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quinta-feira, 20 de maio de 2021

Entenda: o que se sabe sobre a variante indiana do coronavírus identificada no Maranhão

Trabalhador de saúde coleta uma amostra de esfregaço nasal de um homem para um teste de Covid-19 no distrito de Budgam, no centro da CaxemiraOs primeiros casos no Brasil de Covid-19 provocados pela variante do coronavírus que emergiu na Índia foram confirmados pelo governo do Maranhão nesta quinta-feira. A B.1.617.2 foi identificada em seis tripulantes do navio Mv Shangon Da Zhi, ancorado no estado, que viajou da África do Sul até São Luís.
Por que a variante indiana preocupa?
Em coletiva nesta quinta-feira, o diretor-geral do Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen-MA), Lídio Gonçalves, explicou que a variante indiana detectada no Maranhão é a B.1.617.2, uma das variações da cepa identificada pela primeira vez em dezembro na Índia. Ele destaca que recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificou como uma variante "de atenção", o que significa que está relacionada com maior capacidade de transmissão. Mas ele ressalta que todos os tripulantes do navio ancorado em São Luís estão isolados e não foi identificada transmissão local.
A variante indiana B.1.617 foi classificada pela OMS como uma "preocupação global" na semana passada. "O que há disponível de informação indica uma transmissibilidade acentuada", disse Maria Van Kerkhove, uma das principais autoridades técnicas da OMS em Covid-19, em coletiva no dia 10.
Vacinas funcionam contra a variante?

Segundo Gonçalves, os estudos preliminares mostram que as vacinas funcionam contra essa variante, mas ainda são necessários mais dados para se ter uma posição definitiva sobre a eficácia dos imunizantes contra a cepa indiana.
Quais cuidados devemos tomar?

O diretor do Lacen-MA explica que a variante indiana segue "basicamente" o padrão das outras variantes de preocupação que existem, como a P1, que circula largamente no Brasil. As medidas centrais de proteção continuam sendo as mesmas.

O superintendente de Vigilância Sanitária do Maranhão, Edmilson Diniz, destacou a importância de se manter o uso de máscara, higienização das mãos, etiqueta respiratória, higienização de superfícies, distanciamento social e evitar aglomerações.
E o que as autoridades sanitárias devem fazer?

O secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirmou que cerca de 100 pessoas tiveram contato com os tripulantes do navio contaminados com a variante indiana estão sendo rastreadas e serão isoladas e testadas. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, a Vigilância Sanitária Estadual também notificou a empresa responsável quanto a proibição do navio atracar na área portuária em São Luís.

Carlos Lula defendeu, nesta quinta-feira, cuidados mais rígidos nas fronteiras do país e criticou a resposta "ainda muito lenta" do Ministério da Saúde para esse tipo de problema.

O governo brasileito suspendeu voos da Índia na última sexta-feira, dez dias após recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Na Argentina, qualquer pessoa que desembarca de voo internacional faz exame, e se der positivo, é isolado, por exemplo. Isso talvez fosse uma medida necessária para o Ministério pensar nos portos, aeroportos e fronteiras. Essas medidas cabem ao próprio Ministério da Saúde. Fiz pedido nesse sentido ao ministro essa manhã", afirmou o secretário.

O EXTRA pediu resposta ao Ministério da Saúde, mas ainda não teve retorno.

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