Vereador e ex-presidente da Câmara Raimundo Acélio de Aguiar |
CPI investigará eventuais desvios de recursos públicos no período de 2017 e 2018 pelo vereador Raimundo Acélio de Aguiar; Em resposta, vereador diz estar sendo vítima de perseguição política.
Foi instaurada na última semana, na Câmara Municipal de Jacareacanga, uma CPI, requerida pelos Vereadores Márcio Gagarin Ribeiro de Queiroz, Edileuza Viana, Elinaldo Crixi Munduruku, Ivania Maria Tosin de Araújo e Rainericy da Silva Quintino, que irá investigar eventuais desvios de recursos públicos da própria Câmara na gestão do ex-presidente, Raimundo Acélio de Aguiar, no período de 2017 e 2018.
De acordo com Domingos Borges da Silva, jornalista e contador da cidade, o então Presidente da Câmara Municipal de Jacareacanga, Raimundo Acélio de Aguiar, movimentou mais de um milhão de reais através de Cheques, emitidos ao portador e trocados diretamente nos Caixas da agência do Bradesco, em Itaituba, em favor de terceiros e não, efetivamente, a pagamentos da Câmara Municipal.
Um dos favorecidos, Francisco Ferreira Sezorte, é Servidor Efetivo da Câmara Municipal de Itaituba, o que não justificava vultosas quantias recebidas da Câmara Municipal de Jacareacanga, já que ele sozinho recebeu a quantia de R$ 179.920,71 (cento e setenta e nove mil novecentos e vinte reais e setenta e um centavos).
Outra favorecida, Ordevalda Aguiar Walfredo, é sócia administradora de uma empresa de Contabilidade, que prestava serviços para a Câmara Municipal de Jacareacanga e recebeu a bagatela de R$ 594.343,42 (quinhentos e noventa e quatro mil, trezentos e quarenta e quatro reais e quarenta e dois centavos). Mas, os valores por ela recebidos através de Cheques ao portador, não se referem aos valores do Contrato de Prestação de Serviços de Contabilidade.
Haja vista que os pagamentos decorrentes dele eram feitos mensalmente, no valor de R$ 9.000,00 (nove mil reais) que, ao ano correspondeu ao total de apenas R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), conforme Liquidação das Despesas Orçamentárias da Câmara.
O que chamou a atenção dos vereadores foi o fato de que João Luiz de Sousa Vilar, então Tesoureiro da Câmara Municipal de Jacareacanga e, que no período de janeiro de 2017 até dezembro de 2018, assinava com o Presidente Raimundo Acélio os Cheques emitidos pela Câmara Municipal de Jacareacanga, também trocou Cheques da Casa de Leis no valor total de R$ 163.365,00 (cento e sessenta e três mil, trezentos e sessenta e cinco reais).
Do contexto, acredita-se que o então Presidente da Câmara Municipal de Jacareacanga, aliado ao Tesoureiro, João Luiz, por ele nomeado ao cargo de confiança, aliciaram ao Servidor da Câmara Municipal de Itaituba, Francisco Ferreira e ainda a Contadora Ordevalda Aguiar, para as ações. Também é investigada a conivência da Gerência do Banco Bradesco, agência na qual o Poder Legislativo Municipal mantinha e mantém a sua conta corrente; uma vez que a agência não procurou averiguar o porquê de pagamentos de vultosas quantias em cheques trocados diretamente nos Caixas, como prévia a programação.