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domingo, 26 de maio de 2019

Cabo Leonardo, último PM acusado pela chacina do Guamá, se entregou à polícia

Cláudio PinheiroMilitar se apresentou na madrugada. Agora investigações se voltam a apenas um procurado.
A Polícia Civil confirmou esta manhã que o cabo Leonardo Fernandes de Lima, último militar listado entre os oito civis e policiais militares acusados pela participação na chacina do bairro do Guamá, que resultou nas execuções de onze pessoas no último domingo (19) em Belém.
O cabo PM Leonardo Fernandes entregou-se por volta de uma hora da madrugada deste domingo (26) - cerca de 12 horas após o cabo da Polícia Militar José Maria da Silva Noronha também ter se apresentado, no início da tarde deste sábado (25), à Divisão de Homicídios da Polícia Civil. O policial da reserva Noronha também estava entre os oito investigados no caso da Chacina do Guamá que tiveram ordens de prisões decretadas.
Os dois PMs faziam parte do grupo dos três últimos foragidos ainda procurados pelas autoridades que apuram os assassinatos acontecidos no Guamá no domingo passado.
ÚLTIMO PROCURADO
Agora a polícia segue à busca do civil identificado apenas como "Diel", o último envolvido acusado pelas investigações das execuções em Belém. 
"Diel" agora é o último procurado entre acusados pela chacina 
Na última sexta (24) a polícia civil afirmou que o inquérito do caso deve ser entregue à Justiça em dez dias, e que as prisões serão feitas a tempo de todos os envolvidos serem interrogados para se compor o teor do relatório para as denúncias contra os acusados envolvidos pelo caso. 
AS VÍTIMAS
No último domingo (19) a chacina do Guamá foi conduzida por homens encapuzados que entraram num bar, atirando em todos que estavam no local. Apenas uma das pessoas atingidas pelos tiros sobreviveu. A vítima segue internada em estado grave. Tanto o local de atendimento quanto sua identidade seguem guardados por segurança a essa testemunha fundamental às investigações.
Das 11 pessoas mortas - a maioria com tiros na cabeça. Seis eram homens e cinco eram mulheres. As vítimas são Alex Rubens Roque Silva, 41 anos; Flávia Teles Farias da Silva, 32; Leandro Breno Tavares da Silva, 21; Márcio Rogério Silveira Assunção, 36 anos; Maria Ivanilza Pinheiro Monteiro (dona do bar onde ocorreu o crime), 52; Meire Helen Sousa Fonseca, 35; Paulo Henrique Passos Ferreira, 24; Samara Silva Maciel, 23; Samira Tavares Cavalcante, 36; Sérgio dos Santos Oliveira, 38; e Tereza Raquel Silva Franco, 33.Duas linhas de investigação principais estão sendo analisadas pela polícia, mas elas são mantidas em sigilo até o final do inquérito. Segundo a Polícia, as investigações apontam que pelo menos oito pessoas estão diretamente envolvidas na chacina, entre mandantes, executores e apoio logístico. 
Bar onde ocorreu a chacina: maioria das vítimas teve disparos nas cabeças (Cláudio Pinheiro)
OS ACUSADOS
Os acusados são quatro civis e quatro policiais militares (três da ativa e um da reserva). Os primeiros suspeitos de cometerem o crime, Edivaldo dos Santos Santana e Agnaldo Torres Pinto, foram presos na terça-feira (21), quando tentavam descaracterizar os carros utilizados na chacina.
No dia seguinte, mais uma pessoa envolvida no caso, o Jaysson Costa Serra, foi preso em uma panificadora, da qual é proprietário, portando uma arma de fogo calibre 380. Já na última sexta-feira (24), um cabo da Polícia Militar, identificado como Wellington Almeida Oliveira, foi preso enquanto estava em serviço no 2º Batalhão. 
Outro policial, identificado como Pedro Josimar Nogueira da Silva, se entregou no final da tarde do mesmo dia, na sede da Delegacia-Geral. O cabo Pedro, na quinta-feira (23), havia registrado um Boletim de Ocorrência na Seccional Urbana da Cremação alegando que sua arma teria sido furtada. A suspeita é que ele tenha feito isso para despistar a investigação, mas ele já estava na lista de suspeitos de envolvimento e acabou se entregando. 
O cabo da Polícia Militar José Maria da Silva Noronha, penúltimo militar a ser procurado, se apresentou no início de tarde deste sábado (25) à Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
Doze foram baleados na chacina: único sobrevivente segue internado em estado grave (Cláudio Pinheiro)
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO
O inquérito tem um prazo legal de dez dias para ser concluído, disse a Polícia Civil na última sexta (24). A polícia continua em busca do último foragido. O objetivo é, até o fim do inquérito, localizar todos os acusados para que sejam ouvidos em depoimento e confirmem uma das duas hipóteses de motivação. 
Caso o cabo da PM Leonardo Fernandes de Lima seguisse foragido e não fosse encontrado em até oito dias após a decretação de sua prisão, o militar seria considerado desertor e teria seus vencimentos bloqueados.

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