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quinta-feira, 2 de abril de 2020

MP investiga morte de idosa por Covid-19 na vila de Alter do Chão

Centenas de pessoas estiveram presente no velório da idosa na Vila de Alter do Chão
Um inquérito, que corre sob sigilo, foi aberto pelo Ministério Público do Pará com a finalidade de apurar as circunstâncias que cercam a morte, no dia 19 passado, de uma idosa de 87 anos em decorrência do Covid-19, segundo um laudo lavrado por instituto médico de Belo Horizonte. No atestado de óbito da idosa, que vivia há dez anos acamada na residência dela, é dito por um médico que a morte ocorreu devido “insuficiência respiratória aguda e broncopneumonia”.
A questão é que esse caso sequer chegou a ser notificado às autoridades da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa), nem mesmo à área de saúde de Santarém, onde se localiza a vila de Alter do Chão, local de moradia da idosa. Essa omissão pode custar caro ao profissional de saúde, pois o Covid-19 é um vírus perigoso, de natureza ainda desconhecida, mas altamente contagioso, tanto que já matou mais de 40 mil pessoas no mundo, além de infectar cerca de 1 milhão.
Em coletiva nesta noite, o governador Helder Barbalho exibiu documentos para comprovar que o Estado, para anunciar oficialmente a morte da idosa pelo Covid-19, cercou-se de todas as cautelas e protocolos, inclusive, após tomar ciência do resultado positivo do exame pelo laboratório mineiro, de enviar ofício ao dito laboratório para saber se de fato a análise havia sido por ele realizada, o que foi confirmado.
“Compartilho da dor da família e me solidarizo com os familiares”, disse Helder, relatando ter tomado conhecimento, por meio de áudios, que alguns parentes da vítima negam ter ela falecido em decorrência do novo coronavírus. Segundo eles, a morte teria ocorrido por “causas naturais, velhice”.
“Os documentos que temos aqui atestam a causa do óbito”, completou o governador, acrescentando ter solicitado ao procurador-geral de Justiça, Gilberto Valente Martins, a abertura de investigação para apurar o caso. O primeiro a ser chamado para depor será o médico que atendeu a idosa e solicitou exames ao laboratório de Belo Horizonte.
De acordo com a Sespa, que divulgou a morte da idosa na manhã desta quarta-feira, a amostra foi coletada e o exame realizado em laboratório privado. Ela só teve ciência no dia 25, após o óbito, ocorrido no último dia 19. O Lacen, laboratório central do estado, subordinado à Sespa, não recebeu qualquer pedido de teste para o Covid-19 na idosa, uma cautela que deveria ter sido seguida como forma de notificação do caso.
A Secretaria Municipal de Saúde de Santarém, por outro lado, só veio a ser comunicada da causa após a morte, também no dia 25 de março. Em entrevista, o prefeito Nélio Aguiar (foto acima) exibiu os exames e atestado de óbito, omitindo divulgar o nome da idosa para evitar constrangimentos aos familiares. Além disso, a Sespa informa que, diante das informações enviadas de Belo Horizonte, conduziu inquérito epidemiológico e concluiu por validar o óbito por Covid-19.
Medo de contágio
Familiares, amigos, vizinhos e conhecidos da idosa – que participaram do velório e foram ao enterro -, após a repercussão do caso nas mídias e redes sociais, manifestam temor de contaminação. Nesse caso, será necessário saber quantas pessoas estiveram no velório, identificá-las e colocá-las sob quarentena por 14 dias.
Idosa que teria sido a primeira vitima do Corona Virus

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