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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Professora que expulsou alunos de laboratório de doutorado por ‘serem esquerdistas’ é desligada de programa por assédio


A professora Sheylla Susan Almeida, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), foi desligada do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (Rede Bionorte) após sindicância que considerou caso de assédio a situação em que a docente desistiu de orientar dois alunos justificando que eles eram “esquerdistas” e os expulsou do laboratório de doutorado. O caso aconteceu no Amapá.
Porém, Sheylla segue sendo alvo de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Unifap, que corre sob sigilo.

Reprodução/Redes Sociais

Professora que expulsou alunos de laboratório de doutorado por ‘serem esquerdistas’ é desligada de programa por assédio. 
A professora Sheylla Susan Almeida, da Universidade Federal do Amapá (Unifap), foi desligada do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (Rede Bionorte) após sindicância que considerou caso de assédio a situação em que a docente desistiu de orientar dois alunos justificando que eles eram “esquerdistas” e os expulsou do laboratório de doutorado. O caso aconteceu no Amapá.

Porém, Sheylla segue sendo alvo de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Unifap, que corre sob sigilo.

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Relembre o caso

A professora desistiu de orientar dois acadêmicos de doutorado da Unifap justificando que eles eram “esquerdistas”. A medida foi anunciada no grupo do curso em um aplicativo de mensagens, no dia 2 de novembro.

Nas mensagens enviadas, a professora Sheylla Susan Almeida afirmou que se houvessem outros “esquerdistas” também poderiam pedir desligamento da orientação.

“Procurem outro professor para orientar vcs. Amanhã estarei entregando a carta de desistência da orientação de vcs. Não quero esquerdistas no laboratório. Portanto, sigam a vida de vcs. E que Deus os abençoe. Se tiver mais algum esquerdista, que faça o favor de pedir desligamento. Ou estão comigo, ou contra mim”, escreveu.
Medidas

Em decisão tomada no início de novembro, mas divulgada apenas no último final de semana, uma comissão da Rede Bionorte avaliou o caso e descredenciou a professora das atividades do curso de pós pelos atos de assédio praticados contra a aluna Débora Arraes, que é professora na Universidade do Estado do Amapá (Ueap).

Débora, que estava sendo acompanhada por meio desse programa de pós-graduação, conta que já conseguiu um novo orientador e que aguarda apenas a homologação da mudança pela coordenação do programa. Sheylla foi descredenciada e proibida de participar de reuniões do programa, comissões e de dar aulas. Apenas os estudantes que já estiverem em orientação poderão continuar com a professora.

Além de Débora, o professor Líbio Tapajós Mota de 42 anos é o outro acadêmico abandonado pela orientadora. Ele era acompanhado por Sheylla por meio de outro programa, o de Pós-Graduação em Inovação Farmacêutica, em associação em rede com outras universidades da Região Norte. Mota disse que foi avisado da desistência da orientadora após o resultado das eleições em 2º turno.
Pedido de desculpas

Em nota publicada no perfil dela em uma rede social, Sheylla pediu desculpas aos alunos e disse que se excedeu nas palavras. Veja na íntegra:

Pedido Público de Desculpa

Eu, Sheila Susan, professora efetiva do Curso de Farmácia da Unifap, venho manifestar acerca dos fatos ocorridos em um grupo de WhatsApp que envolve dois alunos, meus orientados.

De início, cabe esclarecer que sou ser humano como qualquer outra pessoa capaz reproduzir sentimentos instantâneos.

Dessa forma, no calor das eleições, acabei me excedendo nas palavras onde disse para dois alunos que procurassem outro Orientador.

No entanto, minha missão como professora não acolhe esse tipo de conduta, posto que dediquei a minha vida pela educação.

Não serve preferência política, por razões pessoais, para segregar alunos e deixa-los a própria sorte.

Meus alunos são as peças mais importantes do binômio Aluno/Professor.

Assim, assumo que me excedi nas palavras e peço desculpas pelo ocorrido, as eleições passam e a educação fica!

Peço desculpas aos meus Alunos Líbio e Débora, à sociedade, bem como à Unifap.

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