“Eu fiquei arrasada. De uma situação que eu nunca tinha passado. Por um constrangimento desse jeito, sendo humilhada pelas pessoas. Isso serve de alerta para outras pessoas”, disse Rosa Gomes
Uma servidora pública prestou queixa na Delegacia de Polícia do Turista após ser acusada de furto no Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, em Pernambuco. Rosa Gomes, de 44 anos, que também é empresária, disse que estava no saguão aguardando o voo para retornar ao Pará, quando foi abordada por um homem e agredida verbalmente sob acusação de ter pego uma pasta laptop.
Rosa disse que é técnica de enfermagem no hospital de Monte Alegre, cidade onde mora, na região oeste do Pará e que sempre, nas férias, costuma viajar sozinha para outros estados, onde compra mercadorias para abastecer a sua loja. Relatou ainda que, quando vai a Pernambuco, fica hospedada na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, há quase 186 km de distância da capital.
Na sexta-feira (23), Rosa seguiu para o aeroporto. Ela relatou que estava sentada em uma cadeira no saguão, aguardando a entrada para sala de embarque do voo, marcado para às 18h29. Na hora da confirmação do check-in, foi abordada e caluniada de ladra, por inúmeras vezes, até por outras pessoas. A identidade do homem, não foi divulgada, mas segundo Rosa, dizia ser da polícia.
Além de ser caluniada, a servidora pública disse que se protegeu para não ser agredida fisicamente. “Um homem que eu nunca tinha visto na minha vida, gritando 'é essa, é essa a ladrona' veio para cima de mim, me coagindo, com os braços e eu prontamente coloquei minha mão no meu rosto, com medo dele me bater. Me chamou de ladra. Até hoje não sei o nome desse cidadão”, relatou.
Os seguranças do aeroporto foram acionados. Rosa e o homem foram conduzidos para a Delegacia de Polícia do Turista, onde prestaram esclarecimentos. A servidora pública disse que negava a todo instante que havia praticado furto, mas segundo ela, até alguns policiais chamavam ela de ladra. “Foi uma humilhação que eu passei. Uma coisa assim, parece um filme de terror”, contou.
A servidora pública relatou que foi acusada pela polícia de ter falsificado o bilhete da passagem e os documentos. “Eu dizia que era técnica de enfermagem, que eu era da cidade de Monte Alegre no Pará, que era servidora pública, tudo o que eu dizia o delegado fazia de conta que eu não estava falando a verdade. Eu chorei muito lá, não com medo deles, mas de tristeza”, finalizou.
Rosa Gomes viveu momentos de angústia e desespero. Ela só foi liberada 5 horas depois do ocorrido e por pouco não perdeu o voo, graças a irmã, que é advogada e mora em Santarém. A advogada afirma que houve recusa por parte da polícia de prestar o apoio necessário a irmã. Ela já entrou com uma procuração cobrando o nome do suspeito de ter acusado Rosa de furto.
A Delegacia de Polícia do Turista de Pernambuco informou, por telefone, que vai dar andamento ao caso com uma investigação para saber de fato o que ocorreu no Aeroporto Internacional dos Guararapes. A delegacia disse ainda que caso seja comprovado o furto, a mulher poderá ser autuada, caso contrário, o suspeito de fazer as acusações poderá ser autuado por calúnia.
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