pentecostes e voltaram cristãos e fundaram a igreja cristã em Roma. Essa é uma hipótese pouco provável, pois havia muitos gentios naquela igreja.
Convertidos de Paulo em outros lugares também são uma possibilidade. Talvez por isso Paulo conhecia cristãos em Roma pelos nomes. Esses cristãos teriam fugido a Roma por ocasião de perseguição após o martírio de Estêvão, mas não há evidência histórica para essa hipótese, se bem que ela reforça a realidade da maioria de gentios cristãos na igreja de Roma.
Sabe-se que viviam em Roma naqueles dias em torno de vinte mil a trinta mil judeus, mas a igreja cristã de Roma era em sua maioria de gentios. A maioria dos judeus de Roma eram descendentes de escravos capturados pelo Império. Muitos desses prosperaram chegando a enviar polpudas ofertas a Jerusalém. Mas a presença deles não confirma que ali houvesse uma igreja cristã judaica, pois eram ignorantes do conhecimento sobre CRISTO (ver Atos 28:21 e 22). Havia em Roma uma igreja tipicamente gentílica, embora se entenda a presença de judeus cristãos também.
A reputação da igreja de Roma era muito boa, tinham boa fama (Rom. 1:8 e 16:3), eram obedientes (Rom. 16:19), regozijavam o apóstolo (Rom. 16:19). Havia ali também problemas e dissenções (Rom. 16:17). Quando Paulo vinha chegando a Roma, após longa e dificultosa viagem (houve até naufrágio), irmãos da igreja de Roma foram recebê-lo no caminho (Atos, 28:14-16). Pessoas de alto nível se haviam convertido e frequentavam a igreja ali (cf. Fil. 4:22 e Rom. cap. 16). Era uma igreja que vinha prosperando, crescendo e se tornaria influente, atraindo mais tarde o ódio de imperadores e grandes perseguições. Em resumo, a igreja em Roma era notável entre as demais, dava bom testemunho, eram estudiosos da Palavra, possuíam conhecimento sobre a salvação e estavam habilitados à admoestação mútua, também eram bondosos, e assim se fortaleciam na fé. Depois que se estabeleceram fortemente vieram os evangelistas. Esse é um exemplo positivo para a igreja hoje, membros não profissionais estabelecendo e fortalecendo as igrejas.
 

 
Resumo e aplicação – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Tema transversal
 
A igreja de Roma foi fundada por membros da igreja, atualmente erroneamente chamados leigos. Segundo o dicionário, leigo é: “Que é desconhecedor e ignorante: aprendiz, amador, ignorante, inexperiente, novato, imperito, desconhecedor. Que não pertence a nenhuma religião: laico, secular, mundano, profano, laical.” E foi uma igreja, com alguns problemas, bem sucedida. Os membros dessa igreja conheciam os apóstolos, pois quando Paulo vinha para Roma, em algemas, foram recebê-lo, não na chegada, mas no caminho. A igreja dava bom testemunho e ficou bem conhecida e afamada pela cristandade. Eles eram estudiosos das Escrituras e possuíam entendimento sobre a fé a ponto de serem capazes, sem um líder titulado, de se admoestar uns aos outros. Precisamos fomentar igrejas assim, hoje; precisamos formar mais líderes membros nas nossas igrejas, líderes que permaneçam, não apenas líderes transitórios que vem e vão embora, onde cada um deles tem uma ênfase diferente e muitas vezes contraditória em relação ao anterior. Precisamos mais do ESPÍRITO SANTO, como os romanos possuíam. Com o poder do ESPÍRITO SANTO a liderança humana cai em segundo plano.
 
