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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Pacientes que já contraíram Covid-19 podem ter alterações neurológicas

É necessário sempre o acompanhamento de um médico.
Pessoas acometidas pela Covid-19 ou que já tiveram o diagnóstico positivo para a doença em algum momento precisam ficar atentas e observar a existência de alguns sinais de alerta que podem caracterizar alteração neurológica provocada pela enfermidade. Perda de olfato, formigamentos pelo corpo e dores de cabeça estão entre as alterações. Mesmo em um quadro considerado leve, a recomendação é procurar um neurologista para avaliar cada caso.
Embora o novo coronavírus seja um vírus respiratório, ele é capaz de gerar bastante inflamação e alteração vascular no organismo. Essa inflamação pode acometer diversos órgãos, incluindo o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico, conforme explicou o neurologista Antônio de Matos. “Existem diversos tipos de alterações neurológicas. Embora não sejam tão frequentes, a maioria das que são graves acomete o sistema nervoso central. Porém, alterações neurológicas como perda do olfato, formigamentos e dor de cabeça podem aparecer numa frequência de até 30% dos pacientes. Complicações como a Síndrome de Guillain Barré, AVC hemorrágico e isquêmico e a trombose são vistas também na Covid-19, porém, são mais comuns em pacientes que têm gravidade um pouco maior”, detalhou.
ATENDIMENTO
Caso o paciente apresente alteração neurológica importante ou que o incapacite como, por exemplo, dificuldade de movimentar membros como braços e pernas, de coordenar os membros ou até para acordar, se faz necessário buscar atendimento de urgência. Em casos mais leves como a perda de olfato ou uma dor de cabeça que o paciente já tenha apresentado anteriormente, é possível aguardar para consultar um neurologista. “O tratamento das alterações neurológicas na Covid-19 é o mais diverso possível. Podem ser utilizados medicamentos para desentupir os vasos, podemos utilizar medicações anti-inflamatórias, corticoides e até imunoglobulina, que são medicações que auxiliam para controlar essa inflamação, assim como tratam alterações vasculares geradas pela doença. Se o paciente for ao neurologista pode evitar que essa alteração vire uma sequela, fazendo tratamento”, orienta o neurologista.
Ao procurar o especialista, além da avaliação clínica do paciente, podem ser realizados exames como ressonância magnética, tomografia computadorizada, entre outros, para confirmar ou descartar alterações neurológicas. “É muito importante saber que um paciente grave, independente da doença, (o quadro) gera alteração nos nervos e músculos, causando uma fraqueza generalizada. Então o paciente pode sim procurar atendimento para realizar uma reabilitação. Pacientes com perda muscular devem ser encaminhados ao neurologista ou fisiatra para realizar reabilitação neurológica”, encerra, acrescentando que o atendimento, nesses casos, é feito por uma equipe multidisciplinar.

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