Vários líderes ibero-americanos de esquerda, entre eles o presidente argentino Alberto Fernández e o ex-presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, defenderam o retorno de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder no Brasil, ao fim de um encontro do Grupo de Puebla no Rio de Janeiro.
“Os democratas, os progressistas do mundo esperam sua vitória no Brasil” nas eleições de outubro, afirmou Zapatero, dirigindo-se ao ex-presidente, diante de milhares de estudantes reunidos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Repleto de bandeiras vermelhas do Partido dos Trabalhadores (PT) e de outros movimentos sociais, o evento teve ar de campanha eleitoral, apesar de se tratar formalmente do encerramento de dois dias de debates sobre “Democracia e Igualdade” do Grupo de Puebla, um fórum que desde 2019 reúne dezenas de lideranças de esquerda.
“Lula é o líder regional que a América Latina precisa”, declarou Alberto Fernández em um vídeo gravado e transmitido no ato.
“Na Colômbia, sentimos sua falta, queremos Lula presidente novamente”, disse, por sua vez, Ernesto Sámper, ex-presidente da Colômbia (1994-1998) e ex-secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (2014-2017).
Também estiveram presentes a ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016) e a ministra do Trabalho da Espanha, Yolanda Díaz, arquiteta de uma reforma trabalhista para acabar com a precariedade na Espanha que Lula pretende emular caso volte ao poder.
Vestido de preto, Lula, que ainda não confirmou sua candidatura, mas lidera as pesquisas e menciona frequentemente o retorno da esquerda ao governo, inflamou os presentes com um discurso cheio de críticas ao presidente Jair Bolsonaro, que chamou de “fascista”, e à inflação de dois dígitos que pesa no bolso dos brasileiros, tema que será crucial na campanha.
“Companheiros, eu tenho dito, esperem. Esperem que nós vamos voltar e quando a gente voltar, a gente vai tratar de abrasileirar o preço das coisas”, declarou.
De acordo com a última pesquisa do Datafolha, em um possível segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista aparece com 55% das intenções de voto contra 34% do atual presidente.
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