Em reunião realizada na manhã desta quarta-feira (14/11), na sala dos ex-vereadores (plenarinho). Diante do clima de protesto que ganhou força nos últimos dias, a concessionária, representada por executivos de diferentes setores, ouviu reclamações dos parlamentares e de lideranças comunitárias como o presidente da Associação de Moradores do bairro Matinha, Aldomiro Souza da Silva. “Pessoas que pagavam 200 reais está [sic] pagando 600 reais, mil reais. Eles [Celpa] reclamam por causa dos gatos, mas eu moro perto da serra, levei o Carlinhos, ele mandou o pessoal fazer uma vistoria há mais de três anos, nunca legalizaram lá, nunca botaram um poste”, destacou o comunitário referindo-se a uma das justificativas da companhia para o aumento da tarifa cobrada, que seriam as perdas de energia, ocasionadas pelas ligações clandestinas, chamadas popularmente de “gatos”.
Além dessa justificativa, a empresa apresentou outras, esclarecendo, principalmente, a parte que cabe diretamente à concessionária sobre a tarifação ao consumidor. Foi o que explicou a executiva de Relações com o Cliente, Sulamita Pereira, que ainda fez um balanço do compromisso junto ao Poder Legislativo. “A reunião foi importante para a gente conseguir entender ainda mais quais são os principais pontos de reclamação. A gente conseguiu trazer uma explicação da composição de nossa tarifa. A gente ressalta o nosso compromisso de entender caso a caso, e se houver alguma divergência, deveremos fazer a correção”,salienta.
A representante da Celpa enfatizou também sobre a questão dos impostos que são cobrados junto com o consumo de energia. Sulamita ressaltou que o ICMS do Estado é alto, em 25%, e que “[a mobilização] vai ser muito importante no sentido de evoluir e trazer uma resolução para o povo paraense”.
Os vereadores que estavam na reunião eram Mano Dadai (PRTB), Maria José Maia (DEM), Emir Aguiar (PODEMOS), Didi Feleol (PDT), Júnior Tapajós (PR), Henderson Pinto (MDB), Alaércio Cardoso (PRP), Rogélio Cebuliski (PSB), Tadeu Cunha (DEM), Alysson Pontes (PSD) e Antônio Rocha (MDB). O presidente ponderou a respeito das perdas. Para ele, a Celpa “precisa fazer os investimentos para baratear o custo de quem paga”.
O emedebista se baseou no fato de muitas localidades nas zonas urbana e rural não terem sido ainda assistidas pela companhia, o que obriga moradores a fazerem instalações clandestinas. Ele também lançou uma pergunta, pedindo que seja respondida na audiência pública marcada para o dia 29/11, sobre a diferença de valores por unidade de consumo entre o Pará, São Paulo e a capital do Amazonas, em que os paraenses pagam mais caro que os consumidores desses lugares, mesmo estando em uma das maiores unidades federativas produtoras de energia elétrica.
Já o republicano progressista Alaércio Cardoso ampliou o discurso para fora de Santarém no sentido da mobilização. “Hoje têm pelo menos 30 municípios [do Pará] que já estão no movimento, e vão se manifestar publicamente em seus municípios, realizando audiências públicas. E Santarém não pode ficar de fora dessa manifestação, é o clamor que vem das ruas. Que nessa audiência pública a gente encaminhe algo mais concreto”, ressalta.
Mano Dadai (PRTB) que deu voz, na Câmara de Vereadores de Santarém, ao movimento “Fora Celpa”, iniciado na internet, foi enfático: “o que o povo quer é uma solução. A tarifa muito alta. ICMS muito alto. O Pará é um dos estados que mais produzem energia, porém pagamos a energia mais cara. O consumidor está reclamando com toda a razão. E a Casa de Leis está pronta para buscar solução e dar resposta ao povo”.
A reunião dessa quarta foi uma preparação para a audiência pública, que deverá contar, além da Celpa, com representantes de diversas instituições. Dentre as requisitadas pelos vereadores, estão a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que é responsável por regular o setor no país.
Blog do Xarope via Ascon/CÂMARA