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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Missão da Índia que estuda o Sol é importante para proteger satélites

A primeira missão solar do país. Cientistas da Índia acabam de revelar o que chamaram de “primeiro resultado significativo” da Aditya L-1
Missão estuda o SOL 
Segundo os autores do novo estudo publicado na revista Astrophysical Journal Letters, os dados obtidos pela sonda podem ajudar a proteger redes elétricas e satélites de comunicações contra os efeitos das partículas do Sol.
Foi em 16 de julho que um dos instrumentos da Aditya-L1 capturou dados que ajudaram os cientistas a estimar exatamente o momento em que uma ejeção de massa coronal começou (ou “CME” na sigla em inglês). As CMEs são emissões intensas de partículas da coroa solar, da camada mais externa do nosso astro.R. Ramesh, professor do instituto Indiano de Astrofísica, explica que as CME são “compostas de partículas carregadas, podem pesar até um trilhão de quilogramas e atingir uma velocidade de até 3.000 km por segundo durante a viagem.
Ela pode seguir em qualquer direção, inclusive em direção à Terra”.
Estudar estes fenômenos é um dos objetivos mais importantes da missão indiana. “Agora imagine esta grande bola de fogo viajando em direção à Terra. À sua velocidade máxima, levaria apenas 15 horas para ela percorrer os 150 milhões de quilômetros da distância entre a Terra e o Sol”, acrescentou.
É aqui que entram os novos dados da missão. O instrumento mostrou que a CME ocorrida em julho começou às 10h08 no horário de Brasília e veio em direção à Terra, mas cerca de meia hora após o início da jornada, a nuvem de partículas sofreu um desvio e passou a seguir por trás do Sol. “Como ela estava muito longe, não afetou o clima [espacial] da Terra”, observou. Apesar de nosso planeta ter “escapado” do impacto daquela emissão, é comum que tempestades solares e outras ejeções de massa coronal atinjam a Terra.
Quando estes eventos chegam aqui, podem causar desde belas auroras boreais e austrais até interromper o funcionamento de redes elétricas e de satélites essenciais para nossas rotinas.
“Hoje, nossas vidas dependem completamente dos satélites de comunicação, e as CMEs podem derrubar a internet, linhas de telefone e comunicações via rádio”, alertou Ramesh. “Isso pode levar a um caos completo”. Felizmente, o instrumento da Aditya-L1 pode ajudar os cientistas a estimarem com precisão o momento em que uma CME começou e sua direção, ajudando na proteção destes sistemas em nosso planeta.

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