A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã desta quarta-feira (6) a operação SOS Jamanxim. Na ação, foram mobilizados cerca de 60 policiais federais.
A operação visa combater o desmatamento ilegal na Amazônia, especificamente na Floresta Nacional do Jamanxim, unidade de conservação criada 2006, com área total de mais de 1.300.000 hectares e localizada no município de Novo Progresso (PA).
Nas unidades de conservação são permitidos unicamente a exploração sustentável da floresta.
As investigações da Polícia Federal, que utilizam dados de imagens de satélite de alta resolução do Programa Brasil Mais (Planet), apontam que a organização criminosa desmatou mais de 30 mil hectares de floresta, que equivalem a 30 mil campos de futebol.
Laudos demonstram que cerca de 16 mil hectares desmatados estão localizados dentro da flona, acumulando desde a sua criação mais de 160 mil hectares de floresta devastada.
A modalidade de desmatamento praticada na área – corte raso – é considerada a mais danosa à natureza, pois realiza a remoção total de qualquer forma de cobertura vegetal, com objetivo de promover plantio de pasto e criação de gado.
O modus operandi dos criminosos é sempre o mesmo: invadem terras públicas da União, fazem o corte seletivo da madeira economicamente viável e depois suprimem toda a vegetação, inclusive, com uso de fogo, para plantio de pasto e criação de gado.
A ação tem por objetivo dar cumprimento a 4 mandados de prisão temporária, 18 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Itaituba (PA). Foi ainda ordenado o sequestro/bloqueios de bens até o valor de quase R$ 311 milhões, visando a reparação do dano ambiental, conforme valores quantificados em laudos periciais.
As diligências estão em cumprimento em 3 estados – Pará, Mato Grosso e Santa Catarina.
Os crimes investigados são: associação criminosa, desmatamento em unidades de conservação e/ou terras públicas, usurpação de terras públicas, produção de documentos falsos e uso de documentos falsos, todos crimes descritos no Código Penal Brasileiro e na Lei Ambiental, com penas previstas superiores a 20 anos de reclusão.
O nome da operação faz alusão a área da unidade de conservação desmatada. A PF não revelou o nome das pessoas que são alvos de prisão e nem os endereços de busca e apreensão.
Com informações da PF