Aplicação contextual e problematização
Há que ocorrer uma reforma entre nós, hoje, para sermos como os bereanos e como os romanos. Não havendo essa reforma, então haverá a sacudidura, e DEUS mesmo providenciará a reforma com uma seleção do que fica (trigo) e do que sai (joio).
Informe profético vinculado com a lição
Diz o núncio apostólico Dom Tomasi, em 24/8/2017 que “Hoje o diálogo não é mais uma opção, mas uma necessidade para viver em paz em nossas sociedades pluralistas.” Ele é membro do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Dom Silvano Maria Tomasi, no Encontro de Rimini, no centro-norte da Itália. Continua: “Devemos enfrentar o pluralismo de hoje em nossas sociedades com uma estratégia nova que não é a guerra ou o conflito, mas o diálogo”, explicou o arcebispo. Repercorrendo os últimos 60 anos da história da Igreja, Dom Tomasi explicou “o método do diálogo” de Paulo VI e como João Paulo II e Bento XVI reiteradas vezes evidenciaram a necessidade do diálogo como estratégia não política, mas humana que abre o coração para o encontro com o outro”. Fonte nesse link. Isso quer dizer que os líderes religiosos argumentam não haver mais futuro para o planeta sem a participação das igrejas unidas, cumprindo a profecia de que haveria união das igrejas, formando outra vez o poder babilônico para subjugar os cristãos ainda fiéis a CRISTO.
Em Barcelona, após os últimos ataques terroristas, uma multidão de 500.000 pessoas fez uma marcha contra o terrorismo. A sociedade, que alimenta o ódio, está cansando dela mesma, sucumbindo ao seu próprio modo de viver. Fonte aqui.
Na cidade de Apucarana, Brasil, como em outros lugares, a prisão de usuários de drogas aumentou em 179%, no ano de 2017, estando nós apenas na metade do ano. O combate às drogas começa nos lares, com um bom e sólido cristianismo. A força policial jamais conseguirá romper o desejo pelo consumo que alimenta o desejo pelo lucro. Veja a notícia aqui.
 Comentário de Ellen G. White
“Desde que receberam a epístola de Paulo aos romanos, os cristãos da Itália tinham avidamente desejado uma visita do apóstolo. Não haviam imaginado vê-lo como prisioneiro, mas seus sofrimentos apenas o tornaram mais querido deles. Sendo a distância de Potéoli a Roma de apenas uns 220 quilômetros, e estando o porto marítimo em constante comunicação com a metrópole, os cristãos de Roma foram informados da aproximação de Paulo, e alguns deles se adiantaram para encontrá-lo e saudá-lo” (Atos dos Apóstolos, 447 e 448).
Conclusão
Veja-se o resultado da estadia de Paulo em Roma: “Durante a prisão de Paulo, os conversos ao cristianismo se tornaram tão numerosos que atraíram a atenção e despertaram a inimizade das autoridades. A ira do imperador se despertou de modo especial pela conversão dos membros de sua própria casa, e logo encontrou pretexto para fazer dos cristãos objeto de sua inexorável crueldade” (Atos dos Apóstolos, 487). Assim será no fim dos tempos, com o derramamento da chuva serôdia.
Declaração do professor Sikberto R. Marks
O Prof. Sikberto Renaldo Marks orienta-se pelos princípios denominacionais da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas instituições oficiais, crê na condução por parte de CRISTO como o comandante superior da igreja e de Seus servos aqui na Terra. Discorda de todas as publicações, pela internet ou por outros meios, que denigrem a imagem da igreja da Bíblia e em nada contribuem para que pessoas sejam estimuladas ao caminho da salvação. O professor ratifica a sua fé na integralidade da Bíblia como a Palavra de DEUS, e no Espírito de Profecia como um conjunto de orientações seguras à compreensão da vontade de DEUS apresentada por elas. E aceita também a superioridade da Bíblia como a verdade de DEUS e texto acima de todos os demais escritos sobre assuntos religiosos. Entende que há servos sinceros e fiéis de DEUS em todas as igrejas que no final dos tempos se reunirão em um só povo e serão salvos por JESUS em Sua segunda vinda a este mundo.

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