A assessoria de imprensa do senador informou que em breve se posicionará sobre o caso
O senador Omar Aziz, um dos alvos da operação Vertex, deflagrada hoje pela Polícia Federal e Ministério Público Federal e que culminou na prisão da esposa dele, Nejmi Aziz, e de três de seus irmãos, não poderá se comunicar com os outros investigados e está proibido de deixar o País.
A informação foi divulgada hoje pelo delegado federal Alexandre Teixeira, responsável pelas investigações que fazem parte de um desdobramento da operação Maus Caminhos, que desde 2016 apura desvios de recursos públicos no sistema de Saúde do Amazonas.
Segundo o delegado, houve mandados de busca e apreensão contra o senador Omar Aziz, além de medidas cautelares como a de não poder falar com os presos. A reportagem apurou que Omar está em Manaus, em casa, no condomínio Efigênio Salles, reunido com advogados. A assessoria de imprensa do senador foi contatada e informou que Omar ainda não teve acesso aos autos desse processo. Ele aguarda o seu advogado ter acesso para poder se manifestar.
De acordo com o delegado Max Ribeiro, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Federal, a "posição topográfica da caneta", em referência ao posto de governador ocupado por Omar, "possibilitou ou não evitou que esses crimes fossem perpetrados".
"Havia ali um gestor que tinha o dever de evitar que recursos públicos da saúde fossem desviados. O papel dele, seja por omissão ou por ação, possibilitou a prática desses ilícitos. E pelos indícios, parte desses recursos voltou para essas pessoas que se encontravam, topograficamente, na parte mais alta de poder e que possibilitou a prática desses crimes".
Prisões
Além da esposa Nejmi Aziz, foram presos os irmãos do senador, Amin, Murad e Mansour, além do ex-chefe de gabinete de Omar quando ele ainda era governador, o tenente-coronel da Polícia Militar Josenário Figueiredo, e um PM chamado Ricardo Campos. Em 2018, Murad chegou a ser preso durante um desdobramento da Maus Caminhos, a operação Cashback.
De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que os investigados e alvos de mandados de prisão recebiam como vantagens indevidas dinheiro em espécie frutos de contratos de aluguel simulados, funcionando como 'interpostos' para dissimular a origem do dinheiro. Os imóveis alugados sequer eram ocupados mas os valores eram recebidos, o que, segundo o delegado, seria uma forma de ocultar a entrega de dinheiro por meios de contratos 'de fachada'. Além disso, segundo Alexandre Teixeira, há indícios de superfaturamentos em vendas de terrenos e nota fiscais de serviços que sequer foram prestados, porém foram pagos.
O delegado federal Alexandre Teixeira destacou que o Instituto Novos Caminhos assumiu a gestão de unidades de saúde do Estado quando Omar Aziz era governador e José Melo, preso em outro desdobramento da Maus Caminhos, a operação Custo Político, era vice. No entanto, Teixeira foi cauteloso ao ser questionado se Omar comandava as ações do grupo. "Estamos na fase de investigação, não queremos imputar este comando", esquivou-se.
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