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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

MP aponta relação de ao menos 12 empresários e agentes políticos em financiamento de bloqueios ilegais em SC


Órgão apresentou informações de relatório em encontro com o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE.
Pelo menos 12 empresários e agentes públicos de Santa Catarina, entre eles um vereador, foram identificados por financiar e organizar os bloqueios ilegais em rodovias federais e estaduais durante atos antidemocráticos contra o resultado das eleições de outubro. A informação é do Ministério Público que não divulgou os nomes dos investigados.
Os dados e informações constam em relatório sigiloso do Ministério Público de Santa Catarina que foi entregue na terça-feira (8) ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
Em entrevista à Rádio CBN nesta quarta-feira (9), o chefe do órgão, Fernando Comin, explicou como a estrutura funcionava. Segundo ele, o grupo ofereceu estrutura de alimentação, logística e banheiros químicos, que possibilitam os bloqueios ilegais.
"O que se identificou foi a existência de uma organização, atuando nos bastidores, incentivando lideranças comunitárias, de movimentos dos caminhoneiros em geral, pessoas comuns do povo, a irem a frente, a incitarem esses atos", declarou Comin.
Santa Catarina chegou a ter quase 70 atos de bloqueios simultâneos em rodovias de todo o estado. Desde segunda-feira (7), não há nenhuma estrada fechada.
O volume de empresas e agentes políticos citados são apenas de Santa Catarina. Apesar disso, na reunião com Alexandre de Moraes foram entregues relatórios que apontam a atuação nos protestos.
"Nomes não podem ser ditos, para não atrapalhar as investigações. O que eu posso apontar, mais de 12 empresários e lideranças foram identificados até agora, um cruzamento de dados, mas a atividade dessas pessoas nas redes sociais, nos bastidores, nos movimentos, quem estava arrecadando, quem financiou a estruturação dessas bases, quem incitou a prática de violência contra a polícia", completou Comin.
O PGJ não detalhou o total de organizadores identificados em todo o país. A investigação busca ainda descobrir de onde partiram as ordens para as ações coordenadas.
"Não podemos confirmar que a origem é Santa Catarina, há ramificações aqui em Santa Catarina, nós apresentamos um relatório de inteligência, portanto sigiloso, apontando algumas lideranças que foram identificadas, inclusive empresariais, vereadores, agentes políticos. Claro que isso está sendo objeto de uma investigação mais detalhada", reiterou.
Reunião em Brasília
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, que também esteve reunido com Moraes, declarou após o encontro a preocupação das autoridades agora é identificar o "fluxo financeiro" dos bloqueios. O Supremo Tribunal Federal (STF) já está rastreando suspeitos.
Em Santa Catarina, o MPSC deu 24 horas para a Polícia Militar detalhar as ações tomadas para desobstruir vias urbanas ocupadas por atos antidemocráticos.
Em paralelo, a PRF tirou das ruas catarinenses dois policiais flagrados em vídeo dizendo que não iriam multar bolsonaristas por bloqueios.




Preocupação em SC




Durante o encontro com o ministro, Comin reforçou a preocupação em relação a presença de idosos e crianças como escudos humanos nos bloqueios. Uma investigação do órgão já busca identificar os pais ou responsáveis dos menores.


O MPSC também relatou os atos de violência praticados contra as forças de segurança. Na segunda-feira (7), dois policiais rodoviários federais ficaram feridos após serem agredidos por manifestantes. Um homem que foi preso em flagrante vai responder por tentativa de homicídio.


"Esse movimento antidemocrático, porque não são pacíficos, impedem o direito de ir e vir e atentam contra a Democracia", disse o órgão estadual em nota.

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