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sexta-feira, 1 de abril de 2022

Artesanato do Arapiuns ganha visibilidade e garante renda em parceria com lojas virtuais



Sem poder receber turistas por quase dois anos durante a pandemia, comunidades tradicionais de artesanato foram forçadas a repensar suas estratégias para a geração de renda e escoamento de seus produtos. E foi por meio de parcerias com curadores e profissionais de e-commerce, que comunidades do Rio Arapiuns, em Santarém, oeste do Pará, mantiveram a produção em alta e alcançaram mercados além de seus limites geográficos.

Convivendo diariamente em torno do artesanato, Niete Rego, 29 anos, atual diretora da Associação Trançados do Arapiuns (AARTA), tomou gosto pelo ofício por influência da mãe, a artesã Neida Pereira, 52 anos, que foi uma das fundadoras da associação. “Hoje, eu faço a gestão de 120 artesãos de oito comunidades em torno do Rio Arapiuns e, quem sabe, em algum momento pode ser que minha filha, que hoje tem 10 anos, assuma esse papel de levar nossa cultura adiante ”, contou.

Para Niete, a participação dos mais jovens é fundamental. “Acabamos tendo mais facilidade com a tecnologia e, com isso, conseguimos estar mais atentos às possibilidades de parceria. Além dos e-commerces ajudarem com o escoamento da nossa produção, eles acabam trazendo novas ideias e nos divulgam, levando o nosso trabalho a locais que muitas vezes nem conhecemos", completou.

Segundo dados da Neotrust, consultoria de análise de dados do mercado digital, o e-commerce brasileiro tem a projeção de crescer cerca de 9% em 2022, chegando a um faturamento de R$ 174 bilhões, e um dos setores que mais cresceu nos últimos dois anos foi o de Casa e Decoração que, segundo uma pesquisa da plataforma de e-commerce NuvemShop, teve uma alta de 300% no número de pedidos em 2020 e 2021.

Com olhar atento para a produção artesanal e para o crescimento do e-commerce brasileiro durante o período, a empresária Mariana Oliveira, 38 anos, fundadora e curadora do e-commerce de artesanato Etnias Mundi, ampliou suas parcerias com artesãos de 35 grupos em cerca de 11 países. “Em um período em que essas comunidades tiveram um forte impacto econômico, as vendas online passaram a ser a principal fonte de renda de artesãos, mas como boa parte deles não estava habituada com o uso de lojas virtuais, os parceiros têm cumprido esse papel", disse.

Com crescimento da loja de 80% em 2021 e mais de 5 mil produtos vendidos, Mariana percebeu que a geração de renda incentiva os mais jovens a continuarem as tradições iniciadas pelos pais e avós. “Uma vez que eles vêem os pais ganhando melhor, eles até saem para buscar por qualificação e cursos universitários, mas voltam e passam a usar esse conhecimento para gerenciar os negócios que normalmente são familiares”, afirmou.

com informações G1 SANTARÉM

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