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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Manifestantes saem às ruas de Altamira em protesto contra a ocupação da Volta Grande do Xingu por empresas

Ato contra exploração da Volta Grande do Xingu - Crédito: Reprodução - MAB
Ato contra exploração da Volta Grande do Xingu - Crédito: Reprodução - MAB

O ato também se solidariza aos afetados pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG).

Manifestantes fizeram protesto na tarde desta segunda-feira, 25, no centro do município de Altamira. Os organizadores do ato se reuniram na frente do Mercado Municipal, portanto faixas e cartazes em defesa da Volta Grande do Xingu, região onde está instalada a usina hidrelétrica de Belo Monte e também dos povos que residem na região. 
O evento foi organizado pelos movimentos sociais de Altamira e região do Xingu, na semana em que se completa um mês do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), que causou centenas de mortes e feridos.
Os organizadores explicam que além de solidariedade aos atingidos pela barragem da Vale em Brumadinho, a comunidade dos municípios que se localizam na Volta Grande do Xingu, lutam contra a implantação do projeto de exploração de ouro Belo Sun.
Os manifestantes liderados pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), afirmam que Belo Monte tirou a saúde dos povos do Xingu, levando problemas sociais, ambientais e econômicos para a região. 
Ministério Público realiza vistoria na Volta Grande do Xingu: O Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), a Defensoria Pública da União (DPU) e a Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE/PA) realizarão nova vistoria na região da Volta Grande do Xingu, no entorno dos municípios de Altamira, Vitória do Xingu e Senador José Porfírio, no sudoeste paraense.
Os técnicos começaram o trabalho hoje e concluem amanhã, 26, para fiscalizar se estão sendo cumpridas as obrigações previstas no plano básico ambiental da usina hidrelétrica de Belo Monte, a fim de garantir a vida no trecho de vazão do rio que reduzida com a construção da barragem da usina.
O trecho do rio xingu deve ficar sob monitoramento por seis anos, enquanto fornece 80% de sua água para as turbinas da usina, como prevê o plano básico ambiental.
Também são avaliadas as condições socioambientais na região pelos técnicos. A vistoria está sendo realizada na jusante do barramento do rio xingu, comunidades ribeirinhas e indígenas localizadas na Ilha da Fazenda, Vila Ressaca, Terra Indígena Paquiçamba, Terra Indígena Arara da Volta Grande, comunidade Rio das Pedras e Maranhenses.
Os trabalhos são realizados por equipes multidisciplinares e membros convidados do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Universidade Federal do Pará (UFPA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e órgãos representativos das populações indígenas e não indígenas moradoras da Volta Grande do Xingu.
Representantes dos governos Federal e Estadual, dos municípios de Senador José Porfirio, Vitória do Xingu e Anapu, e da Norte Energia, responsável pela hidrelétrica de Belo Monte, também foram chamados. O resultado da vistoria será apresentado em reunião, na quarta-feira, 27, em Altamira.
Para implantar a hidrelétrica de Belo Monte, foi feito o desvio do curso do rio xingu, autorizado sob a condição de que seriam adotadas medidas necessárias para garantia da vida no trecho do rio que teve a vazão reduzida por causa da hidrelétrica.
Blog do Xarope via Ascom/MPF

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