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segunda-feira, 24 de abril de 2023

Prefeita de Placas Raquel Possimoser dá emprego de R$ 6,5 mil à esposa do presidente da Câmara

A prefeita reeleita Raquel Possimoser e o atual presidente da Câmara de Placas, Mazinho (UB): esposa na folha da Semed. Foto montagem: JC
A prefeita de Placas (PA), Raquel Possimoser (MDB), arranjou no início deste ano emprego e salário top de linha no município para Simone do Nascimento Cardeal: R$ 6,5 mil/mês na Semed (Secretaria Municipal de Educação).
O valor é pouco mais da metade do que a mandatária recebe dos cofres públicos (R$ 12 mil). Mas supera o que ela paga aos secretários municipais – em média R$ 5 mil.
Lotada na Semed desde 9 de janeiro, Simone Cardeal foi contratada pouco depois do seu esposo, Gilmar Freitas da Silva (UB), 39 anos, tomar posse no cargo de presidente da Câmara de Vereadores de Placas, no dia 1º daquele mês.
Mazinho, como é mais conhecido, eleito em 2020 pela 1ª vez para o cargo, faz parte da base do governo na Câmara, onde a prefeita reeleita Raquel Possimover possui folgada maioria.
Salário reajustado no 2º mês
A trajetória salarial de Simone, assim como sua contratação em janeiro em cargo comissionado, é também um ponto fora da curva. Ela iniciou a carreira ganhando R$ 4,9 mil (bruto; líquido R$ 4,1 mil).
No mês seguinte (fevereiro), o salário da coordenadora pedagógica foi reajustado em mais de 30%. E passou para R$ 6.524,80 (bruto; líquido R$ 5.178,55) – valor que lhe foi pago também em março.
A folha de pagamento de abril ainda não foi disponibilizada no Portal da Transparência de Placas.
Alcançada pelo JC na noite de sábado (22), a assessoria da prefeitura não respondeu os questionamentos do portal sobre o caso. Esta matéria será atualizada assim que o contraponto foi enviado à redação.
Salário pago à esposa do presidente da Câmara de Vereadores em março. Foto: Reprodução/Portal Transparência de Placas
Nepotismo cruzado
De acordo com a Súmula Vinculante 13, do STF (Supremo Tribunal Federal), nepotismo cruzado ocorre quando dois agentes públicos empregam familiares, um do outro, como troca de favores.
A prática em vigor no município de Placas, de acordo com entendimentos de juristas, dialoga com
a corrupção, podendo levar ao desvio de verba, ao pagamento de propina e a troca de favores.
Isso porque, com a nomeação de parentes, deixa-se de considerar os princípios norteadores da administração pública, expressos no artigo 37 da Constituição Federal, como o principio da impessoalidade e da eficiência.
Mazinho, aliado da prefeita, e a esposa, emprego na Semed de R$ 6,5 mil. Foto: Reprodução/Rede social

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