Centenas de pessoas estiveram presente no velório da idosa na Vila de Alter do Chão |
Um inquérito, que corre sob sigilo, foi aberto pelo Ministério Público do Pará com a finalidade de apurar as circunstâncias que cercam a morte, no dia 19 passado, de uma idosa de 87 anos em decorrência do Covid-19, segundo um laudo lavrado por instituto médico de Belo Horizonte. No atestado de óbito da idosa, que vivia há dez anos acamada na residência dela, é dito por um médico que a morte ocorreu devido “insuficiência respiratória aguda e broncopneumonia”.
A questão é que esse caso sequer chegou a ser notificado às autoridades da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa), nem mesmo à área de saúde de Santarém, onde se localiza a vila de Alter do Chão, local de moradia da idosa. Essa omissão pode custar caro ao profissional de saúde, pois o Covid-19 é um vírus perigoso, de natureza ainda desconhecida, mas altamente contagioso, tanto que já matou mais de 40 mil pessoas no mundo, além de infectar cerca de 1 milhão.
Em coletiva nesta noite, o governador Helder Barbalho exibiu documentos para comprovar que o Estado, para anunciar oficialmente a morte da idosa pelo Covid-19, cercou-se de todas as cautelas e protocolos, inclusive, após tomar ciência do resultado positivo do exame pelo laboratório mineiro, de enviar ofício ao dito laboratório para saber se de fato a análise havia sido por ele realizada, o que foi confirmado.
“Compartilho da dor da família e me solidarizo com os familiares”, disse Helder, relatando ter tomado conhecimento, por meio de áudios, que alguns parentes da vítima negam ter ela falecido em decorrência do novo coronavírus. Segundo eles, a morte teria ocorrido por “causas naturais, velhice”.
“Os documentos que temos aqui atestam a causa do óbito”, completou o governador, acrescentando ter solicitado ao procurador-geral de Justiça, Gilberto Valente Martins, a abertura de investigação para apurar o caso. O primeiro a ser chamado para depor será o médico que atendeu a idosa e solicitou exames ao laboratório de Belo Horizonte.
De acordo com a Sespa, que divulgou a morte da idosa na manhã desta quarta-feira, a amostra foi coletada e o exame realizado em laboratório privado. Ela só teve ciência no dia 25, após o óbito, ocorrido no último dia 19. O Lacen, laboratório central do estado, subordinado à Sespa, não recebeu qualquer pedido de teste para o Covid-19 na idosa, uma cautela que deveria ter sido seguida como forma de notificação do caso.
A Secretaria Municipal de Saúde de Santarém, por outro lado, só veio a ser comunicada da causa após a morte, também no dia 25 de março. Em entrevista, o prefeito Nélio Aguiar (foto acima) exibiu os exames e atestado de óbito, omitindo divulgar o nome da idosa para evitar constrangimentos aos familiares. Além disso, a Sespa informa que, diante das informações enviadas de Belo Horizonte, conduziu inquérito epidemiológico e concluiu por validar o óbito por Covid-19.
Medo de contágio
Familiares, amigos, vizinhos e conhecidos da idosa – que participaram do velório e foram ao enterro -, após a repercussão do caso nas mídias e redes sociais, manifestam temor de contaminação. Nesse caso, será necessário saber quantas pessoas estiveram no velório, identificá-las e colocá-las sob quarentena por 14 dias.
Idosa que teria sido a primeira vitima do Corona Virus |
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