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segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

EUA, Reino Unido e Austrália retiram famílias de funcionários de suas embaixadas da Ucrânia



Em meio à escalada de tensão da Rússia com a Ucrânia, os governos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Austrália começaram a retirar as famílias dos funcionários de suas embaixadas em Kiev, a capital da Ucrânia, e a Otan anunciou que vai enviar mais tropas para o leste da Europa.

Os países temem que a Rússia invada novamente a Ucrânia (veja mais abaixo). O governo russo posicionou mais de 100 mil soldados na fronteira e tem feito exercícios militares com Belarus, outro país vizinho que fazia parte da União Soviética, mas nega que vá promover uma invasão à Ucrânia.

O Departamento de Estado americano afirmou no domingo (23) que a decisão foi tomada "devido à ameaça persistente de uma operação militar russa" no país vizinho.

O comunicado do governo dos EUA diz também que funcionários não essenciais da embaixada podem deixá-la se desejarem e recomenda aos cidadãos americanos que residem na Ucrânia que "devem agora considerar" deixar o país em voos comerciais ou outros meios de transporte.

A embaixada dos EUA afirmou que "ação militar da Rússia pode acontecer a qualquer momento" e que autoridades "não estarão em condições de evacuar cidadãos americanos em tal contingência". "Portanto, os cidadãos dos EUA atualmente presentes na Ucrânia devem se planejar".

A Embaixada britânica já começou a retirada das famílias e disse que a medida inclui não só os dependentes, mas também funcionários não essenciais.

O governo da Austrália passou a alertar seus cidadãos para não irem à Ucrânia e pediu aos australianos que deixem o país por meios comerciais. "Os serviços consulares e nossa capacidade de fornecer assistência consular aos australianos podem ser limitados devido às circunstâncias locais".

Os anúncios ocorrem dias após os chefes da diplomacia dos EUA e da Rússia, Antony Blinken e Sergey Lavrov se reunirem para discutir a crise da Ucrânia. No fim de semana, foi a vez dos ministros da Defesa britânico e russo, Ben Wallace e Serguei Shoigu, também se encontrarem.

Otan envia tropas

Os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) anunciaram nesta segunda-feira (24) que vão reforçar a capacidade de defesa no leste da Europa, enviando tropas, aviões e navios para contrabalançar a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia.

"A Otan continuará tomando todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os aliados, inclusive reforçando a parte oriental da aliança", afirmou seu secretário-geral, Jens Stoltenberg.

A Otan é uma aliança político-militar dos EUA e do Canadá com países europeus que foi fundada em 1949, durante a Guerra Fria, para inibir o avanço da União Soviética na Europa e a proteger mutuamente os países-membros (pelo tratado, se um membro for atacado os demais devem reagir).


Com o fim da União Soviética e o colapso do bloco soviético, a Otan passou a se expandir em direção ao leste europeu, quase dobrando de tamanho (atualmente a organização tem quase 30 Estados-membros).

Países que faziam parte da União Soviética, como a Estônia, a Letônia e a Lituânia, ou ex-aliados da Rússia no Pacto de Varsóvia, como a Polônia, hoje estão sob influência da Otan — o que a Rússia não aceita e considera uma ameaça.

O que a Rússia quer

A organização também afirmou nesta segunda que a Espanha "está considerando enviar aviões de combate para a Bulgária", que a Holanda enviará caças ao mesmo país e a França "manifestou sua disposição de enviar tropas para a Romênia".

A declaração ocorre três dias após o governo russo exigir a retirada das tropas da Otan da Romênia e da Bulgária, países que fazem parte da aliança político-militar e antigamente eram da área de influência da Rússia.

"Trata-se da retirada de forças estrangeiras, de material e de armamento, assim como outras medidas, para voltar à situação de 1997 nos países que não eram então membros da Otan. É o caso da Romênia e da Bulgária", afirmou na sexta-feira (21) o Ministério das Ralações Exteriores russo.

O governo russo quer não só que a Otan pare de ampliar a sua área de influência como deseja que a aliança político-militar recue e se afaste de países do leste europeu, como Belarus e a Ucrânia.

Invasão à Ucrânia


Por isso a Rússia invadiu a Ucrânia em 2014 e anexou a região da Crimeia, em 2014, e agora deslocou o Exército para a fronteira com o país. Os russos também exigem que a Otan proíba a entrada da Ucrânia na organização — o que os países ocidentais rejeitam.

Na época, manifestantes derrubaram o então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, que havia desistido de assinar um tratado de livre-comércio com a União Europeia e preferiu estreitar relações comerciais com a Rússia.

A decisão deu origem a protestos em massa que resultaram na destituição de Yanukovich, que fugiu para a Rússia. Os russos então reagiram e invadiram a Crimeia, sob protesto dos EUA, da União Europeia e da Otan, e seguem controlando a região até hoje.

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com informações G1 MUNDO

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