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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Danos causados pelo cigarro eletrônico dominam sessão na câmara pela prevenção do câncer

 

O senador Dr. Hiran (PP-RR), disse que apesar de ser contrário ao fumo, é favorável à aprovação do PL 5.008/2023, que regulamenta a produção, comercialização, fiscalização e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil.Diante do atual desafio do aumento do consumo e comercialização clandestina de cigarros eletrônicos no país, parlamentares e especialistas que participaram na última terça-feira, 13, de sessão temática no Senado para debater políticas públicas com relação ao câncer de pulmão defenderam ações preventivas de forte impacto. A estimativa é de que para a cada R$ 1 gasto na prevenção se economize R$ 4 no tratamento da doença.Primeiro signatário do pedido de sessão temática e presidente da Frente Parlamentar da Medicina do Congresso Nacional, o senador Dr. Hiran (PP-RR), que presidiu a reunião, disse que apesar de ser contrário ao fumo, é favorável à aprovação do PL 5.008/2023, que regulamenta a produção, comercialização, fiscalização e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil.“A maioria das pessoas do país não sabe nem que é proibido. É proibido importar, é proibido vender, é proibido tudo. E todo mundo usa. Quando você vai a uma festa de jovem, os jovens todos estão usando essas coisas coloridinhas, favorizadas, e todo mundo usando. Ninguém sabe a concentração de nicotina, que é extremamente nociva, é extremamente viciante. Ninguém sabe o que se está produzindo do fruto do aquecimento dessa nicotina. (...) Eu acho que a gente precisa realmente conscientizar as pessoas de que isso é muito nocivo à saúde, fazer política pública de conscientização, como nós fizemos no tabagismo”, disse o senador.O senador mencionou as estimativas para o triênio 2023-2025, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), segundo as quais cerca de 32 mil casos de câncer de pulmão devem ser diagnosticados por ano no Brasil, o que coloca a doença como a quinta mais incidente entre todos os tipos de tumores malignos.“Esse tema que hoje nos reúne, infelizmente, não se limita a estatísticas frias. Por trás dos números, existem histórias de vida, famílias que enfrentam a doença com coragem e esperança depositada em cada avanço da ciência. É por elas e para que outras tantas não precisem travar a mesma batalha que dedicamos esse espaço à construção de soluções mais eficazes. O câncer de pulmão é o segundo tipo mais comum no mundo, com 2,2 milhões de casos novos por ano. Isso corresponde a mais de 11% de todos os casos de câncer”, expôs o Dr. Hiran. O senador também destacou o Primeiro Congresso de Câncer de Pulmão, que será realizado nos dias 14 e 15 de agosto em Brasília.


Danos irreversíveis


Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Margareth Maria Pretti Dalcolmo destacou a aliança para o combate ao câncer do pulmão, um esforço coletivo de sociedades médicas aliadas ao poder público. “Não é possível que num país como o Brasil ainda tenhamos 28 mil pessoas que morrem de câncer do pulmão, quando essa é uma doença previamente detectável. [...] É preciso que a detecção precoce seja acompanhada de um sistema de biopsia e essa resolubilidade só se dará se isso tudo for bem concatenado. Precisamos pensar grande, juntarmos porque em rede tudo se faz melhor”, disse Margareth Dalcolmo. A especialista relatou que recebe em seu consultório adolescentes com 16 anos com pulmões radiografados similares a uma pessoa de 90 anos, com danos irreversíveis no órgãos causados pelo cigarro eletrônico, os "vapes". Estamos aqui como sociedade médica de especialistas para não permitir que o câncer de pulmão venha a sobreviver em pessoas com até 30 anos de idade. A presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, lembrou que qualquer pessoa pode ser acometida pelo câncer de pulmão, não só os fumantes. Ela diz que já vê jovens saindo das escolas com os cigarros eletrônicos em mãos.“Não podemos continuar perdendo vidas para o câncer de pulmão como estamos perdendo. [...] Hoje o câncer já atinge mais de 600 cidades como primeira causa mortis”, disse Marlene Oliveira.


Diagnóstico


Depois de fumar por mais de 20 anos, mas há quase 30 anos livre do vício, o senador Izalci Lucas (PL-DF) afirmou que “as consequências ficam”. O senador destacou que a Casa debate atualmente o PL 5.008/2023, que regulamenta a produção, comercialização, fiscalização e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil.“A gente precisa convencer os jovens do mal que isso aí faz [cigarro eletrônico]. Que a gente possa de fato trabalhar a prevenção e isso não se faz de qualquer forma, tem que ser feito na educação”, afirmou Izalci. A senadora Rosana Martinelli (PL-MT) pediu um olhar para todos os pacientes quanto à precocidade da detecção da doença. Ela compartilhou ter perdido sua mãe pela demora no diagnóstico do câncer.

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