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quinta-feira, 17 de maio de 2018

Seminário traz informações e debates sobre direitos e dignidade LGBT em Santarém

Nesta quinta-feira (17), dia Internacional contra a LGBTfobia, o Ministério Público de Santarém promoveu por meio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF) do MPPA, o seminário “Dignidade das pessoas LGBT- o MP e a garantia dos Direitos”, no auditório do MP em Santarém. Participaram integrantes do Ministério Público, estudantes e profissionais de áreas como educação e saúde.
O seminário foi aberto pelo diretor do CEAF e coordenador do CAO Constitucional, promotor de justiça Marco Aurélio Nascimento. “Esse assunto está na ordem do dia, pois precisamos direcionar políticas adequadas em que se respeite o princípio da igualdade”, disse.
A promotora de justiça Lilian Braga, da promotoria de Saúde e Educação, ressaltou que a atividade é institucional e ocorre também em outros municípios. “Nós precisamos realizar uma audiência pública, e pensamos em primeiro fazer o seminário para nivelar as informações e a partir discutir como estão os serviços na região e pontuar o foco da atuação do MP”, informou.
As palestras foram ministradas pelo professor da Ufopa, Rui Harayama, sobre o impacto da LGBTfobia no processo de escolarização, e a psicóloga Vanusa Marques, da ONG Grupo Homossexual de Santarém (GHS), sobre saúde e impactos do preconceito na vida das pessoas LGBT.
O professor Rui pontuou historicamente as siglas utilizadas, e tratou de questões que envolvem preconceitos na sociedade, no meio familiar, nas escolas e na universidade. “A discussão LGBT só começou após tensão e luta dos movimentos sociais. É importante fazer essa discussão no chão da escola, e precisamos falar sobre isso com os professores de nossas crianças”, ressaltou.
A psicóloga Vanusa Marques, que atua na ONG GHS, trouxe informações dos conceitos usados na área da psicologia e dados estatísticos que revelam que a cada 25 horas, um brasileiro ou brasileira morre por crime de ódio. “Em 73 países, até 2016 o homossexualismo era considerado crime, e em 13 deles, a pena era de morte”, informou. Na ONG, a psicóloga trabalha também para a retomada do vínculo familiar, que é quebrado pelo preconceito e a não aceitação das escolhas dos jovens.
O presidente da ONG GHS, Moisés Coelho, milita há 12 anos na causa LGBT e conhece a realidade da região. Ele informa que nos primeiros quatro meses deste ano já foram registrados 86 casos de violência contra homossexuais em Santarém, incluindo um caso de homicídio. “Fica muito difícil para o movimento trabalhar com essas situações por causa do atendimento em órgãos públicos, principalmente em delegacias. Quando as vítimas vão para denunciar, servem de chacota. Precisa de um atendimento mais humanizado”, diz.
Texto e fotos: Lila Bemerguy 

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